sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Editorial


"1 - Os factos e os números expressam a solidez deste início de época do Benfica. Cinco vitórias consecutivas no arranque oficial das competições, o que já não acontecia desde 1982, há 39 anos. A derrota imposta ao PSV foi a primeira da equipa neerlandesa nesta temporada e sublinha um trajecto de sucesso da nossa equipa com três vitórias em três partidas na fase de apuramento para a Liga dos Campeões. Em cada um dos jogos, campeonato incluído, o Benfica marcou dois golos e apenas em duas vezes sofreu um. Consistência, qualidade e uma identidade de jogo que está a crescer e a consolidar-se.

2 - O Benfica está um passo à frente para marcar lugar na fase de grupos da Liga dos Campeões. Nada ainda está fechado, e todos sabíamos que assim seria, que tudo iria ficar definido só no limite dos 180 minutos. Sem o valor acrescido dos golos fora, imperioso no Estádio da Luz era mesmo vencer. Está feito! Com inteligência, frieza, rigor táctico e um coração guerreiro saberemos em Eindhoven eliminar uma equipa que respira qualidade ofensiva mas que também se expõe. E que é vulnerável ao talento e à organização que os jogadores do Benfica têm sabido explanar em campo. Vamos a jogo, com personalidade, em vantagem e com uma confiança crescente alicerçada nos resultados.

3 - Nesta edição do jornal O Benfica destacamos as memórias de um avançado que nos deu inúmeras alegrias. Rui Águas foi um dos grandes goleadores da história do Clube, e é com nostalgia que o acompanhamos numa viagem ao passado e a alguns momentos que nunca esqueceremos, sejam golos decisivos ou plantéis que ficarão para sempre no nosso imaginário. Boas leituras e boas férias!"

Pedro Pinto, in O Benfica

Há sempre formas criativas de abordar os mesmos (ou outros) temas, de outro prisma. Duarte Gomes lança um desafio à imprensa


"Não é segredo para ninguém que a generalidade da imprensa portuguesa (não toda) vive dias difíceis.
Qualquer pessoa minimamente atenta já percebeu que o problema existe há vários anos e que a pandemia veio apenas aprofundá-lo. Torná-lo mais visível, mais exposto.
Essa quebra progressiva tem várias razões subjacentes. Razões internas e externas, estruturais e conjunturais. Mas o que é mais preocupante é que trouxe desvantagens imediatas a todos os níveis.
Há instituições com pergaminhos e décadas de história que têm o seu futuro imediato em risco; há centenas (milhares?) de profissionais (jornalistas, repórteres, fotógrafos, editores, etc) que foram paulatinamente dispensados, deixando para trás anos e anos de lealdade à casa-mãe; e, claro, há também a questão da diminuição da qualidade do produto, em si. Ninguém faz mais com menos.
No meio dessa luta pela sobrevivência, pela busca do equilíbrio ideal, um dilema adicional: a necessidade de vender com urgência, de vender muito, é quase sempre inimiga da responsabilidade (deontológica) de fazer bem.
Importa sublinhar, no entanto, que essa não é uma realidade transversal: há quem faça muito e faça bem e isso é algo elogiável. No entanto, na maioria dos casos, a linha que separa as duas "margens" parece estar cada vez mais esbatida.
Independentemente de outro tipo de discussões que podem e devem ser levantadas a este nível, parece-me fundamental que, internamente, cada órgão de comunicação social arrisque mais na qualidade em detrimento da quantidade.
Em tempos desafiantes, é preciso manter a coragem de criar conteúdos positivos, construtivos e pedagógicos, mesmo que isso não traga retorno a curto prazo.
A verdade é que as pessoas ouvem, vêem e lêem aquilo que lhes vendemos. Se lhes vendermos apenas "sexo, violência e bola", elas consumirão "sexo, violência e bola".
A imprensa cria hábitos, tradições. Cultura. 
Não basta dizer que o povo só quer ver isto ou aquilo, porque na verdade o povo quer aquilo que recebe sistematicamente. A meu ver, também cabe à imprensa a "responsabilidade" deontológica de mudar hábitos e educar pessoas, através de informação séria, com qualidade e verdade, em detrimento da sensacionalista, corrosiva ou nem sempre verificada.
Percebo perfeitamente as dificuldades que sentirão alguns jornais, rádios e televisões (nesta fase da minha vida, sou particularmente solidário com todos eles), mas continuo a achar que o único caminho é esse.
No caso do futebol por exemplo, somos "invadidos" diariamente pelas mesmas notícias, passadas em cinco, seis canais diferentes em simultâneo: diretos de conferências de imprensa, análise aos diretos de conferências de imprensa, debates pré-jogo, debates pós-jogo, análise de mercados e transferências, de rumores, de diz que diz, de arbitragens, enfim... um saco cheio do mesmo que, por muito relevante que seja, vence pelo cansaço. Esgota a paciência bem-intencionada de quem vê e ouve a mesma coisa cantada de forma diferente, dia após dia, semana após semana, época após época.
Está na hora de fazermos mais. De fazermos diferente.
Ainda que os conteúdos e protagonistas mais valiosos estejam quase sempre vedados à imprensa, logo às pessoas (outro assunto que deve ser discutido a sério), há sempre formas criativas de abordar os mesmos (ou outros) temas, de outro prisma. Com outra luz, com outro olhar. Com novos ângulos.
Não sei se por falta de paciência, se por pura acomodação ou se por receio de perder nos números, mas a verdade é que a coisa não parece andar.
Tenho a convicção plena que o primeiro a arriscar nesse sentido vai colher mais e melhor do que todos os outros. Mesmo que demore mais, mesmo que invista mais.
Fica o desafio."

A prevenção antidopagem


"Recenseamos investigações universitárias que tomam como objeto de estudo as realidades do terreno, a especificidade de uma cultura, a análise de género, as representações da dopagem, as resistências dos atores sociais aos programas de educação, mas não conhecemos trabalhos que visam juntar e sintetizar estas pesquisas. Uma descrição das políticas de prevenção da dopagem, os obstáculos e as realidades, na qual mergulham os atores sociais, está por escrever. Ela permitiria ter em conta as forças e as fraquezas da prevenção e identificar as margens de progressão. Patrick Trabal, Professor na Université Paris-Nanterre La Défense, do qual fui colega, refere que a luta contra a dopagem se inscreve numa história que lhe é própria. É o caso de todos os dossiers sanitários, mas contrariamente ao da luta contra a obesidade, ou contra a sida, por exemplo, a história da luta contra a dopagem nunca foi realmente escrita.
Segundo Trabal (2014), afirmar a importância da prevenção na luta antidopagem é um lugar-comum. As federações internacionais, a Agência Mundial Antidopagem (AMA), o Comité Olímpico Internacional (CIO), os Governos e as Instituições estão de acordo sobre a necessidade de informar e de educar os atletas. Todavia, este consenso não resolve os problemas. Para responder à questão dos valores e da finalidade da prevenção da dopagem, o autor analisou um conjunto alargado de textos de diversas instituições internacionais (AMA, UNESCO, Conselho da Europa, Comité Olímpico Internacional e Organização Mundial de Saúde, etc.), ligadas na luta contra a dopagem.

Tabela 1
Instituições        Número de textos Número de páginas
CIO                            176                           1470
UNESCO                    57                             598
AMA                           54                           2909
Conselho da Europa    35                            185
OMS                             3                               16
Coletivo Uriage            2                               68

Os textos, que abrangeram o período temporal de 1963 a 2013, foram analisados com recurso a um software de tratamento de texto (Prospéro). Os resultados desta pesquisa revelaram que a luta contra a dopagem assume diferentes formas: uns proclamam ambições modestas, esforçando-se, apenas, em “reduzir”; outros pretendem “erradicá-la”. As sanções a aplicar também são diferentes, segundo os países e as culturas. A sensibilização surge como a primeira etapa do projeto educativo. As instituições que se encarregam da prevenção no âmbito da dopagem não se preocupam com as situações de terreno. A falta de interesse pelas ações de prevenção “em curso” é notável quando se analisa a imprensa. A imprensa convoca os especialistas – entre os quais os sociólogos – que colocam em evidência as causas estruturais da dopagem e as dificuldades de ação. Nesse sentido, é apontada a hipocrisia do movimento desportivo ou o caráter inevitável da dopagem numa atividade focada na ultrapassagem dos limites e do excesso.
Na análise, Trabal (2014) salienta que os sociólogos raramente promovem investigações sobre esta realidade social. A prevenção sobre a dopagem ainda não é muito estudada. Quando os sociólogos se interessam pela dopagem, eles são tentados sobre a análise sobre os significados sociais do fenómeno. As análises sobre os modos de regulação da dopagem e a implementação das políticas antidopagem incindem sobre a pertinência da regulação ou sobre a legitimidade de lutar contra a dopagem, mas entram pela questão da ética, pela sociologia moral ou pela sociologia da ação pública.
Os estudos sobre as atitudes dos médicos, relativamente a esta matéria, também são escassos, o que está em consonância com a realidade portuguesa (Uzuelli, 2012). Aliás, Uzuelli (2012) conclui que muitos médicos não estão aptos para tratar os atletas sujeitos a controlos antidopagem, provocando uma diminuição da confiança destes pelo corpo médico. Isso tem repercussões, designadamente no aumento da quantidade de casos de violação das normas antidopagem. A autora recomenda que, para futuros trabalhos referentes ao tratamento médico de praticantes sujeitos a controlos antidopagem, se estude a preparação de outros profissionais de saúde (médico-dentistas, farmacêuticos e enfermeiros), dado que a lista de substâncias e métodos proibidos é divulgada pelas várias Ordens.
Sobre as investigações em ciências sociais financiadas pela AMA, realça-se que é, sobretudo, a psicologia que é proeminente. Repara-se também que o uso do inquérito por questionário é o mais corrente nesses estudos. Para perceber a realidade, os investigadores procuram registar o “social”, entendido essencialmente como “fatores sociais” com a ajuda dos questionários, recorrendo aos métodos estatísticos e as entrevistas complementam a análise.
“A melhoria da prevenção passa pela deslocação, não do “alvo” num lugar e num tempo fixo pelos “preventólogos”, mas pelos atletas”, salienta Trabal (2014, p. 40). É preciso disponibilizar uma informação pertinente e educar de forma personalizada, não opondo, claro, as ações mais clássicas. Isso pode ser feito, como se faz, pelos serviços por telefone. Os atletas e os seus próximos exprimem-se, igualmente, nos fóruns de internet. O interesse sobre este tipo de rede para a prevenção é múltiplo."

Conselho de Arbitragem perdeu a vergonha de vez


"Depois das escandalosas arbitragens do P. Ferreira - FC Porto (20/21), FC Porto - Famalicão (20/21) e do recente Famalicão - FC Porto (21/22), sempre em favor do FC Porto, julgámos que, tão cedo, o CA da FPF não teria coragem de voltar a nomear Nuno Almeida para um jogo dos 3 grandes. Não poderíamos estar mais enganados.
Findos menos de meia dúzia de dias após a fantástica arbitragem em favor do FC Porto frente ao Famalicão, na última jornada, Nuno Almeida foi devidamente premiado pelo Conselho de Arbitragem e, assim, apitará o Gil Vicente – SL Benfica na 3ª jornada do campeonato português.
Mas quem é afinal Nuno Almeida e qual a verdadeira razão da sua nomeação para o Gil Vicente - SL Benfica, sendo do conhecimento comum que este arbitrou todos os jogos do FC Porto com decisões inquinadas sempre em favor do clube azul e branco? Nós avivamos a memória.
Nuno Almeida foi um dos árbitros constituídos arguidos no processo “Apito Dourado” que envolveu, entre outros, o FC Porto, e assolou o futebol português. Este árbitro esteve envolvido na suspeita de um alegado crime de corrupção desportiva passiva, enquanto Pinto de Sousa e Pinto da Costa, no mesmo caso, foram indiciados de crimes de corrupção desportiva ativa.
Na altura, o Ministério Público avançou que Pinto da Costa teria ligado a Pinto de Sousa, então presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, e este teria recebido indicações do presidente do FC Porto relativamente à nomeação do árbitro, considerando Nuno Almeida “um bom árbitro (para o FC Porto)”.
Pinto de Sousa, após o pedido de Pinto da Costa, nomeou Nuno Almeida e o FC Porto acabaria por ganhar esse jogo por 3-0 frente ao Maia, na 5ª eliminatória da Taça de Portugal da época de 2003/2004.
Este foi árbitro responsável pelo roubo escandaloso da época passada entre P. Ferreira e o FC Porto, em que Nuno Almeida decidiu anular um golo limpo ao P. Ferreira e marcar um penálti escandaloso a favor do FC Porto e este foi também o árbitro responsável por não ver qualquer penálti contra o FC Porto na última jornada, frente ao Famalicão, aquando a placagem de Diogo Costa a Pablo, aos 45+1 minutos de jogo. É, por demais evidente, que este sujeito é um árbitro do Sistema.
Fontelas Gomes, Paulo Costa e Bertino Miranda continuam a gozar com a cara de todos os benfiquistas e a cuspir na transparência e honorabilidade da arbitragem do futebol português. Estamos atentos às movimentações dos bastidores."

Comunicado


"Face às informações recentes vindas a público cumpre ao Sport Lisboa e Benfica esclarecer:
1 - Toda a informação relativa às empresas subsidiárias que são parte integrante do Grupo Sport Lisboa e Benfica poderá ser consultada no Relatório & Contas anual do Clube, enquanto Empresa-Mãe do Grupo Sport Lisboa e Benfica, sendo a próxima publicação no próximo mês de setembro, compreendendo a atividade do exercício agora findo de 2020-21, onde se incluirá um ponto referente à Benfica Internacional.
2 - O Grupo empresarial do Sport Lisboa e Benfica é constituído por 12 Subsidiárias, detidas (parcial ou totalmente) e controladas pelo Clube Sport Lisboa e Benfica, sendo a Benfica Internacional uma dessas 12 Empresas.
3 - A Benfica Internacional, constituída em fevereiro de 2021 com o apoio jurídico dos nossos advogados da VdA – Vieira de Almeida, é detida a 100% pela Benfica SGPS, que tem como Empresa-Mãe o Sport Lisboa e Benfica, detentor de 100% do capital da Benfica SGPS.
4 - No âmbito da estratégia de expansão internacional da marca Benfica, foi constituída a Benfica Internacional com o objetivo de gerir todas as participações sociais em empresas que vierem a ser constituídas em diferentes geografias, nomeadamente nos territórios com enfoque estratégico para a marca Benfica: EUA, China e Inglaterra.
5 - As operações que vierem a ser desenvolvidas nos territórios qualificados como estratégicos para a marca Benfica poderão dar origem à criação de empresas nessas geografias (exemplo futuro: Benfica USA), pelo que todas as empresas sediadas internacionalmente serão detidas e geridas pela Benfica Internacional, em conformidade com o propósito da sua constituição.
6 - A crise da COVID-19 atrasou todo o processo de internacionalização da marca Benfica, pelo que, até à data, ainda não foi constituída nenhuma empresa em territórios internacionais. Em consequência, ainda não foi criada nenhuma operação nos marcados considerados como prioritários, pelo que a Benfica Internacional não é detentora de qualquer participação social.
7 - O Sport Lisboa e Benfica desconhece qualquer investigação das autoridades no âmbito da ação desenvolvida para a internacionalização da marca Benfica. Como lhe compete, e no espírito de transparência a que se encontra obrigado, o Sport Lisboa e Benfica estará sempre disponível para esclarecer qualquer aspeto relacionado com esta matéria ou com outras que se prendam com a vida do Clube."