sexta-feira, 8 de abril de 2022

VAR, para que te quero?


"Escrevo antes do Benfica-Liverpool. E não deixa de ser tarefa ingrata escrever antes de uma partida de tal dimensão e importância.
Afastado dos títulos nacionais, a Champions tem sido um bálsamo para o Benfica 2021-2022. Tudo começou nas pré-eliminatórias, continuou no apuramento em grupos de grau de dificuldade elevadíssimo, e depois numa noite heroica em Amesterdão. Na pior das hipóteses, o Benfica terá de disputar mais um jogo, em Anfield Road, o qual - aconteça o que tiver acontecido na Luz - será sempre um palco para afirmação do prestígio do clube e dos nossos jogadores.
Ficou demonstrado internacionalmente que o Benfica, este Benfica, podia ter feito muito mais nas frentes domésticas. Muitas vezes por culpa própria (e essas merecerão certamente a devida reflexão interna), mas demasiadas vezes por interferência de terceiros, quer nos nossos jogos, quer nos jogos dos rivais.
A última jornada foi, aliás, exemplar daquilo que se tem passado. Uma falta inexistente deu origem ao primeiro golo do SC Braga, condicionando desde logo toda a partida da Pedreira. Um penálti-fantasma abriu caminho a mais uma vitória do Sporting em Alvalade. Assim se resolveu de vez a questão do 2.º lugar. E assim se vai escrevendo a história deste campeonato.
Erros graves têm-se sucedido sem explicação. Sempre para os mesmos lados, deixando a sensação de que os árbitros têm medo de assinalar algo a nosso favor. No campeonato português, o VAR parece instrumentalizado para benefício de uns e prejuízo de outros.
Não será possível fazer qualquer balanço da época sem ter esta negra realidade em conta."

Luís Fialho, in O Benfica

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