domingo, 22 de maio de 2022

Em busca de fazer história | SL Benfica


"Conseguirá o SL Benfica Fazer História?

A equipa de andebol masculina do Sport Lisboa e Benfica está a realizar uma das épocas mais positivas dos últimos largos anos. Apesar de estar praticamente arredado da luta pela conquista do campeonato, a equipa tem compensado isso com a melhor campanha europeia da história do Benfica na modalidade.
Essa campanha europeia culminou com a qualificação para a Final Four da EHF European League, tendo o Benfica conseguido a organização do evento, indo este realizar-se na Altice Arena nos dias 28 e 29 de Maio. O Benfica irá disputar as semifinais contra a equipa polaca do Wisla Plock, sendo a outra semifinal disputada pelos alemães do Magdeburg e pela equipa croata do Nexe.
Neste artigo, irei fazer uma breve análise de cada equipa, bem como um balando de ambas na competição, resumindo o percurso de todas elas até chegar à Final Four.

Sport Lisboa e Benfica
Depois de ter eliminado sem problemas a equipa suíça do HC Kriens-Luzern na primeira ronda, seguir-se-ia o primeiro passo histórico na segunda ronda, com a equipa encarna a conseguir eliminar os alemães do Rhein-Neckar Lowen, fruto de uma vitória por 33-28 no pavilhão da Luz.
Seguiu-se a Fase de Grupos, onde o Benfica conseguiu terminar no segundo lugar do grupo B atrás dos dinamarqueses do GOG, e vencendo sete dos dez jogos disputados. O maior destaque vai para o facto da equipa ter ficado à frente do HBC Nantes, finalistas da Champions na época passada, fruto de uma vitória caseira por 31-30 no último jogo do grupo, tendo ainda conseguido um empate a 33 golos em França com apenas 12 jogadores disponíveis (entre os quais 2 guarda-redes e 3 pivots) fruto de várias lesões e casos de covid-19.
Seguiu-se mais uma equipa francesa nos quartos-de-final, o Fénix Toulouse que viria a causar bastantes problemas ao Benfica tendo conseguido uma vantagem de quatro golos na primeira mão. Mas a jogar em casa, a equipa orientada por Chema Rodriguez voltaria a dar uma demonstração da sua raça e ambição, conseguindo reverter a eliminatória com uma vitória por 36-30.
Nos quartos-de-final seguiu-se a equipa eslovena do RK Gorenje Velenje, um adversário teoricamente mais acessível face às equipas que os encarnados já tinham defrontado. Neste último obstáculo, o Benfica conseguiu uma vantagem confortável de sete golos na primeira mão em casa, que lhe permitiu gerir o jogo da segunda mão, conseguindo assim a histórica qualificação para a Final Four.
Para este feito histórico no andebol encarnado, muito contribuíram os guarda-redes Sergey Hernández e Gustavo Capdeville, que têm realizado épocas sensacionais e foram decisivos em vários jogos, mas que também estão bem seguros pelos bons desempenhos defensivos dos pivots Alexis Borges e Rogério Moraes e do veterano sueco Jonas Kallman.
No ataque, o lateral-esquerdo Petar Djordjic tem sido o “bombardeiro” da equipa, sendo atualmente o quarto melhor marcador da competição com 90 golos marcados. O central Lazar Kukic também tem sido um quebra-cabeças para as defesas adversárias, sem esquecer os contributos importantes de Belone Moreira, Demis Grigoras, Ole Rahmel e Rogério Moraes.

Orlen Wisla Plock
A equipa polaca irá defrontar o SL Benfica nas meias-finais, tendo conseguido qualificar-se para a Final Four da competição sem grandes dificuldades. Depois de terem eliminado a equipa romena do HC Dobrogea Contanta na segunda ronda, a equipa foi líder do grupo A, vencendo nove dos dez jogos disputados.
O TBV Lemgo Lippe (clube que esteve no grupo do Benfica) foi o obstáculo mais complicado que o clube polaco teve pela frente, conseguindo uma vantagem de três golos na primeira mão que seria o suficiente para se apurar para os quartos-de-final. Aí, teriam os suíços do Kadetten pela frente, numa eliminatória onde o Wisla Plock conseguiria levar a melhor sem quaisquer problemas ao conseguir o apuramento com uma vantagem de 15 pontos.
As principais figuras da equipa têm sido o lateral-direito internacional polaco Michal Daszek, os russos Dmitry Zhitnikov (central) e Sergei Kosorotov (lateral-esquerdo), o ponta-esquerda croata Lovro Mihic. O pivot internacional espanhol Abel Serdio também tem sido um elemento importante na equipa, bem como os internacionais polacos Adam Morawski (guarda-redes) e Przemyslaw Krajewski (ponta-esquerda).

RK Nexe
O Benfica já se cruzou com esta equipa croata na temporada 19/20, na terceira eliminatória da EHF Cup, na qual o Benfica conseguiu na altura levar a melhor pelos golos fora de casa, qualificando-se então para a fase de Grupos. Nesta temporada, o RK Nexe tem sido a sensação da competição, fruto de um trabalho de continuidade e de evolução assente na potencialização de vários jovens que se têm destacado nesta época.
O Nexe eliminou o Azoty Tárnow na primeira ronda, sendo que na segunda ronda, conseguiu eliminar os dinamarqueses do Sikelborg com a eliminatória empatada, mas com a vantagem de ter mais um golo marcado fora de casa.
O RK Nexe integrou o grupo C da competição, no qual terminaria em terceiro lugar com cinco vitórias em dez jogos, situando-se atrás do Magdeburg, clube com o qual se irá reencontrar na semi-final em Lisboa.
No “mata-mata”, o BK Nexe conseguiu transcender-se e eliminar duas equipas teoricamente favoritas, ao eliminar a equipa macedónia do Eurofarm Pelister nos oitavos-de-final e os dinamarqueses do GOG nos quartos-de-final.
A principal figura da equipa tem sido o lateral-esquerdo Halil Jaganjac, que é o segundo melhor marcador da competição (o melhor entre as equipas que ainda estão em prova) com 97 golos marcados. Para além dele, o ponta-esquerda Marin Jelenic e o pivot Gianfranco Pribetic são outros jovens que se têm destacado nesta equipa.
Porém, esta equipa não vive apenas da juventude, tendo também jogadores experientes que têm sido importantes na campanha europeia da equipa, tais como o ponta-direita Fahrudin Melic, o lateral-direito Pedrag Vejin e o pivot Mario Tomic.
Teoricamente, o RK Nexe é a equipa menos forte desta Final Four, mas o conjunto croata já mostrou que não deve ser subestimado.

SC Magdeburg
Teoricamente, a equipa alemã é a mais forte a competir nesta Final Four. Lideram o campeonato alemão de forma confortável e já conquistaram o Mundial de Clubes nesta temporada.
O Magdeburg entrou directamente para a Fase de Grupos da competição, tendo dominado completamente o grupo C com nove vitórias e um empate. Seguiu-se o confronto contra o Sporting CP nos oitavos-de-final, numa eliminatória que foi disputada taco-a-taco com os leões, com a turma alemã a conseguir o apuramento já no cair do pano no segundo jogo.
Seguiu-se outro confronto difícil nos quartos-de-final contra o HBC Nantes, mas no qual a equipa demonstrou a sua superioridade, conseguindo derrotar o conjunto francês com uma vantagem de cinco golos na eliminatória.
Esta equipa possui uma espinha dorsal nórdica, na qual se destacam sobretudo o trio da primeira linha formado pelo norueguês Christian O’Sullivan, o dinamarquês Michael Damgaard e o islandês Omar Magnusson (melhor marcador do EHF Euro 2022). Para além destes, o guarda-redes Jannick Green e os pivots Magnus Gullerud e Magnus Saugstrup Jensen também têm um papel importante na equipa.
Para além do congénere nórdico, o internacional holandês Kay Smits e os internacionais alemães Philipp Weber, Lukas Mertens e Tim Hornke também são jogadores importantes na equipa.
O Magdeburg trata-se de um conjunto com um plantel profundo e com bastante experiência ao mais alto nível, mas o Sporting demonstrou que é possível fazer frente a esta equipa."

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