terça-feira, 11 de outubro de 2022

Resumo...


"O julgamento do caso dos emails, em que Francisco JMarques, Diogo Faria e Júlio Magalhães estão acusados de divulgação de correspondência alheia, continua a decorrer no Tribunal.
Os órgãos de comunicação social ligados ao FC Porto, num ato de selvajaria de informação, mais não fazem do que truncar, alterar e descontextualizar os acontecimentos e as declarações das testemunhas, de modo a venderem uma história dos factos diferente daquela que realmente se está a passar. Ao jeito do que se tem assistido com a comunicação social russa durante a crise na Ucrânia, o Porto Canal, o jornal O Jogo e os ventríloquos espalhados pelas redes sociais vão lançando fardos de palha nas suas publicações de modo a alterar a opinião pública e instalar a dúvida nas pessoas. Pode até resultar, mas apenas para os mais incautos.

𝗣𝗮𝗿𝗮 𝗾𝘂𝗲 𝗻ã𝗼 𝗿𝗲𝘀𝘁𝗲𝗺 𝗱ú𝘃𝗶𝗱𝗮𝘀: é 𝗼 𝗙𝗖𝗣𝗼𝗿𝘁𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗲𝘀𝘁á 𝘀𝗲𝗻𝘁𝗮𝗱𝗼 𝗻𝗼 𝗯𝗮𝗻𝗰𝗼 𝗱𝗼𝘀 𝗿é𝘂𝘀!
O julgamento do caso dos emails – iniciado a 16 de setembro – continua a decorrer, na Parque das Nações, e já conta com um conjunto de testemunhos que vale a pena recordar, aqui e agora, de forma cronológica, para memória futura. Comecemos, como convém, pelo início – o despacho de pronúncia do juiz Carlos Alexandre. Até para se entender, ainda melhor, tudo o que se segue.

𝗖𝗮𝗿𝗹𝗼𝘀 𝗔𝗹𝗲𝘅𝗮𝗻𝗱𝗿𝗲 (Juiz)
“Entendemos que houve uma subversão propositada do sentido dos e-mails divulgados com o intuito de fazer crer que estaria em curso um projeto corruptivo, quando dos emails e da sua leitura integral não se retira a prática de qualquer crime.”
Mais à frente:
“Não aceitamos como válida uma liberdade de expressão maculada pela distorção do conteúdo dos e-mails com o intuito de passar uma mensagem que não corresponde à realidade.”

𝗠á𝗿𝗶𝗼 𝗙𝗶𝗴𝘂𝗲𝗶𝗿𝗲𝗱𝗼 (ex-Presidente da Liga)
“O programa selecionou as mensagens que pudessem demonstrar que o presidente da Liga tinha alguma obediência ou subserviência ao Benfica. Pretendiam mostrar que o Benfica dominava o mundo do futebol. Mas era o contrário, quem dominava era o FC Porto.”

𝗖𝗮𝗿𝗹𝗼𝘀 𝗗𝗲𝘂𝘀 𝗣𝗲𝗿𝗲𝗶𝗿𝗮 (ex-presidente da Mesa da AG da Liga)
“Tive conhecimento através da televisão. Em direto, fui surpreendido pelo Porto Canal com um indivíduo a mostrar um email supostamente meu. O email que enviei no âmbito das minhas atividades associativas e que apareceu não correspondia ao email que, na realidade, eu tinha reencaminhado. Foi alterado.”

𝗔𝗱ã𝗼 𝗠𝗲𝗻𝗱𝗲𝘀 (antigo observador de árbitro da Liga e da FPF)
“Senti-me roubado daquilo que era meu. Algumas coisas que foram ditas não estavam escritas e outras não eram verdade. A ordem dos emails era trocada. Quando falei em missas referia-me a jogos de futebol. Os padres eram os árbitros e as missas eram os jogos. Fala-se assim desde as camadas jovens. Não é qualquer código, era uma forma de dizer a que sítio íamos arbitrar. Quando comecei como árbitro recebia as convocatórias, que no final diziam que era informação confidencial até ao dia do jogo. Ou seja, nem aos meus assistentes podia dizer onde é que iríamos estar no fim-de-semana seguinte, o que era injusto para eles. Eu tinha de lhes dizer, apesar de ser confidencial. Começou então a haver esse código entre os árbitros. Eles perguntavam: ‘Então no domingo onde é que vais à missa?’ Ou então: ‘Sabes quem é o padre que vai fazer a missa a Braga?’ Em 1990 ainda se falava assim.

𝗟𝘂í𝘀 𝗠𝗲𝗻𝗱𝗲𝘀 (vice-presidente do Benfica)
“Do ponto de vista reputacional foi terrível. Do ponto de vista desportivo, acabou por ter influência nos agentes desportivos e na forma como interagiam com o Benfica, como as arbitragens.”

𝗠𝗮𝗻𝘂𝗲𝗹 𝗕𝗿𝗶𝘁𝗼 (vice-presidente do Benfica)
“A divulgação desses emails teve um impacto notório e, em caso de dúvida, o Benfica era sempre penalizado. Em termos de imagem, no que diz respeito à relação com os patrocinadores, é sempre difícil recuperar.”

𝗟𝘂í𝘀 𝗙𝗶𝗹𝗶𝗽𝗲 𝗩𝗶𝗲𝗶𝗿𝗮 (ex-presidente do Benfica)
“Estávamos em negociações com um grupo chinês e prevíamos que o Benfica recebesse 79 milhões de dólares em seis anos. Esse negócio perdeu-se. Tivemos também problemas com a Emirates.”

Para finalizar, recordemos, agora, o contributo prestado pelos três arguidos até ao momento neste julgamento. Fizeram-no, aliás, na sessão de abertura. Foi assim:
𝗙𝗿𝗮𝗻𝗰𝗶𝘀𝗰𝗼 𝗝 𝗠𝗮𝗿𝗾𝘂𝗲𝘀 (diretor de comunicação do FC Porto)
“………….”

𝗝ú𝗹𝗶𝗼 𝗠𝗮𝗴𝗮𝗹𝗵ã𝗲𝘀 (diretor do Porto Canal)
“………….”

𝗗𝗶𝗼𝗴𝗼 𝗙𝗮𝗿𝗶𝗮 (diretor de conteúdos do Porto Canal)
“………….”

A cada final de sessão, os acusados que se mantêm em silêncio durante o julgamento, correm para as suas redes sociais e é aí que tentam por todos os meios - e com publicações que mais não são cópias uns dos outros - alterar e truncar a verdade dos factos. Aguardemos pelo desfecho deste julgamento, na certeza porém de que a culpa do resultado - na boca dos culpados - será sempre da cor clubística de quem o julgar.
Tão bom seria se o juiz gostasse do azul!
O melhor está para vir..."

1 comentário:

  1. Obrigado, Sr. Alberto Mota.
    Resumo perfeito.

    Obs: se o Juiz fosse o Sr Dr Cabanelas ainda tínhamos de pagar a esta malta séria e impoluta!

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