sábado, 19 de março de 2022

A mais no futebol


"O futebol português tem dois problemas graves, que se vêm arrastando ao longo de décadas, e que o condicionam enquanto liga profissional num contexto europeu.
O jogo entre Benfica e Vizela evidenciou ambos, deixando bem claro o que é preciso mudar e a urgência dessa mudança.
A implementação do VAR tinha como objectivo facultar às arbitragens meios suficientes para eliminar erros grosseiros e assegurar a verdade desportiva. Porém, como se tem visto, e como se viu particularmente nesta última jornada, nem com imagens cristalinas os árbitros acertam nas suas decisões.
Não quero acreditar que se trate de corrupção. Sem provas nem fundamentos não devemos avançar por aí. Acho, sim, que os árbitros portugueses estão cada vez mais incompetentes, e são, como sempre foram, permeáveis às ondas de pressão e condicionamento promovidas desde fora.
O ruido instalado em redor do Benfica nos últimos anos fomentou em alguns árbitros uma espécie de necessidade vital de prejudicar o Clube. Ou o fazem, ou estão sujeitos a entrar no carrossel de mistificações lançado, alimentado e mantido pela comunicação do FC Porto. André Narciso é um dos exemplos paradigmáticos desta forma de estar, que nos transporta a memória para os negros anos noventa.
Outro dos problemas reside na falta de qualidade das equipas pequenas, cujo antijogo reiterado é o único meio para a conquista de pontos.
Reservo a solidariedade com os mais frágeis para as situações humanas. Não para com clubes de futebol-fantasma, cujo lugar óbvio e natural seria na segunda divisão. Já aqui trouxe o tema várias vezes, o prometo voltar a ele."

Luís Fialho, in O Benfica

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