"Chegou ao fim o ciclo de André Almeida na Luz?
Lateral, capitão, central, campeão. Foi tudo o que quiseram, mas jogador castrado não! Seria mais ou menos assim que Ary dos Santos definiria o que foi André Almeida no SL Benfica. O que foi… foi… E foi, convém não ignorá-lo. Convém ainda menos, todavia, continuar a ignorar que já não é.
Não gozou em momento algum de uma qualidade técnica de índices soberbos, mas outrora apresentou níveis físicos, de intensidade e, acima de tudo, de compromisso que o tornavam um jogador útil.
A incompreensível e, por consequência, inefável falta de concorrência ao longo dos longos anos foi um auxílio grande na manutenção da titularidade de Almeida.
Contudo, o ex-Belenenses cumpria, no seu auge, e ficou intimamente ligado ao tetracampeonato conquistado há… ora, portanto, isto foi… ah, foi… é uma questão de fazer as contas (a mim magoar-me-ia imenso fazê-las).
Entretanto, foi deixando de cumprir, até se tornar – e passo a parafrasear Florbela Espanca – o futebolista banal e incompleto, imperfeito e absurdo, que deixa o SL Benfica igual, miseravelmente igual, ao que era dantes, ao que continuará a ser. Então… para quê?
A questão “para quê?” é de difícil resposta. Não tanto é a questão “porquê?”. Porquê? Porque as águias não sabem – e não é problema isolado, nem recente – fechar ciclos.
A nostalgia de um passado recente aliada a um medo ridículo de um regresso a um passado a meia distância e conjugada com uma inenarrável impreparação para o futuro têm levado os (ir)responsáveis encarnados a manter como depositários da sua confiança jogadores associados a conquistas.
No entanto, as conquistas anteriores já lá vão (há quanto tempo jazem!) e a capacidade de jogadores como André Almeida para alcançar conquistas próximas é praticamente inexistente. Sei-o eu e sabem-no todos quantos vão ao Estádio da Luz urdir um coro de assobios lançado na direção do jogador.
Mais vale cair em graça que ser engraçado. Pois bem, André Almeida há algum tempo que caiu em desgraça e, quanto a ser engraçado, eu diria que o que se passa no e com o SL Benfica já não tem graça alguma.
É hora de mudar e de deixar ir os repositórios das memórias das conquistas.
É hora de extrair do reino da memorabilia as conquistas gloriosas e volvê-las ao plano tangível e palpável.
Rapidamente. Para tal, é de incontestável importância dotar o plantel de recursos humanos capazes e apenas os capazes. Por muito que tenha dado no passado, AA já não dá.
O passado não pode continuar a estar tão presente no presente do SL Benfica. Até porque um passado bem presente é impeditivo de um presente bem passado. E quantas e tamanhas saudades tenho eu de um presente bem passado a ver o futebol do SL Benfica…"
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