quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

A ocupação de espaços no ataque encarnado


"Desde os últimos dias de 2021 que Nelson Veríssimo vem aos poucos a introduzir as suas ideias na equipa do Benfica. Algo que para já é factual é que tem variado a espaços entre um 4x4x2 e um 4x3x3. Contudo parece estar escolhido sistema que irá ser o definitivo: 4x3x3. Logo que chegou, o sistema de três centrais imposto por Jorge Jesus foi de imediato retirado por NV e desde aí para cá, a equipa ainda está a assimilar novas ideias.
Com a ausência de Darwin, Yaremchuk foi o escolhido para ocupar a vaga no centro do ataque no jogo da Final Four da Taça da Liga frente ao Boavista. Na teoria um sistema que iria favorecer as características de Yaremchuk e faria dele a referência de ataque alimentado por dois extremos e dois médios interiores.
Contudo, o jogo desenvolveu-se de forma a que o mesmo não tivesse bola em condições de finalizar tendo até que recuar imensas vezes para se enquadrar no jogo.
Ora isto veio expor alguns dos processos que ainda estão em fase de “aprendizagem” pela equipa.
Muitas das vezes que o avançado ucraniano recuava até ao meio campo para criar superioridade e facilitar a construção do Benfica, o espaço nas suas costas ficava sem ninguém quando um dos interiores (João Mário e Paulo Bernardo) deveriam ocupar essa zona para dar opções a quem tentava criar.
Sempre que Yaremchuk recuava e ninguém ocupava esse espaço, o Benfica permitia que o Boavista subisse as linhas e encostasse a linha defensiva na linha média e criasse frequentemente superioridade nas zonas de construção ou criação. Por vezes João Mário ocupou esse espaço.
Por vezes Paulo Bernardo também o fez. Mas só com a entrada de Gonçalo Ramos isso ficou resolvido mas já numa altura em que havia pouca lucidez e critério no jogo do Benfica.
Mais do que ser um problema individual de X ou Y, mostra que as ideias de Veríssimo ainda não estão assimiladas."

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