segunda-feira, 16 de maio de 2022

O Benfica dos miúdos


"Todas as estreias e minutos promovidos por Nelson Veríssimo, ofereceu ao último jogo do Benfica na temporada 2021/22 um interesse diferente: perceber o que estes jovens valem ao mais alto nível, o que podem acrescentar no imediato e darem-se a conhcer ao novo treinador, estrutura e adeptos.
Tomás Araújo: Formou com Morato uma dupla inédita, revelando alguns problemas de coordenação coletiva e falta de liderança do setor. Algo natural para dois jogadores jovens que se estrearam a jogar juntos. No entanto, exibição segura a nível individual. Menos entradas no seu espaço em comparação com o seu colega de setor, competente na tática individual defensiva de um central, bons timings defensivos e capacidade nos duelos, seja em organização ou na defesa da baliza.
Sandro Cruz: Talvez o menos talentoso dos jovens que entraram em campo provenientes da formação encarnada. Revelou-se aquilo já tinha mostrado ser na Madeira, mais forte na construção que em criação. Ainda assim, algum erro técnico que o compromete, acumulando algumas perdas. Defensivamente algumas más abordagens (aproxima demasiado do opositor no duelo) e por vezes algo atraído, libertando espaços para serem explorados.
Paulo Bernardo: Exibição que espelha a época de Paulo Bernardo, muita qualidade técnica e capacidade para decidir assertivamente, mas pouca intensidade e raio de ação. Sem impacto regular no jogo, sendo um jogador que aparece e desaparece do mesmo. Defensivamente pouca velocidade de deslocamento e força no duelo. Resumindo, precisa de melhorar urgentemente para aproveitar todo o talento que tem!
Tiago Gouveia: Encostado à esquerda, assistiu Henrique Araújo para o 1º golo e rematou colocado para a defesa que viria a permitir Gil Dias assistir para o 2-0 final. Mostrou atrevimento no 1×1 ofensivo, velocidade, verticalidade e critério. Ainda assim, procurou o golo com alguma excessividade em alguns lances, errando movimentos onde costuma ser forte.
Henrique Araújo: Fantástico! Aptidão incrível para jogar dentro de área, aparecendo sempre no sítio certo como se a bola tivesse íman e muita qualidade na finalização. Acaba a época com 3 golos em 131 minutos na 1ª Liga, fazendo prever que com maior utilização mais vão ser os golos que vai marcar. A qualidade é demasiado evidente… tem de fazer parte do próximo plantel encarnado!
Martim Neto: Apesar de não ter tido muito tempo, apresentou qualidade com bola, não erra fácil e acrescenta critério na posse. Em criação, grande passe a isolar Yaremchuk para boa defesa do guarda-redes, podendo ter acabado com uma assistência na estreia. Ao dia de hoje, potencial para ter maior impacto no jogo que Paulo Bernardo.
Diego Moreira: O mais jovem a entrar em campo, tendo nascido apenas em 2004, algo que pode ter explicado alguns erros técnicos nada comuns no seu jogo. Sem tempo e contextos para explorar a sua velocidade e virtuosismo no 1×1 ofensivo. Ainda assim, compromisso defensivo assinalável e disponibilidade para receber no pé e na profundidade. Boa ruptura que deu situação de finalização já desenquadrado."

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