quinta-feira, 18 de agosto de 2022

O Príncipe e os operários


"A semana benfiquista ficou indelevelmente marcada pela morte de Fernando Chalana, aos 63 anos. Ao longo destes dias tem sido bonito de ver os textos de jornalistas e adeptos das mais variadas convicções e cores clubísticas de homenagem ao "Pequeno Genial".

Para os benfiquistas se Eusébio é único e, por isso, é o Rei, Chalana será sempre o nosso Príncipe.
O Benfica homenageou-o numa cerimónia muito digna e carregada de simbolismo, com a noção de estar a prestar tributo a um dos seus maiores de sempre. Chalana se fosse argentino era Maradona ou se fosse brasileiro seria Garrincha, mas era nosso e foi pelo Benfica e por Portugal que brilhou e encantou. Colocou o Mundo a seus pés, no Europeu de 1984 - aí foi Chalanix: pequeno, inteligente, mágico, corajoso e com bigode, tudo como o herói de banda desenhada mas sem precisar de outra poção mágica, para além do talento e da sua paixão pelo jogo.
A homenagem continuou em Leiria, com o onze do Benfica a entrar em campo, num miniestádio da Luz, com o nome de Chalana nas camisolas. Mas nem por isso, nem por terem o nome do Príncipe nas costas, os jogadores do Benfica encontraram uma passadeira vermelha estendida.
Bem pelo contrário, o Casa Pia colocou muitas dificuldades, demonstrando porque foi de longe a melhor defesa da Liga 2 na época passada. Só um Benfica de operários e fato-macaco vestido conseguiu levar de vencida os gansos, num momento de inspiração de Gonçalo Ramos.
A vitória foi justíssima tal foi o domínio, mas deve servir de lição, pois demonstrou as dificuldades que podem causar equipas muito fechadas. Venha o Dínamo de Kiev.

Mais
A vitória do Benfica no jogo que homenageou Chalana, com Gonçalo Ramos em destaque, pelo único golo do encontro.

Menos
A triste notícia do desaparecimento de Fernando Chalana."

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