quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Reciclagem



"No início foi Garay. A pena de perder aquele carisma, ainda por cima por tuta e meia. Depois custou despedir-me de Salvio e do seu antes quebrar que torcer. O fim obscuro de Luisão também magoou.

As últimas dores de Jonas comoveram-me (e ao meu pai, que foi comigo à Luz para esse jogo derradeiro). Achei incompreensível como puderam deixar sair Fejsa sem uma palavra sequer. Finalmente - e a destempo - dissemos adeus a Rúben Dias, "natural born killer". E de repente ficou claro como água: não restava ninguém para liderar. Casa onde não há pão, todos ralham (e um deles é o Luisão).
Entende-se perfeitamente que os ciclos terminem, mas um clube que achou bem e razoável passar de Pablo Aimar a Adel Taarabt, de Tacuara Cardozo a Yaremchuk, de Di María a Radojnic, de Enzo Pérez a João Mário, de Nelson Semedo a Valentino Lázaro, enfim, é o único responsável pelo caos em que se encontra. Certo, claro que haverão os "tiagos martins" e os "fábios veríssimos" e os "manuéis motas" e os "antónios nobres" e, "primus inter"pares, o absolutamente extraordinário Soares Dias - um homem que faz lembrar Mário Jardel: nunca falha em brilhar contra o Benfica. Mas isso são as contingências tradicionais da Desliga Portuguesa. A existência impune de diversos perpetradores de crimes de colarinho preto não é desculpa. Em Tondela aconteceu algo profundamente inesperado, a equipa jogou à bola. Mas não se iludam. Urge uma reciclagem de ponta a ponta.

PS: o meu sonho para os anos dourados é ter uma reforma ativa. Não me cansar muito mas fazer algo que permita usufruir da vida ao ar livre e ver os miúdos crescer. Basicamente, ser o Vertonghen.

Positivo: Paulo Bernardo e a capacidade de fazer algo que deixa boquiaberta quase toda a gente no plantel: reagir à perda da bola.

Negativo: Gedson, Pizzi e Chiquinho. De potenciais milhões a trocos para arrumadores."

4 comentários:

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