"A temporada futebolística começou bem: um encontro da Liga de Clubes com os meios de comunicação social para assinalar o início das competições. Esta é uma prática interessante e útil assim tenha conteúdo e se verifique a rápida implementação de medidas que respondam eficazmente aos desafios enunciados.
O primeiro encontro teve o condão de revelar um diagnóstico genericamente acertado. Claro que o atual presidente da direção da Liga está em funções há sete anos e nada do que foi identificado é novidade, mas bem diz o povo que mais vale tarde do que nunca.
Entre os eixos de intervenção anunciados, centremo-nos, por agora, no "regresso dos adeptos aos estádios, com o aumento urgente do tempo útil de jogo, novas políticas de bilhética, horários e calendarização e o objetivo de subida de assistência global para a época."
Porém, a expressão "regresso dos adeptos aos estádios" é um logro. Só se regressa a onde se esteve e, no contexto atual, salvo em meia dúzia de clubes (se tanto), nunca houve boas afluências às bancadas. São idos os tempos das borlas para sócios, dos miúdos que não pagavam, dos cartões disto e daquilo - de atletas de clubes da mesma associação regional a membros de alguns grupos profissionais - com acesso gratuito, dos horários livres das transmissões televisivas e da escassa oferta de entretenimento.
O futebol nacional mudou nos anos noventa e desde então a falta de público é endémica. Trata-se, entre as principais ligas europeias, de um fenómeno particularmente português. Há vários fatores a contribuírem para esta situação e alguns parecem óbvios: calendarização tardia, preços elevados, desvalorização constante do produto pelos próprios intervenientes, sensação de insegurança, perceção negativa da qualidade de jogo, entre outros.
Todos podem ser melhorados, nuns casos extirpados, noutros mitigados, mas há, de facto, margem para melhoria. O que nos deixa reticentes é que, passadas três jornadas, nada parece ter mudado, nem mesmo ligeiramente. Aguardemos."
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