sábado, 23 de abril de 2022

À Benfica é ganhar


"1 - O que é o futebol ofensivo? Não sei, nem acho que o conceito faça sentido no século XXI. O romantismo morreu em 1982, quando o mágico Brasil de Zico, Sócrates e Falcão foi derrotado pela cínica Itália de Paolo Rossi.
O que interessa no futebol moderno é adoptar a estratégia certa em função do plantel de que se dispõe, face a cada situação e a cada adversário - veja-se Guardiola recentemente em Madrid. E já que falo de Champions, as duas máquinas de 'futebol de ataque' (Bayern e Ajax) nem sequer atingiram as meias-finais, eliminadas pelo realismo táctico de Villarreal e Benfica.
No dérbi de Alvalade chegámos a jogar com linhas de seis defesas e dois trincos. Qual o problema? Nenhum. Ganhámos 0-2 e criámos mais oportunidades de golo do que o rival. Tivéssemos criado apenas uma, marcando, o sabor da vitória seria o mesmo.
Música é no São Carlos. No estádio, o espectáculo é ganhar.
De nada me interessa golear 6-1 o Arouca na Luz, e depois 3-2 no Dragão. Prefiro ganhar todos os jogos por 1-0, nem que acabe a pontapear bolas para a bancada, como aconteceu por exemplo em Amesterdão, naquele que foi, para mim, o melhor momento da temporada.

2 - Em ano de reconfiguração das competições europeias de hóquei em patins, o Benfica venceu a prova onde estavam os melhores, tornando-se numa espécie de campeão europeu oficioso. Alguns vão desvalorizar, mas o certo é que nos últimos 20 anos ganhámos 9 títulos internacionais contra apenas 1 do FC Porto. No mesmo período, eles venceram 32 troféus domésticos, e nós somente 8. A diferença é chocante, e as conclusões são fáceis de tirar."

Luís Fialho, in O Benfica

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