terça-feira, 5 de julho de 2022

Bancadolândia


"Uma proeza maltratada
A desigualdade de género inferível da observação das capas dos jornais desportivos de domingo, 26 de Junho, o dia seguinte à consagração das Eneacampeãs Nacionais de hóquei em patins, é credora de lamento e reprovação. Se os meus olhos não me atraiçoam, não houve nem uma linha na montra das publicações vocacionadas para a divulgação das notícias de desporto relativamente à façanha da equipa feminina do Benfica, que, com total mérito, materializou a conquista do nono título nacional consecutivo. E fê-lo, note-se, numa modalidade em que Portugal é tão-só uma das potências mundiais, ou seja, não se trata de uma brilhante série de sucesso na macaca, sem qualquer desprimor para este respeitável jogo. A verdade constatável é que (também no desporto) ainda há muito que palmilhar para se atingir um absoluto nivelamento dos pratos da balança dos géneros.

A outra missão de Roger Schmidt
Arrancou a pré-temporada do futebol profissional do Sport Lisboa e Benfica, e o treinador Roger Schmidt entrou com tudo. Não podemos (nem devemos) apagar o passado, também para que nos sirva de lição em momentos-chave de qualquer processo, mas o que aconteceu fica arrumado. O optimismo e a vontade de vencer são dínamos que nos renovam expectativas, ansiedades, estados de alma e que nos convocam para a nova era que recém-começou. Além de pôr a equipa a praticar um futebol cativante e ganhador, o técnico tem igualmente generosa parte da responsabilidade e da missão de reaproximar os adeptos do grupo que comanda, numa dialética que, quando estabelecida numa frequência comum, costuma ter os êxitos como consequência. É o que nos diz a história do Clube! A primeira conferência de imprensa de Roger Schmidt no Estádio da Luz como treinador do Benfica, onde escutámos respostas 'inabituais', configura mais um indicador de mudança e de como, sendo-se claro e franco, é possível chegar facilmente aos adeptos.

Divórcio amigável
As estatísticas demonstram-se que nem todos os matrimónios convergem inevitavelmente para uma espécie de 'guerra civil' quando se desfazem. O casamento de Benfica e Everton não resultou, é uma realidade, mas, pelo que foi possível perscrutar da bancada, não terá sido por falta de compromisso do extremo. Esperava-se muito mais dele, sim, mas os lances mágicos e diferenciadores que lhes deram estatuto e o elevaram à selecção do Brasil foram vistos poucas vezes. O verdadeiro Everton não 'pegou', a separação foi natural."

João Sanches, in O Benfica

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