sábado, 2 de outubro de 2021

11.ª Supertaça

Benfica 3 - 2 Sporting
23-25, 25-21, 25-23, 30-32, 15-12

Triunfo muito suado, a derrota no 4.º Set, com 23-19 a nosso favor, não foi fácil de 'aceitar', mas a equipa não desmoralizou, e acabou por fazer o necessário para vencer mais um troféu...

Falhámos demasiados serviços, oferecendo de graça muitos pontos ao Sporting, o Bloco também não funcionou... A questão dos reforços é complicada, porque a pré-época acabou por ser 'sabotada' pelo Europeu, creio que o Nathan, o França, o Nikula e o Westermann, têm tudo para serem titulares, mas falta 'entrosamento' com a 'velha guarda', algo que só os jogos vão dar...

Os Serviços do Westermann no final foram fundamentais, mas o Japa pareceu-me o jogador em melhor forma! O França no ataque acrescenta, mas no Bloco parece-me 'lento'!!!

Na Terça temos jogo europeu na Estónia, na qualificação para o Champions. A viagem vai ser 'apertada', somos favoritos, mas não será fácil...

Vitória em Braga...

ABC 27 - 38 Benfica
(12-17)

Das vitórias mais contundentes em Braga que tenho memória... Parece que a equipa encontrou a intensidade e o ritmo de jogo necessário para vencer! Apesar do jogo 'pesado' a meio da semana, a equipa não demonstrou cansaço, bem pelo contrário!

Goleada...

Benfica 5 - 0 Amora


Goleada, nas vésperas do jogo com o Bayern...
Depois da derrota da jornada anterior, era importante voltar ao 'normal'... Curiosamente, o Sporting foi empatar a Torres Vedras!!!

Derrota...

Valongo 5 - 3 Benfica

Uma equipa que praticamente não defende, falha bolas paradas em quantidades industriais, não pode ter sucesso... ainda por cima tem que levar com os apitadeiros do Tugão em todo o seu esplendor! Neste caso, fomos derrotados, por equipa que tinha duas derrotas em dois jogos no campeonato!

SL Benfica | Voltaram as noites europeias. Voltará o Glorioso europeu?


"A vitória por 3-0 ante o FC Barcelona veio acicatar a discussão sobre o que falta para que o SL Benfica volte, de forma consistente, a brilhar na Europa.
Apesar da noite de gala no Estádio da Luz, naturalmente é pretendido que “brilhar na Europa” seja algo mais do que vencer um jogo – ainda que frente a um rival histórico que sempre colocou imensas dificuldades aos encarnados.
Já em modo campanha, Rui Costa tocou neste sensível ponto e reiterou o desejo de ver de novo o SL Benfica numa final europeia. Ainda que a vaguidade desta expressão – uma “final europeia” pode ser a final da Liga Conferência – dê margem de manobra a quem a remete, os sócios e adeptos do clube entendem por tal que a vontade é estar na final da Liga dos Campeões pela primeira vez desde que a prova assim é designada.
E a vontade é muito importante, mas não chega. É preciso mais, muito mais para alcançar tal desiderato. Primeiro, mas não necessariamente mais importante, é imperativo ter individualidades de craveira europeia e, se possível, com experiência na alta-roda do futebol do Velho Continente. O plantel atual – e em particular o onze que iniciou a partida – já conta com algumas figuras próximas do protótipo desejado.
Todavia, é preciso ir gradualmente “limpando” o excesso e aumentando a qualidade do plantel. Para o fazer, talvez faça sentido colocar por fim em prática a tão apregoada e tão pouco materializada aposta na formação.
Não haverá no clube encarnado capacidade, jamais, para contratar os melhores do mundo. Poderá, no entanto, usufruir de alguns dos melhores jovens do mundo, tendo-os em casa (ou tal se tem narrado).
De seguida e ato contínuo, será preciso que os grandes jogadores formem um grande grupo e que o grande grupo forme uma grande equipa. Terá que existir no seio do grupo união, raça, crer e ambição. E até uma certa arrogância e preponderância de quem sabe – mais do que acredita – que vai ser feliz.
No entanto, e acima de tudo, terá que haver um SL Benfica com mentalidade “à Benfica”. O “chip” tem de ser alterado e tem que estar programado para conquistas à imagem do passado glorioso do clube. E essa retornada mentalidade deverá permear o clube de “alto a baixo” – do presidente ao adepto mais desconectado.
Todavia, para que regresse tal mentalidade há algo de fundamental que terá que ocorrer: a exigência dentro (e fora) do clube tem que subir. O descontentamento positivo (porque “ser descontente é ser homem”, já dizia Fernando Pessoa) tem que ser uma constante. Nada que não o melhor pode ser suficiente. E, claro, isso inclui a vitória sobre o FC Barcelona.
Por mais importante, por mais emotiva, por mais rara, esta vitória não pode ser suficiente. É preciso mais. É exigido mais. É preciso exigir mais. E apoiar ainda mais do que se exige. Aí, talvez, com todos os fatores conjugados, se possa voltar a brilhar na Europa. Aí, talvez, se possa voltar a falar… do Glorioso."

Qualificação na Holanda...

Donar 73 - 81 Benfica
17-22, 15-15, 20-22, 21-22

Excelente vitória, contra a equipa da casa, que recebeu esta Final-Four de qualificação para a fase de grupos da EuropeCup.
Foi o primeiro jogo onde o reforço Makram deu nas vistas, depois de ter chegado atrasado, devido a compromissos com a sua Selecção, tinha estado tímido, mas hoje creio que a equipa percebeu que pode e deve contar com ele, é provavelmente com o Clifford e o Broussard um dos jogadores mais diferenciados neste plantel...
Não foi um jogo fácil, houve bastante equilíbrio, e o Benfica foi obrigado a subir o nível...

Apesar do bom resultado, acho que o plantel tem espaço para ser reforçado, principalmente no jogo exterior...


Nota de pesar


"O Sport Lisboa e Benfica manifesta o seu profundo pesar pelos falecimentos de Manuel Libório e Abel Oliveira, duas personalidades com longa história de ligação ao Clube, assim como um precioso e particular contributo para o Futebol de Formação.

Manuel de Jesus Libório faleceu no dia de hoje, 1 de outubro, aos 82 anos. Registou 57 anos de filiação como associado do Sport Lisboa e Benfica. Para além da colaboração ativa e de longa data no Sport Lisboa e Saudade, foi delegado do Futebol de Formação nos últimos 50 anos.
Por entre histórias e memórias, muitas foram a conquistas e vivências de um benfiquista distinto. Muitos jogadores de renome ao longo da história tiveram a oportunidade de privar com o Sr. Libório e os seus ensinamentos. Amigo do amigo, sempre pronto e disponível por uma causa maior, o Sport Lisboa e Benfica, Manuel Libório deixará um profundo sentimento de saudade e um legado marcado pela honra e amor no serviço ao nosso Clube.
Abel Correia de Oliveira faleceu hoje, 1 de outubro, aos 62 anos de idade. Reconhecido benfiquista, colaborou com toda a dedicação e empenho com o Departamento de Prospeção do Sport Lisboa e Benfica desde a época 2007/08, numa primeira fase como Prospetor e, posteriormente, como Coordenador do Distrito de Aveiro. Muitos foram os jogadores que transitaram para o Benfica Campus em processos associados à sua atividade ao serviço do Clube.
Esteve envolvido, desde a génese, no projeto dos Centros de Formação e Treino (2008/09) e colaborou com distinção na implementação e desenvolvimento do mesmo, assumindo até à data as funções de Responsável de CFT. Pela dedicação, disponibilidade e paixão, o Sport Lisboa e Benfica ser-lhe-á sempre grato.
Neste momento de dor profunda, o Sport Lisboa e Benfica endereça as mais sentidas condolências às famílias e amigos de Manuel Libório e Abel Oliveira."

Ironias!


"Lembram-se das grandes noites europeias do Benfica de Koeman no Estádio da Luz?

Não me leve a mal, mas julgo que bem merecia Jorge Jesus o conforto e o orgulho de uma noite como a que viveu, quarta-feira, na Luz, com a indiscutível vitória europeia do Benfica sobre o Barcelona. O treinador do Benfica tem sido alvo de tanta critica (algumas justas, outras absolutamente injustificadas) que nada melhor do que um jogo como o que a equipa encarnada fez na 2.ª jornada da poderosa Champions para travar aquela parte da critica que parece não ter memória, mas tem, muitas vezes, inaceitáveis e incompreensíveis dois pesos e duas medidas. Tivesse Jorge Jesus alguma vez dito que mandou os seus jogadores defenderem em 5x4x1 e eles recusaram, como disse o jovem Rúben Amorim, e  certamente teria sido crucificado na praça pública.
Pior: se Jorge Jesus dissesse que tem de falar com o presidente porque se a mensagem não passa e os jogadores não fazem o que ele quer, então não está ali a fazer nada, como disse agora o precipitado e perdido Sérgio Conceição, bom, é muito provável, no mínimo, que lhe exigissem a demissão!
Tem Jorge Jesus tido ao longo da carreira, sobretudo depois de chegar, em 2009, ao Benfica, muitos momentos em que o que disse jogou muito contra ele. Inquestionável. Quando se ganha, o que se diz tem menos importância, é verdade, e o que Jesus foi dizendo teve sempre menos importância quando venceu. O pior é quando perde, como aconteceu com o resultado da última temporada, sobre a qual ainda hoje se fala como se a má época do Benfica tivesse sido apenas resultado da incompetência de jogadores e, sobretudo, do treinador.
Sejamos claros: uma coisa é considerar-se que a pandemia não foi a única culpada da má época dos encarnados, e obviamente não foi! Outra é ignorar-se, pura e simplesmente, as consequências da pandemia no que o Benfica fez, ou não conseguiu fazer. E isso é incompreensível.
Para criticar Jorge Jesus, realmente tudo serve. Critica-se pelo que faz e pelo que diz; pelo que não faz e pelo que não diz; pelo que achamos que quis dizer; pelo que nos parece que devia fazer. Se Jesus disse que jogar com o V. Guimarães é o mesmo que jogar com o Barcelona, ninguém se dá ao trabalho de acreditar (ou interpretar) que Jesus queria dizer que para o Benfica o modo de encarar cada adversário tem de ser o mesmo e a atitude tem de ser igual.
Se Jesus lembra que o mais importante para o Benfica é o campeonato, e é, está a ser redutor e a pensar pequeno, porque a Europa é que interessa. Mas os treinadores dos grandes, sela ele Sérgio Conceição ou Ruben Amorim, dizem o mesmo, e nesses casos já parece, compreender-se. Experimentem Rúben Amorim, Sérgio Conceição ou Jorge Jesus chegar aos Oitavos de final da Champions e acabar o campeonato em 2.º ou 3.º e verão o que lhes acontece...

A propósito desta grande noite europeia do Benfica talvez não seja má ideia lembrar a profunda ironia que a vida, e no caso o futebol, por vezes nos reserva.
Algumas das mais notáveis e inesquecíveis noites europeias vividas na Luz (e não só) nos últimos 15 anos, sensivelmente, tiveram como grande protagonismo entre as águias precisamente Ronald Koeman, o treinador neerlandês que viveu agora o pesadelo que viveu e parece à beira de colapsar como líder do Barça!
Por que será Koeman tão pouco lembrado na Luz? Talvez por não ter sido campeão nacional - chegou até a ser acusando de só se preocupar com as competições europeias em beneficio da sua carreira. Um disparate! Com Koeman, no final de 2005, o Benbfica venceu um grande Manchester United numa épica noite na Luz, por 2-1, enfrentando Van der Sar, Rio Ferdinand, Paul Scholes, Ryan Giggs, Wayne Rooney, van Nistelrooy e... Cristiano Ronaldo (!!!) e esse mesmo Manchester United nem consegui qualificar-se no grupo das águias. E nos oitavos de final, já em 2006, o Benfica de Koeman só fez cair (1-0 na Luz e 0-2 em Anfield) o Liverpool então de Sami Hyypia, John Arne Riise, Xavi Alonso, Dietmar Hamann, Morientes, Steven Gerard entre outros... e não sendo o Liverpool de hoje, era o Liverpool e o Liverpool é sempre o Liverpool! Ironia das ironias, o Benfica de Koeman viria a cair nos quartos de final dessa Champions aos pés do Barcelona de Frank Rijkaard, Xavi, Iniesta, Ronaldinho Gaúcho, Deco, Samuel Eto'o, com 0-0 na Luz e derrota por 2-0 na Catalunha.
Para quem viveu o que viveu no Benfica, abatendo Man. United e Liverpool numa época, nada de mais irónico para Koeman do que voltar à Luz para viver, afinal de contas, um dos maiores pesadelos de que terá memória como treinador.

Enquanto isso, para Jesus, esta grande vitória não pode, evidentemente, deixar de ter um saborzinho especial, sobretudo pelos constantes ataques de que tem sido alvo, por ter cão e por não ter. Como ele sublinhou, vale, porém, apenas três pontos e esses três pontos podem vir até a valer de pouco quando chegar a altura de fazer as contas finais do grupo. Mas isso, logo se vê.
O mais importante, julgo, será Jesus poder mostrar que está a conduzir a equipa num bom caminho e que foi absolutamente fundamental fazer os ajustes que fez no plantel, porque, há um ano, o Benfica e jesus não foram capazes de resolver, de uma só vez, todos os problemas que o plantel já tinha. E todos viam os problemas que tinha, menos os que não queriam ver!
Há um ano, talvez Jorge Jesus esperasse, com mais um ou outro jogador que acabou por não chegar, resolver os problemas do plantel encarnado e, sobretudo, os mais que evidentes desequilíbrios que esses problemas provocavam na equipa e na sua forma de jogar. Como se viu.
Os problemas, como agora todos reconhecem, apenas deixaram, em grande parte, de estar lá porque o Benfica tem agora João Mário, e pode, entretanto, assumir nova fórmula com a chegada de um jogador com as características e a qualidade de Yaremchuk (o que ele dá à equipa, e o que ele permite, em particular, a Darwin e a Rafa). Mas se é assim, temos forçosamente então de reconhecer o trabalho que Jesus tem vindo a fazer, sem esquecermos com terá vindo, também, a ser tão difícil, com tanto vento contra, melhorar a afinar (com a chegada tardia de Lucas Veríssimo, apenas em Janeiro deste ano) aquilo que é mais difícil de conseguir numa equipa de futebol, que é o seu processo defensivo.
Hoje, numa ou noutra equipa, como aconteceu agora com o FC Porto (sem Pepe e sem Mbemba), ou antes com o Sporting, que tinha ficado, frente ao Ajax, sem Coates e sem Pedro Gonçalves, não falta quem procure atribuir, e talvez bem, a esse tipo de ausências boa parte da razão dos insucessos. Mas não me lembro, com toda a fraqueza, de ver alguém ter sido compaixão com o Benfica de Jesus quando chegou, por exemplo, à meia-final da Taça da Liga, perdida (1-2) para um forte Braga, com uma defesa composta por João Ferreira, Todibo, Jardel e Franco Cervi!!! Como se sabe, nem foi por causa da pandemia: foi talvez por Jesus ser... um incompetente!

A magnífica vitória do Benfica teve, entretanto, nuances bem interessantes. Desde logo, a felicidade encarnada de marcar aos 2 minutos, quando o jogo ainda nem era jogo. Depois, quando o Benfica mais abanou, aquele corte providencial de Lucas Veríssimo, a salvar, autenticamente, dois golos (!!!), o que o adversário não marcou e o que a águia não sofreu, se me faço entender, porque aquele golo do Barça talvez virasse o jogo do avesso...
Ambicioso, mas correndo, como se viu, riscos, Jesus venceu, porém, a aposta na fórmula usada, sobretudo porque Weigl e João Mário, mais o trio de centrais, e um Rafa de grande compromisso defensivo, foram magistrais, na noite em que Darwin acabou iluminado pelas tremendas características que tem e que deverão fazer dele, aposto, mais um ou dois anos, não tenho qualquer receio de o afirmar, um dos melhores, mais contundentes e ferozes avançados do mundo, talvez rendendo ao Benfica, se a economia recuperar o que se espera, nova cifra recorde!
Volto, porém, um pouco atrás para sublinhar, ainda mais, a exibição de João Mário, para mim, melhor em campo pela segunda parte verdadeiramente soberba, diante de um Barça que está num sempre difícil processo de reconstrução, mas que tem, como se viu, equipa e jogadores capazes de fazer muito e bem com a bola, e bem menos, e muitas vezes mal, sem ela. O que se compreende com facilidade.
Volto, por fim, a morder a língua, para reconhecer como parecem, agora, profundamente desajustadas muitas das criticas que eu próprio fiz ao patinho feio desta águia de Jesus, um Gilberto que voltou a entrar muito bem no jogo. Tome-se nota: no golo do Rafa, sabem onde ele estava? Na linha da pequena área do Barcelona. E não foi Gilberto que surgiu a cabecear a bola, também à entrada da pequena área dos catalães, para Dest fazer penálti?!
Caro Gilberto, creio, com sinceridade, que terá muito mais futebol do que julguei ver. Habitue-se: em Portugal, somos uns impacientes e temos um bocado a mania (mea culpa, pela parte que me toca) que percebemos muito de futebol.
Tenha lá paciência!..."

João Bonzinho, in A Bola

Mau jornalismo


"Num contexto e que se anteviam dificuldades, fomos a Guimarães demolir o Vitória, fazendo, na primeira parte, os melhores 45 minutos da época na opinião de muitos (que não a minha, pois valorizo mais, pela dificuldade, a primeira parte com o PSV na Luz). Ao intervalo estava 0-2, mas ninguém estranharia se a vantagem fosse de quatro ou cinco golos. Foi uma grande exibição!
Tanto que haveria a perguntar a Jorge Jesus, até por uma questão de pedagogia. Que bom seria perceber melhor o que se passou em campo e quais as razões de tamanha superioridade benfiquista. È que Jorge Jesus tem uma qualidade pouco notada e ainda menos elogiada: gosta de falar de futebol nas conferências de imprensa. Convém é saber colocar-lhe questões pertinentes de âmbito técnico-táctico.
Em Guimarães assistimos, também neste domínio, a mais um festival de oportunidades perdidas. Só a pergunta de Mário Serra, da BTV, incidiu sobre futebol. As restantes, com excepção da referência en passant ao percurso vitorioso do início de campeonato, focaram-se em aspectos laterais laterais ao jogo, procurando-se sempre a polémica por muito artificial que fosse. A técnica é básica: pergunta-se e, independentemente da resposta, o assunto está criado. Foram várias as tentativas, só sobre jogadores foram quatro... E depois o pináculo da cretinice: 'Jorge Jesus a equipa está preparada para quando chegar a derrota?' Será que ainda se lembravam do jogo terminado vinte minutos antes?
Não quero ser desagradável. Se calhar até seriam bons jornalistas caso fossem completamente diferentes dos jornalistas que são, pelo menos a avaliar pelas perguntas colocadas e, sobretudo, pelas que ficam por colocar. É pena, sobretudo para quem gosta de futebol."

João Tomaz, in O Benfica

007: Missão SLB


"Andaram Daniel Craig, Pierce Brosnan, Timothy Dalton, Roger Moore, George Lazanby, David Niven, Sean Connery, Berry Nelson durante décadas a estudar cinema para notabilizar a marca 007 pelo mundo inteiro, e um grupo de jogadores de futebol vem agora transformar por completo o significado do ilustre código? No lugar deles ficaria chateado. Se fossem o Taremi e o Otávio, que têm formação em teatro, seria mais fácil de aceitar. Assim, verem-se ultrapassados por malta que a melhor coisa que sabe fazer é marcar golos a mais do que os adversários, imagino que deve custar.
Um dia destes fui dar um passeio ali à Mongólia, perguntei no meu melhor mongol possível se eles lá sabem o que era o 007, e a resposta foi pronta: 0 derrotas, 0 empates e 7 vitórias do Benfica.
O mundo já nem sabe bem se o James Bond era um agente secreto ou uma bebida de whiskey. Por outro lado, o triunfo do Benfica em Guimarães, que selou a sétima vitória consecutiva na Liga, não passou despercebido a ninguém. A sorte destes actores e de Ian Fleming, o criador da icónica personagem, e que, se tudo correr bem no domingo com o Portimonense, então o novo código afamado passa a ser o 008, voltando o 007 ao sentido original. Por isso, os donos da marca podem estar sossegados, porque já falta pouco para voltarem a obter receitas de bilheteira.
Este arranque no campeonato foi bom, mas não podemos embandeirar em arco (sempre sonhei utilizar esta expressão numa crónica), achar que ninguém nos para, pensar já que o Yaremchuk vai superar o recorde de golos do Peyroteo e ficar convencidos de que é uma questão de tempo até criarmos o código 0034. É claro que nada disto me passa pela cabeça Juro."

Pedro Soares, in O Benfica

Bancadolândia


"Discursos de júbilo, exposições esperançosas, palavras de resignação, intervenções sagazes, reflexões afiadas e análises assim-assim. Escrevo em noite de janela aberta para o suspense, sem bolas nem derivados, sob o domínio do frenesim do apuramento dos resultados das Autárquicas neste pedaço de terra continental e insultar que canta, sente e vive a saudade como provavelmente nenhum outro.
É inexorável, de vencedores e vencidos se faz transversalmente a historia, da política ao desporto, onde o 'V' de vitória está precisamente gravado a ouro nas páginas do Benfica que retratam e contam as peripécias dos primeiros objectivos desta época nas modalidades de pavilhão.
Pela 6.ª vez, a equipa feminina de futsal venceu a Supertaça, em Viseu. Mais do que essencial no prolongamento da linha de sucesso das tetra-campeãs nacionais, Ana Catarina foi gigante a trancar a baliza encarnada e a defender a importância do golo rubricado pela capitã Inês Fernandes. Confesso dei por mim a ver e a rever de enfiada as tão (merecidamente) elogiadas paradas da internacional portuguesa, até que um sorriso, uma pergunta retorica e uma constatação me interromperam o pasmo. E novidades? Ana Catarina é a Melhor d Mundo em título! O ensinamento está, pois, para lá desta colina e abraça a singular mistura de sentimentos: saudades, sim, sintamo-las, sobretudo, de quem está connosco. Hoje e sempre. Obrigado, Ana Catarina, por esta lição!
Uma semana depois, robustecendo a sua ligação ao infindável enriquecimento do espólio do Museu do Clube, a equipa feminina de basquetebol juntou uma inédita Supertaça, em Coimbra, aos originais êxitos no Campeonato Nacional e na Taça de Portugal na temporada passada. Na comemoração de novo sucesso, retenhamos o reforço do que fora expresso aquando da conquista no futsal e que é sentido por quem (se) galvaniza nas quadras: 'Já tínhamos saudades de jogar para os adeptos. Jogámos e ganhámos para eles (...) Esperemos que venham mais, com segurança sempre, mas esperamos por mais'. Saudades, sim, vamos lá vivê-las, hoje e sempre, em vez de 'matá-las'!"

João Sanches, in O Benfica

De todos!


"À medida que nos aproximamos do acto eleitoral, é notória a intenção unificadora de Rui Costa. O presidente do Benfica tem feito tudo para enquadrar as solicitações que têm sido feitas, designadamente por grupos de sócios descontentes com o processo eleitoral anterior.
Sendo legítimos tais cuidados, interessa também reflectir sobre outros aspectos que reforcem e protejam a tradição democrática do clube. Por exemplo: o modelo de assembleia geral, que continua a ser o mesmo do século passado.
Para o bem e para o mal, o mundo é hoje bastante diferente. As redes sociais (e não só) trouxeram a democratização do acesso à opinião, mas, com ela, a banalização do insulto. Há uma veemência crescente no modo como as pessoas pretendem exigir aquilo que julgam ser os seus direitos. E uma violência extremada na manifestação de opinião e verbalização de críticas. Sendo o futebol uma área particularmente sensível à conflitualidade, a discussão em seu redor tornou-se frequentemente sectária, incendiária e insultuosa. Se, com o Benfica a vencer, as assembleias já são o que são, no dia em que perdermos em campo, corremos sérios riscos institucionais, e até físicos.
Há também um evidente problema de representatividade quando a reunião magna não fomenta a participação de muitos sócios espalhados pelo país e pelo mundo. Tal deixa o clube permeável à representação desproporcional de um ou mais grupos organizados, que, no limite, até podem ser manipulados a partir do exterior. Há cinquenta anos não haveria esse risco. Hoje há.
O Benfica é de todos os sócios. Não apenas daqueles que gritam que é deles."

Luís Fialho, in O Benfica

O triplete


"Depois do futsal, o basquetebol. Não sei se as nossas equipas femininas que conquistaram os respectivos campeonatos têm um pacto, mas a verdade é que já cá cantam duas. Jogámos duas finais de Supertaça e vencemos ambas. Primeiro, foi a nossa equipa de futsal, em Viseu. No passado fim de semana, foi a vez de a nossa equipa de basquetebol vencer, em Coimbra, conquistando a primeira do seu palmarés. Aliás, no basquetebol, a nossa equipa feminina fez uma época de sonho, conquistando um inédito triplete - Campeonato, Taça de Portugal e Supertaça. Orientadas pelo professor Eugénio Rodrigues, as nossas 14 atletas foram briosas e exemplares. Apesar de algumas saídas de peso, sobretudo as duas norte-americanas (Japonica James e Altia Anderson), a verdade é que nos reforçamos muito bem. Sobretudo com quatro contratações: a brasileira Raphaella Monteiro, a norte-americana Taylor Peacocke, a mexicana Myriam Lara Ackerman, e a portuguesa Carolina Rodrigues. Como tinha avisado o nosso treinador, o jogo frente ao V. Guimarães não iria ser nada fácil. Ganhámos por apenas dois pontos e com um final de jogo de enorme suspense. Eugénio Rodrigues voltou a ter olho de águia, na reta final do jogo, e fez nos vibrar. Impressiona, sobretudo, o seu pragmatismo - jogar como se fosse a última vez. Ganhar como se fosse a primeira! É este o mote da equipa. Eugénio Rodrigues é conhecido pela sua competência e pela forma como passa a mensagem a todas as suas pupilas, no dia em que não vencermos, porque ninguém vence sempre, que tenhamos feito o suficiente para que esta Nação Benfiquista tenha orgulho em nós. Seguem-se o polo aquático, dia 16 de Outubro, em Felgueiras, e o hóquei em patins, dia 23 de Outubro, em Alverca."

Pedro Guerra, in O Benfica