terça-feira, 11 de outubro de 2022

Ser benfiquista


"Depois das 13 vitórias consecutivas, à primeira escorregadela, em Guimarães, lá apareceram as primeiras dúvidas dos nossos adeptos relativamente à capacidade da equipa para triunfar esta época. Sem surpresas. Mesmo não sendo professor de matemática, as contas dos benfiquistas são muito fáceis de explicar, e nem é preciso calculadora: a expectativa é de ganhar todos os jogos onde o manto sagrado entre em campo. Todos. Seja com o Vitória SC ou com o Paris Saint-Germain. Um desfecho diferente significa sempre uma desilusão tremenda e cria de imediato na nossa cabeça o início de uma crise existencial. O leitor sabe certamente do que estou a falar. Quando o Benfica não ganha, a vida deixa de fazer tanto sentido. E vai voltando a fazer á medida que se aproxima o início do jogo seguinte. Até lá, mantém-se ativa uma voz dentro da cabeça que nos lembra a toda a hora que algo não está certo. Tipo a voz do Big Brother a lembrar os concorrentes para trocarem as pilhas do microfone. Será que nos esquecemos  de trancar o carro? Será que deixámos comida ao gato? Será que já pagámos a mesada, perdão, o IMI, ao Governo? Nós bem sabemos o que é, tentamos esquecer, mas a voz não para de nos lembrar. Os pássaros nasceram para voar. Os peixes nasceram para nadar. O Benfica nasceu para ganhar. Esta é a lei da mãe natureza, e o mundo estremece quando a lei não se cumpre. Pelo menos o nosso. Daqui em diante não será diferente. Não faz sequer parte dos meus planos voltar a ver o Benfica obter algum resultado que não seja a vitória, o ficarei surpreendido se o futuro me demonstrar outra realidade. A exigência é esta, por isso, sem pressão, mister Schmidt!"

Pedro Soares, in O Benfica

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