quinta-feira, 19 de agosto de 2021

5 atos de uma obra prima


"Tão simples, tão bom.
O golo inaugural do Benfica pode ser descrito em 5 belos atos (decisões/execuções), que tornaram tudo tão simples como eficiente e eficaz."

A exigência lusitana


"José Augusto foi dos primeiros jogadores a ser alvo dos assobios das bancadas

Diz-se que o público é a alma do futebol, pois, muitas vezes, é no apoio das bancadas que os jogadores vão buscar forças para superar as adversidades. No entanto, os adeptos também são conhecidos por serem juízes pouco brandos e com uma memória com a duração de um fósforo. Se num momento um futebolista é aplaudido e elogiado por ter feito uma boa jogada, pode no momento seguinte, ser criticado e considerado um dos atletas com menos qualidade na equipa, apenas por ter falhado um passe ou um golo. No adepto, a emoção deixa pouco espaço para a razão.
Na segunda época de José Augusto de águia ao peito, o extremo viveu uma situação ambivalente. Após ter sido o melhor marcador da equipa e uma das peças-chave para a conquista do Campeonato Nacional, o jogador deslumbrava a Europa com a sua velocidade, técnica e imprevisibilidade, ao ponto de a imprensa estrangeira o ter apelidado de Garrincha português. As suas exibições não deixavam os adversários indiferentes, como na Dinamarca, em que os adeptos não resistiram e o carregaram em ombros no final da partida.
Contudo, em Portugal acontecia algo pouco visto até então: 'torna-se hábito o concerto de assobios nas partidas de futebol'. E um dos principais visados era o extremo benfiquista, 'resolveram escolher José Augusto para dar largas a essa falta de civismo'. A situação agudizou-se de tal forma, que o jornal O Benfica teve de intervir, questionando os adeptos: 'Não será mais fácil incitar à melhoria em vez de lançar o pânico?'
O apelo pareceu surtir efeito. No dia em que saiu essa edição do periódico, o Benfica defrontou o Belenenses, na última jornada do Campeonato Nacional José Augusto foi bastante aplaudido e agradeceu com uma excelente exibição, fez um golo e uma assistência na vitória por 4-0. A imprensa fez questão de o realçar: 'O popular e valoroso extremo do Benfica pareceu-nos bem mais confiante e mais alegre. As coisas tornaram a sair-lhe bem'.
José Augusto terminou a época como campeão nacional, sendo o segundo melhor marcador da equipa, com 24 golos, e campeão europeu, em que contribui com 7 golos.
Saiba mais sobre a carreira deste fenomenal jogador na área 23 - Inesquecíveis, do Museu Benfica - Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica

Vantagem Benfica


"Grande jogo ontem na Luz entre duas excelentes equipas, perante fervorosos Benfiquistas que esgotaram a lotação permitida e foram incansáveis no apoio ao Benfica.
O clube neerlandês, tal como o Benfica, só conhecia o triunfo desde que a época teve início. Enquanto a nossa equipa levava cinco vitórias consecutivas nos cinco primeiros jogos oficiais, um feito que já não conseguia há 39 anos (38 se não se considerar a Taça Ibérica em 1983), o PSV ultrapassara dois adversários para chegar ao play-off da Liga dos Campeões, entrara a vencer no Campeonato do seu país e conquistara a Supertaça na sequência de uma goleada, por 4-0, ao Ajax.
Não surpreendeu, portanto, a qualidade patenteada por ambas as equipas na partida realizada ontem, numa primeira parte de claro ascendente benfiquista e um segundo tempo caracterizado por um PSV à procura da redução da desvantagem verificada ao intervalo.
Confirmou-se assim a ideia de que ambas as equipas têm valor para figurar na fase de grupos da Liga dos Campeões. A vitória sorriu para as nossas cores, por 2-1, um resultado justo face ao que se passou em campo ao longo dos noventa minutos.
Jorge Jesus considera que "ganhámos a uma grande equipa e o Benfica fez um grande jogo" e levantou um pouco do véu da abordagem tática para enfrentar o PSV: "O adversário não é fácil de parar ofensivamente, deixámos fazer a posse de bola no meio-campo deles como estratégia, era uma posse de bola que não nos trazia problemas."
Para Pizzi, o PSV é "uma equipa bastante difícil, que gosta de ter bola e que tem bons jogadores", o que valoriza a concretização do principal objetivo para a primeira mão desta eliminatória, que passava por vencer e assegurar a vantagem na eliminatória. João Mário, Lucas Veríssimo e Odysseas alinharam pelo mesmo diapasão, com este último a destacar: "Seguimos o plano e fizemo-lo muito bem."
O segundo desafio terá lugar em Eindhoven, nos Países Baixos, já na próxima semana (terça-feira), e a vantagem conseguida ontem na Luz não condicionará a abordagem ao jogo. "Vamo-nos preparar para ganhar na Holanda. Partimos em vantagem, que não nos garante nada. Nenhum resultado garantiria", asseverou Jorge Jesus.
Mas antes haverá um importante desafio em Barcelos, frente ao Gil Vicente, a contar para o Campeonato (sábado, às 18 horas). É focada na conquista dos três pontos nessa partida que a nossa equipa já se prepara afincadamente no Benfica Campus.
Força, Benfica!

P.S.: A nossa equipa feminina de futebol qualificou-se para a final da ronda 1 do apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Um triunfo garantirá a presença na ronda 2, a derradeira eliminatória, disputada em duas mãos, que definirá os 16 participantes na prova."

Cadomblé do Vata


"1. Magia? O que é magia? Magia é estar uma semana a ouvir que se vai ser varrido pelo PSG Eindhoven e ao fim de hora e meia, ganha-se ao PSV Amadora.
2. "Agora lá estamos lixados, porque eles vão ter mais posse de bola, vão pressionar mais e vão ser melhores"... relaxem, hoje ganhamos-lhes e eles tiveram mais posse, pressionaram mais e foram melhores.
3. Cenas que me deixam fora do sério... tipos que não perdem uma oportunidade de mostrar as peitaças, os abdominais e as coxas, apagarem fisicamente ao fim de 60 minutos.
4. Independentemente da qualidade do adversário, é uma vergonha o Sport Lisboa e Benfica jogar em casa com 4 centrais... ainda hoje, foram 90 minutos com Otamendi, Morato e Lucas Verissimo, que conta por dois
5. Está visto que se depender do Grimaldo, o Helton Leite nunca mais sai do banco... passa os jogos a criar maravilhosas oportunidades para o Vlachodimos brilhar."

SL Benfica 2-1 PSV Eindhoven: Águias seguem na frente


"A Crónica: Vlachodimos Segurou A Vantagem Encarnada
SL Benfica e PSV Eindhoven encontraram-se na primeira mão do play-off de apuramento para a fase de grupos da Liga Campeões. Dois emblemas com aspirações e que ainda não tinham conhecido o sabor da derrota esta época.
O encontro começou equilibrado, com as duas equipas a estudarem-se mutuamente durante os minutos iniciais. O SL Benfica chegou à vantagem numa das primeiras ocasiões de perigo, depois de uma combinação entre Pizzi e Yaremchuk. O avançado ucraniano colocou a bola em Rafa, que rematou cruzado e fez levantar as bancadas do Estádio da Luz.
O PSV sentiu o golo, mas passados poucos minutos começou a assumir mais a posse de bola e foi-se aproximando com perigo da baliza encarnada. Aos 27 minutos, Eran Zahavi introduziu o esférico na baliza de Odysseas Vlachodimos, mas o israelita estava em posição irregular e o tento foi anulado.
A equipa visitante crescia no jogo e criava oportunidades de perigo, em grande parte graças à exibição de Noni Madueke, mas foi a formação da casa que voltou a celebrar, desta feita por intermédio de Julian Weigl. Canto batido e depois de um cabeceamento de Otamendi, o médio alemão apareceu a encostar para o segundo golo da noite.
Após o intervalo os visitantes entraram mais concentrados e desde cedo colocaram em sentido a equipa da casa. O SL Benfica mostrava muita dificuldade em controlar a posse de bola e descia cada vez mais no terreno.
O golo neerlandês chegou ao minuto 51 por intermédio de Gakpo, que arrancou do meio-campo e só parou para festejar o golo depois de um bom remate de fora da área. Os encarnados sentiram o tento e apenas Vlachodimos foi capaz de manter a vantagem portuguesa.
Até ao final as duas formações procuraram o golo, com a formação lusa a tentar conter o ímpeto adversário, mas o resultado não sofreu alterações e é o SL Benfica que parte em vantagem para o segundo jogo.

A Figura
Odysseas Vlachodimos O guardião grego não teve uma exibição imaculada, mas apareceu nos momentos decisivos quando a equipa parecia desnorteada. Rafa também podia ocupar esta posição, mas o guarda-redes das águias segurou este triunfo.

O Fora de Jogo
Segunda parte benfiquista O primeiro tempo não foi brilhante, mas na segunda parte a equipa da casa correu muitos riscos e podia ter saído da primeira mão com outro resultado. A falta de pressão sobre o portador e incapacidade de controlar a partida com bola com foram visíveis e terão que ser corrigidas para o segundo jogo, que promete mais dificuldades.

Análise Tática – SL Benfica
Muito se debateu ao longo da semana sobre o sistema tático que o SL Benfica utilizaria frente ao PSV, se o 4x4x2 ou o 3x4x3. Jorge Jesus admitiu na conferência de imprensa pré-jogo que a decisão só seria tomada depois da última sessão de treino, mas que a equipa se sentia confortável de ambas as formas.
O timoneiro das águias optou pela segunda opção, ao colocar Morato no papel de terceiro central, numa tentativa de controlar a largura dos neerlandeses. O jovem defesa teve uma exibição competente e ajudou a defensiva encarnada a controlar as iniciativas adversárias nos minutos iniciais.
Com Weigl e João Mário na zona central, as águias tiveram sempre critério com bola, mas apostaram, talvez em demasia, em passes longos que procuravam a profundidade nas costas adversárias. A estratégia funcionou em certa medida, mas com o passar dos minutos e o desgaste a acumular-se, Yaremchuk e Rafa deixaram de conseguir aguentar o choque e a procura da segunda bola.
No segundo tempo a toada agravou-se, com o PSV a dominar a posse de bola e a obrigar o SL Benfica a defender cada vez mais recuado. As entradas de André Almeida e Meïté tentaram condicionar as transições ofensivas do adversário, e deram mais consistência à zona intermédia do campo.

Onze Inicial e Pontuações
Odysseas Vlachodimos (8)
Diogo Gonçalves (6)
Otamendi (6)
Lucas Veríssimo (7)
Morato (6)
Grimaldo (6)
Julian Weigl (6)
João Mário (7)
Rafa (8)
Pizzi (6)
Yaremchuk (7)
Subs Utilizados e Pontuações
Everton (6)
Meïté (6)
André Almeida (6)
Taarabt (5)
Gonçalo Ramos (6)

Análise Tática – PSV Eindhoven
Com uma frente ofensiva muito móvel, o PSV tentou apostar na velocidade para encontrar falhas na defesa encarnada. Com Zahavi a ponta-de-lança e Gakpo e Madueke a criar perigo vindos das alas, o tridente ofensivo neerlandês foi um autêntico quebra-cabeças, especialmente para Alex Grimaldo.
No processo ofensivo, a equipa de Eindhoven abria os seus centrais e permitia que Van Ginkel ou Sangaré iniciassem o ataque, libertando os laterais para subir e abrindo espaço que Götze podia aproveitar.
O golo aconteceu numa situação de transição rápida numa altura em que o meio-campo das águias se encontrava desgastado depois de longos minutos a controlar o espaço e a tentar condicionar a posse neerlandesa.

Onze Inicial e Pontuações
Joël Drommel (6)
Philipp Mwene (6)
André Silva (6)
Olivier Boscagli (6)
Philipp Max (6)
Ibrahim Sangaré (6)
Marco Van Ginkel (7)
Mario Götze (6)
Noni Madueke (7)
Eran Zahavi (6)
Cody Gakpo (7)
Subs Utilizados e Pontuações
Armando Obispo (6)
Davy Pröpper (6)
Bruma (6)
Yorbe Vertessen (5)
Jordan Teze (5)

BnR na Conferência de Imprensa
PSV Eindhoven
BnR – Na antevisão deste encontro ouvimos o treinador do Benfica destacar o papel de Mario Götze no ataque do PSV. Ficou contente com a forma como o médio se comportou?
Roger Schmidt – Acho que o Mario jogou bem. Os adversários estão sempre focados nele e tentam retirar-lhe espaço para que ele não consiga criar para os seus colegas, mas, como perceberam, não é fácil criar oportunidades claras contra o Benfica. São uma equipa organizada que por vezes defende com uma linha de três, outras vezes com cinco, mais dois médios-centro, logo não é fácil criar grandes ocasiões.

SL Benfica
BnR – Antes da partida destacou a importância de Mario Götze a aproveitar o espaço entre linhas para criar perigo. O que achou da forma como a equipa o conseguiu condicionar?
Jorge Jesus – Ele é um jogador que sem ter bola, joga muito. Ele coloca os outros a jogar sem bola pelos movimentos que faz, pelo conhecimento posicional que tem em função das jogadas, e depois quando tem bola é um jogador de que ninguém tem dúvidas do valor. Esta equipa do PSV tem quatro avançados com muita qualidade individual, o próprio Zahavi tem muita qualidade, muita velocidade, é difícil de parar. É uma equipa que pode surpreender caso não se defenda bem como o Benfica fez hoje."

Gakpo escaldado do Benfica não tem medo


"Encarnados foram eficazes na 1.ª parte e desapareceram na 2.ª. E com isso permitiram a um até então previsível PSV crescer, reduzir para 2-1 por Cody Gakpo - o melhor dos neerlandeses - e deixar tudo em aberto para uma 2.ª mão que será, no mínimo, perigosa. A entrada na Champions vai dar trabalho

Se há frase futeboleira que nasceu cliché, vive cliché e vai morrer cliché (isto se morrer, claro) é aquela que nos fala de jogos com “duas partes distintas”, como se todos os jogos não tivessem sempre uma 1.ª e uma 2.ª parte, ou seja, partes distintas per se.
Mas concordemos que estamos a falar de “partes distintas” no sentido figurado, da forma como uma equipa se apresenta em campo. E nesse sentido, o Benfica - PSV foi um jogo de “duas parte distintas” para os encarnados, na medida em que na 1.ª parte o Benfica esteve em campo e na 2.ª parte não esteve, o que, aqui entre nós, quase justifica a utilização de um cliché num texto.
Porém, é isso mesmo. Enquanto esteve em campo, o Benfica foi uma equipa de Champions, a equipa que já devia estar na fase de grupos da liga milionária como disse Jesus na antevisão: perante um adversário irreverente no ataque, com os exageros próprios da juventude, os encarnados foram uma equipa adulta, que é como quem diz eficaz nas poucas oportunidades, a responder com pragmatismo ao brincanaareismo neerlandês aproveitando o espaço entrelinhas e as costas da linha defensiva, que eram precisamente os pontos a explorar neste PSV.
O primeiro golo, logo aos 10 minutos, nasce de um desequilíbrio criado por Morato, num passe vertical que lançou Pizzi, que deu por sua vez para Yaremchuk. O ucraniano, que se habituou agora a estar em todos os golos do Benfica, viu bem a diagonal de Rafa e meteu-lhe a bola a jeito. O internacional português recebeu com o pé direito, deu um pequeno toque com o esquerdo e estava feito o 1-0. Em poucos minutos, o Benfica utilizava com eficácia o espaço que uma estendida linha média do PSV deixava no meio.
Depois do golo o Benfica ofereceu a bola ao PSV, levou o jogo para um registo em que os neerlandeses não estão totalmente confortáveis e os malabarismos de Madueke iam deixando Grimaldo com a cabeça em água, mas sem grandes efeitos práticos. Zahavi marcaria aos 28’, mas em fora de jogo, num dos únicos momentos da 1.ª parte em que o Benfica foi surpreendido nas costas e Vlachodimos defendeu aos 34’ um remate de Cody Gakpo depois deste ganhar a Morato e Otamendi. Mas, olhando para a floresta e não para os pequenos arbustos, o PSV não fazia perigar a vantagem do Benfica.
E tudo pareceu ficar ainda mais fácil quando aos 42’, num canto, a bola sobrou para Weigl e o alemão fez o 2-0, novamente com Yaremchuk metido ao barulho - ganhou o lance no coração da área face a uma catrefada de jogadores do PSV.
A eliminatória parecia, portanto, bastante bem encaminhada.
Acontece que os jogos ainda têm duas partes e na 2.ª parte o Benfica resolveu não aparecer. Logo aos 48’, Vlachodimos salvou o que seria o 2-1 com uma grande defesa a um cabeceamento de Van Ginkel e rapidamente o jogo ganhou um novo protagonista: Cody Gakpo. Poucos minutos depois da oportunidade de Van Ginkel, o extremo conduziu da lateral para o meio, a defesa do Benfica ficou a controlar à distância e quando reagiu já era tarde. O remate à entrada da área bateu no pé de Otamendi e de forma caprichosa a bola foi entrar junto ao poste esquerdo da baliza do Benfica, enganando Odisseas.
João Mário não estava, ao ataque não chegava a bola e o Benfica respondeu ao golo dando ainda mais espaço e iniciativa ao PSV. Gakpo tornou-se então num vagabundo difícil de controlar, aos 63’ fez o passe para isolar Gotze, com o alemão a falhar o remate quando estava isolado, e aos 76’ fez Vlachodimos brilhar com mais um remate perigoso à entrada da área. Antes disso, já o grego havia salvado o Benfica ao travar um desvio acidental de Lucas Veríssimo e se os encarnados vão para Eindhoven com uma vantagem de 2-1 (perigosa, mas ainda assim uma vantagem), bem podem agradecer ao seu guarda-redes.
Físico ou por inoperância tática, o colapso do Benfica deveria preocupar Jorge Jesus, que não se pode dar ao luxo de falhar a Champions pelo segundo ano consecutivo. Esta quarta-feira, na 1.ª parte, o Benfica mostrou que de cabecinha fresca é melhor que o PSV. E só de cabecinha fresca vai evitar sofrer daqui a uma semana, nos Países Baixos."

Curtas Benfica vs PSV


"O futebol é por definição um jogo imprevisível mas de vez em quando há encaixes tácticos que parecem mesmo “feitinhos para dar” como na canção.
Para quem já tinha visto o PSV que defende numa espécie de 442 quando o seu bloco está médio era observável o espaço entre os médios centro e alas. Com a apetência dos centrais e Weigl para a realização de passes verticais a probabilidade dos médios ofensivos receberem entre linhas com espaço anormal para rodar e conduzir a este nível era grande. O Benfica nos primeiros minutos somou ligações deste tipo e com a ajuda de Yaremchuck chegou ao golo de forma “natural”.
A partir daqui o jogo muda de figura. O Benfica baixa declaradamente para bloco médio em 541. Duas linhas muito juntas e alas por dentro com especiais preocupações em fechar espaço interior e não deixar a bola entrar nas suas costas com distâncias reduzidas para os médios.
Tudo isto é consequência da forma como o PSV ataca. Os holandeses colocam os alas muito por dentro e fazem bastante apelo ao passe vertical para a zona entre linhas do adversário, deixando normalmente a largura para somente um jogador (eventualmente 2×1 se colega aparecer de trás).
Ainda que com maior posse de bola o PSV não chegava ao último terço adversário. Situação que mudou sensivelmente a partir dos 30 minutos. As duas linhas compactas do Benfica são óptimas para prevenir o jogo entre linhas mas não permitem uma constante pressão ao portador da bola, aproveitada pelos jogadores de trás para lançar bolas para as costas da defesa encarnada. Avançaram no campo, nomeadamente através de 1×1 à direita no duelo Madueke vs Grimaldo mas, seja no controlo do cruzamento seja a forçar o extremo a utilizar o pé direito (é esquerdino) os encarnados controlaram e acabaram até por chegar ao 2-0 de bola parada.
Na 1ª parte os extremos do PSV saiam na pressão aos centrais na fase inicial da construção, o lateral encarava com o ala e era um dos centrais que saia na marcação ao médio ofensivo. Estratégia de risco mas bem sucedida. Na 2ª parte o Benfica respondeu bem, colocou mais vezes Rafa e Pizzi à largura criando indefinição na marcação, porque os centrais ficavam na dúvida se iam à linha lateral, e a melhor oportunidade no segundo tempo surgiu no inicio desta forma.
Logo a seguir o golo do PSV. Um passe para a “zona de ouro” da primeira parte mas desta vez o lateral Max estava por dentro, encurtou distâncias e lançou o contra-ataque que acabou na baliza de Vlachodimos.
No binómio pressionar a bola-proteger o corredor central, o Benfica nunca se conseguiu definir. O PSV também apareceu com mais variabilidade, posses mais longas, não tão dependentes do passe vertical, Gakpo à esquerda variava entre aparecer fora ou dentro. Quando pressionava a linha média do Benfica era atraída, a defensiva sempre muito conservadora até porque o adversário força muito as rupturas, e passou a existir espaço nas suas costas.
Na 2ª parte valeu ao Benfica Vlachodimos que fez um grande jogo e a habitual competência das equipas de JJ no que à protecção da baliza diz respeito pela linha defensiva. Veremos como o PSV irá tentar alterar esta situação. Hoje foi o que faltou, e um pouco mais de eficácia, para levar um resultado positivo da Luz.
Eliminatória equilibrada como o previsto com o PSV a exibir-se muito bem. O Benfica terá de estar no seu melhor para garantir a Champions na Holanda."

Carlos Vinícius | A saída anunciada do SL Benfica


"70 golos, 16 assistências, 1,90m e 86Kg. Este é o cartão-de-visita de Carlos Vinícius, cartão esse que não basta para que Jorge Jesus ligue ao avançado brasileiro. Após o empréstimo ao Tottenham FC no primeiro ano da Segunda Vinda de Jesus, o atacante de 26 anos está claramente de saída no segundo ano de contrato do técnico português.
A saída já vinha de forma crescente angariando contornos de certeza e a chegada de Yaremchuk e a aposta mais sólida em Gonçalo Ramos tornam-na uma garantia. O desapreço que Jorge Jesus nutre por Vinícius tem sido apontado como o motivo por detrás da decisão tomada pela administração encarnada, mais até do que uma eventual necessidade de fazer dinheiro com ativos.
De resto, os valores falados nem são tão avassaladores como se esperaria: fala-se em 25 milhões de euros. O valor em si não é alto e a margem de lucro é quase nula, acrescentando os salários aos 18 milhões despendidos na contratação do brasileiro. Não é, portanto, uma questão de contas. Assim, a razão exclusiva da iminente saída de Vinícius parece mesmo ser o facto de não fazer parte de outras contas, as de JJ.
Sobeja saber porquê. Sendo um avançado possante, com claro faro de golo (conseguiu dez tentos ao serviço dos londrinos na época que passou emprestado debaixo da sombra de Harry Kane), com movimentos de ponta-de-lança claro, com uma boa canhota e com uma enorme entrega ao jogo e capacidade de trabalho seria expectável que agradasse a um treinador que potenciou vários “9” do mesmo estilo – como Óscar “Tacuara” Cardozo.
Além do mais, as suas características humanas e profissionais são de excelência, confiando nos relatos que alcançam o ouvido público, vindos de vários quadrantes e de vários personagens do futebol, incluindo o próprio timoneiro das águias. Segundo o mesmo, Carlos Vinícius é um jogador de grupo e não fica “aziado” por não jogar.
Contudo, é natural que a ausência de “azia” seja uma mera fachada construída pelo brasileiro por necessidade profissional. Com toda a certeza, “Vinigol” não se sentirá confortável com a sua situação atual e quererá abandonar o clube da Luz em busca de um sítio onde a sua própria luz possa brilhar com maior intensidade.
Caberá agora a Jorge Mendes, seu agente, encontrar a melhor solução para Vinícius. Os interessados não faltam. O OGC Nice aparenta estar a piscar o olho ao brasileiro, dizendo “Viens Ici, Vinícius” e também o Eintracht Frankfurt parece interessado em dar mais uma experiência de liga “Big-5” ao “95” das águias.
Ambos seriam bons projetos para o brasileiro, sabendo que nas águias de Frankfurt teria a concorrência de Rafael Santos Borré e na equipa do sul de França concorreria com Kasper Dolberg, dinamarquês acabado de bisar em casa do campeão Lille OSC. Serão por certo mais os pretendentes, mas franceses e alemães parecem estar na dianteira da corrida.
O destino é ainda incerto, mas a saída é mais do que certa. É pena, mas a verdade é que nunca se sentiu (nem na época em que, com 18 golos, foi o melhor marcador da Liga Portuguesa) que o seu futuro a médio/longo prazo implicasse o SL Benfica. Foi sempre um jogador de Jorge Mendes, mais do que um jogador do Sport Lisboa e Benfica. Não que seja caso inédito."

Yaremchuk no 4x4x2


"O jogo com o Arouca marcou a estreia de Yaremchuk a titular pelo Benfica, e ainda mais a sua estreia no modelo encarnado que utiliza dois avançados centro.
Foi o homem do jogo, pelo impacto no marcador e na toada da partida. Contribuiu decisivamente para o jogo se tornar fácil, quando contornou o guardião do Arouca, assistiu o seu companheiro de ataque, e marcou.
Não foi o jogo perfeito tecnicamente – Perdeu recepções pela decisão e pelo gesto técnico. Da partida deu para perceber que o temível ponta de lança, é jogador de movimentos para finalizar. Jogador de finalização, e não de criação. Não peçam muita participação, mas contem com facilidade para materializar o jogo colectivo encarnado. Assim foi a estreia em 442."

Vermelhão: Vantagem mínima ao 'intervalo'!!!

Benfica 2 - 1 PSV


Com a alteração da 'regra', este 2-1 não é tão mau, como costumava ser... o PSV está obrigado a ganhar por dois golos para 'passar', 1-0 dará somente prolongamento, e foi por 'aqui' que esteve o problema do Benfica no 2.º tempo: entre arriscar e marcar o 3.º golo, ou 'segurar' a vantagem curta - mas é sempre uma vantagem -, o Benfica, psicologicamente, ou por 'ordem' do treinador, ou por 'falta de pernas', ficou-se essencialmente por 'defender' a vantagem mínima!!! Agora, derrotámos uma equipa que até aqui estava invencível nesta época... com uma veia goleadora assinalável...!!!

A estratégia de não pressionar alto, compreende-se... este PSV é muito perigoso nas saídas rápidas, tem jogadores muito rápidos lá na frente, com boa técnica e são objectivos... Portanto, nada a apontar na estratégia pré-jogo! Com o 2-0 ao intervalo, suspeito que no balneário a conversa passou essencialmente, pelo segurar da vantagem... mas com o golo holandês no início do 2.º tempo, o Benfica não conseguiu (ou não quis...) mudar a estratégia!

Grande jogo do Rafa... com a equipa a jogar mais recuada, e com menos bola do que é normal, é importantíssimo o trabalho dos médios ofensivos, pois são eles que são obrigados a fazer a ligação com o ponta de lança e normalmente o espaço a 'cobrir' é grande... Um dos problemas que tivemos no 2.º tempo, foi a quebra física do Rafa... e o facto de mais ninguém ser capaz de o substituir nessa função!
O Ody não merecia aquele pequeno desvio nas pernas do Morato no golo do PSV... os holandeses estão com uma média de quase 3 golos por jogo esta época, o facto de esta noite só terem marcado 1, deve-se muito ao nosso guardião!

O jogo em Barcelos no Sábado vai ser muito complicado, principalmente porque vamos ter que rodar praticamente todos os jogadores... sendo que na zona central da defesa, se o Vertonghen não recuperar (aparentemente a lesão não é tão grave, como parecia...),  não temos opções!!!

Uma última nota para o cabrão do apito, pode até fazer a melhor arbitragem do mundo, perfeita, mas para mim, será sempre um cabrão corrupto!