sábado, 26 de março de 2022

Opiniões à medida


"Para quem gosta de futebol e seja intelectualmente honesto, o Liverpool é uma das melhores equipas do mundo.
É possível, porém, que nas próximas semanas, na voz e na pena de alguns comentadores desportivos da nossa praça, o conjunto de Jurgen Klopp não seja afinal assim tão bom, ou tenha fraquezas nunca antes relevadas e só entendíveis ao olho clínico desses finos 'especialista'.
O princípio de análise dessa gente é o seguinte: as melhores equipas são sempre as que jogam contra FC Porto e Sporting, enquanto os adversários do Benfica são frágeis e acessíveis. Assim, explicam-se fracassos de uns e relativizam-se êxitos de outros. Adultera-se o deve e contorce-se o haver.
O Ajax, por exemplo, há uns meses era uma potência capaz de trucidar quem lhe aparecesse pela frente, era candidato a vencer a Champions e totalmente fora do alcance do pobre futebol português. Pouco tempo passou, e o líder do campeonato neerlandês, que se passeou pela fase de grupos goleando aqui e ali, é agora uma equipa banal, com fragilidades várias, tem uma defesa permeável, um ataque ineficaz, um guarda-redes assim e um meio-campo assado.
Já o Barcelona, que acaba de golear o Real Madrid em pleno Bernabéu, não era bem o Barcelona. Estava perdido numa temporada atípica, tinha um plantel de refugo, e ia demorar anos até voltar a reencontrar-se com a sua história. Tem andado ao mesmo ritmo que o Atlético de Madrid, mas este manteve o seu nome na praça. A diferença é simples: um foi goleado na Luz, outro venceu no Dragão.
Enfim, talvez o Benfica que perdeu com Sporting e FC Porto é que não fosse bem o Benfica."

Luís Fialho, in O Benfica

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