sábado, 19 de fevereiro de 2022

Impunidade


"Apedrejamentos a autocarros em viadutos da A1, bolas de golfe arremessadas para o relvado, foguetório em frente ao hotel durante a noite, produtos tóxicos no balneário, agressões em pleno banco de suplentes, ameaças de morte, intimidações, provocações e violência. Este é o histórico de muitos FC Portos-Benficas nas últimas quatro décadas, sempre com as autoridades e assobiar para o lado, sempre com a comunicação social e relativizar e, por medo ou comodismo, a equivaler os dois lados de uma balança que nunca teve qualquer equilíbrio.
Foi preciso o Sporting ser campeão e disputar um título para, finalmente, enfrentar no Porto o tratamento que tantas vezes ali foi devotado ao Benfica. Para, finalmente, os media tratarem o caso com algum vigor. Quanto às autoridades, desconfio que continuarão a ignorar assunto. A impunidade vai manter-se sob a forma de pequenos e simbólicos castigos, e assim, citando Tomasi di Lampedusa, muda-se alguma coisa para que tudo fique na mesma.
Dir-me-ão que há bandidos em toda a parte. E que nenhum clube tem folha limpa quanto à violência dos seus adeptos. É verdade. Porém, no Porto há traço distintivo: actuam de forma orquestrada e a mando de um chefe. Só não vê quem não quer ver.
O FC Porto de Pinto da Costa é de facto um problema. Para o desporto português, e até para o próprio país. É assim há quarenta anos, com consequências que vão perdurar enquanto houver memória. A ideia de ganhar a qualquer preço, sem vergonha, sem escrúpulos, e sem limites, nasceu ali e permanece ali. Não é por desta vez não ter sido connosco que vamos deixar de a denunciar."

Luís Fialho, in O Benfica

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