sábado, 19 de fevereiro de 2022

Cadomblé do Vata


"“Tanto quanto é do conhecimento da Benfica SAD, no processo em causa as diligências de inquérito foram já concluídas… nunca a Benfica SAD ou os seus representantes legais foram confrontados com quaisquer factos que envolvessem o nome do Senhor Bruno Paixão e/ou quaisquer acusações de corrupção desportiva…. Os representantes legais da Benfica SAD foram, nos termos da lei, confrontados exclusivamente por factos respeitantes a indícios de fraude fiscal, tendo o Ministério Público abandonado a tese inicial de branqueamento de capitais.”
Confesso que fiquei mais preocupado com o comunicado do que com a noticia. Admito que talvez seja só eu a pensar que o Benfica devia ter respondido à reportagem da CNN com um peremptório “é FALSO que o Sport Lisboa e Benfica tenha pago ao Sr. Bruno Paixão ou tenha qualquer relação com o árbitros ou ex árbitros, portugueses ou estrangeiros em qualquer das modalidades praticadas no Clube", em vez do híbrido “as diligências estão terminadas e a PJ nunca nos falou do Bruno Paixão” que saiu da pena do departamento de comunicação do Glorioso, deixando à imaginação maliciosa que haveria a hipótese da Judiciária poder ter de falar no ex. árbitro. O Benfica é amplamente acusado de um crime em que incorre na pena de descida de divisão, agarra o espadalhão e brade um brutal “só nos apresentaram factos de fraude fiscal… é que nem branqueamento de capitais é… chupa CNN”.
Entendo que o sítio para discutir estas coisas é a barra dos tribunais e nunca fui apreciador de postura comunicacional arruaceira, mas está na hora do Benfica mudar a abordagem a estes temas. A justiça portuguesa mexe-se como um paquiderme atolado de xanax e enquanto esperamos por ela, as condenações populares sucedem-se na praça pública. Ou acreditamos piamente na nossa inocência e afiamos as garras fora dos edificios judiciais ou então arriscamos a ser absolvidos lá dentro depois de cumprirmos penas capitais cá fora. É preciso ter perfeita noção que para uma instituição desportiva, uma coisa são acusações de crime económico que se esquecem ao fim de 20 anos. Outra completamente diferente é o espectro de prática de corrupção desportiva. É uma nódoa que nunca mais desaparece.
A linha vermelha de deixar correr o marfim já foi ultrapassada. Acabou-se o tempo de entregar a defesa do Povo da Águia a comentarores, influenciadores ou cartilheiros. Cumpre à direção do Benfica demonstrar clara e inequivocamente a inocência do Glorioso e isto sem se escudar em maningâncias e tecnicalidades judiciais e/ou processuais do modo como a prova foi obtida, em exemplos de outros clubes, desculpas de reciclagem noticiosa, teorias de ataques da imprensa ou em relações extra conjugais dos juizes. Isto é conversa de adeptos e redes sociais.
Rui Costa tem de agarrar esta merda pelos colarinhos. Está obrigado a explicar aos sócios e à sociedade que o Sport Lisboa e Benfica fundado a 28 de Fevereiro de 1904 por 24 heróis pátrios, não é inocente porque o Ministério Público não consegue provar que é culpado. Temos de ser redundantes. Somos inocentes porque de facto somos inocentes. Caso não o possa fazer, serei o primeiro a dar a mão à palmatória, assumindo que realmente Luís Filipe Vieira refundou o Benfica em 2003, uma vez que tais actos criminosos não seriam dignos do Benfica de 1904."

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