quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Saltos para a glória


"Pedro Pichardo é o mais recente português campeão olímpico e é do Benfica!
A prestação do nosso atleta foi absolutamente brilhante, dominando toda a prova e deixando a concorrência a tantos centímetros que mais pareceram quilómetros.
Bastaria o primeiro salto na final (17,61 m) para que Pichardo assegurasse o ouro na prova, mas o português queria mais. Na terceira tentativa chegou a uns impressionantes 17,98 m, conseguindo a segunda melhor marca olímpica e a melhor do ano, além de estabelecer novo recorde nacional.
Na hora dos festejos, foram visíveis a felicidade e o orgulho sentidos pelo atleta. E impressionou a confissão de alguma insatisfação durante a prova por não ter saltado além dos 18 metros, tratando-se de um pormenor imensamente revelador do caráter que faz de Pichardo um grande campeão. Conforme manifestou o Presidente do Sport Lisboa e Benfica, Rui Costa: "A tua ambição é um exemplo para todos no Sport Lisboa e Benfica."
O ouro de Pichardo foi o primeiro da delegação portuguesa em Tóquio, a quarta medalha para o país neste certame. É o segundo atleta do Benfica a sagrar-se vencedor olímpico nos chamados desportos individuais, depois de Nelson Évora, em 2008. Desde que o Benfica Olímpico teve início, em 2005, são cinco os medalhados. Além dos já referidos, pertencem a este quinteto exclusivo Fernando Pimenta, Telma Monteiro e Vanessa Fernandes, os sucessores de António Leitão, que brilhou em Los Angeles, em 1984, e Uchenna Emedolou, em Atenas 2004.
Noutro palco tivemos também um final de tarde muito satisfatório. A nossa equipa de futebol alcançou na Rússia, frente ao Spartak Moscovo, um resultado que nos coloca numa posição privilegiada para obter o apuramento para a ronda derradeira de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões.
No primeiro jogo oficial da temporada, o Benfica venceu por 0-2, fruto de uma exibição sólida, assente na consistência defensiva e na inspiração coletiva nos momentos ofensivos. As oportunidades de golo criadas foram-se sucedendo, ficando a sensação de que o triunfo sobre um adversário que demonstrou ter inegável qualidade poderia ter atingido uma margem mais dilatada. Rafa e Gilberto, assistidos, respetivamente, por João Mário e Lucas Veríssimo, foram os autores dos golos benfiquistas, ambos finalizadores de excelentes jogadas coletivas.
Jorge Jesus elogiou o "grande jogo" do Benfica e considerou que "os jogadores merecem, taticamente foram espetaculares". Para o nosso treinador, a exibição foi "melhor do que pensava para primeiro jogo da época", tratando-se, ainda de acordo com o técnico, de uma "vitória de afirmação de uma equipa muito confiante" ante um adversário que tem "uma boa equipa e um bom treinador".
E dedicou o triunfo a Luís Filipe Vieira: "Hoje não posso esquecer uma pessoa que foi muito importante na minha carreira, pelo meu regresso ao Benfica: o Presidente Luís Filipe Vieira. Fez um grande trabalho no Benfica. É meu amigo e continuará sempre a ser meu amigo. Dedico-lhe esta vitória pelo que fez por mim e pelo Clube. Fez de mim treinador, um treinador conhecido. Deixou um grande clube para caminhar com outra estrutura, com o Presidente Rui Costa. Quero partilhar com ele este triunfo."
O triunfo por dois golos coloca-nos numa situação vantajosa, mas Jorge Jesus fez questão de salientar que "estamos apenas na primeira parte da eliminatória, (…) ainda falta um jogo para passar, queremos seguir e estar entre os melhores".
Agora todas as baterias estão apontadas para a deslocação a Moreira de Cónegos. Entrar bem no Campeonato é o objetivo."

O cubano de importação que garantiu a 5ª medalha de ouro da história de Portugal


"O cubano de importação que garantiu a 5ª medalha de ouro da história de Portugal. Esta semana fomos brindados com mais uma peripécia da televisão pública que todos pagamos com os nossos impostos. Quando pensávamos que já tínhamos ouvido e visto tudo na RTP, depois de Luís Lopes, comentador dos Jogos Olímpicos na RTP, ter apelidado Pedro Pichardo de «cubano de importação» em plena estação pública em 2018, debruçando-se em insultos ao atleta e chegando, inclusive, a dizer que era inadmissível o mesmo ter superado Nélson Évora e que a Federação deveria ter tomado medidas contra Pedro Pichardo, eis que agora, após a consagração da medalha de ouro do atleta, outro jornalista do mesmo canal tem o desplante de perguntar se Pedro Pichardo havia conseguido cantar o hino, insinuando claramente que este não o teria feito e que tentou verificar, mas não conseguiu confirmar porque Pedro estava de máscara.
Pedro Pichardo é português e escolheu o nosso país como destino de uma vida de sofrimento, luta e pobreza. Pedro Pichardo treinou descalço, comeu pão e bebeu água com açúcar porque não tinha mais nada para comer. Pedro Pichardo fugiu para Portugal porque queria uma vida melhor, porque viu no nosso país uma nova página, um novo rumo, viu boas pessoas e melhores condições para viver. O atleta português não merece, de todo, que seja destratado e vítima de comentários xenófobos em plena estação pública.
A RTP tem a obrigação de instaurar um processo disciplinar nestes indivíduos e a ERC já deveria ter tido um parecer público e oficial acerca da xenofobia que foi fomentada no canal ao longo destes três anos. Iremos pressionar em todos os sentidos e todas as vias para que esta denúncia chegue à ERC e para que os jornalistas e comentadores xenófobos sejam severamente punidos.
Não obstante, não nos esquecemos do jornal Record que não se coibiu de andar de mãos dadas com a RTP ao longo do tempo, fomentando, também eles, comentários xenófobos nos seus artigos, mas a verdade é que vindo deste jornal não surpreende ninguém. Desde que Bernardo Ribeiro assumiu a pasta de diretor do jornal, o mesmo tem tanto valor quanto uma ETAR a céu aberto.
Numa nota final, ficámos a saber através de Fabrice Zango que Nélson Évora se manteve a incentivá-lo durante o decorrer dos Jogos Olímpicos, que inclusive treinaram juntos antes dos Jogos e que este lhe deu dicas de como vencer Pedro Pichardo. «O Nelson é um campeão olímpico. Disse-me para tentar, tentou incentivar-me. Treinei com ele antes dos Jogos, umas duas semanas, e por isso ele quis incentivar-me a responder”, declarou o atleta do Burkina Faso.
É sempre bonito constatar a falta de carácter, de patriotismo, de companheirismo e o mau perder de alguns atletas portugueses. Nélson poderia ter saído pela porta grande, mas sai assim, pequenino e amargurado."

Ouro


Talvez o Ouro mais 'previsível' da história de Portugal, e apesar da alegria, fiquei um pouco frustrado com a marca, pois estava confiante que o Pedro ia pelo menos ameaçar o recorde do Mundo!!!
Parabéns a toda a família Pichardo... e um grande obrigado à Ana Oliveira e ao Fernando Tavares, por terem lutado contra tudo e contra todos em Portugal para ter um dos melhores atletas de todos os tempos do Triplo a representar Portugal!
Um Triplo é um disciplina fisicamente muito complicada, o mais importante é manter a saúde do atleta, não vale a pena fazer previsões a longo prazo... mas com o PPP saudável, vamos ter muitas medalhas nos próximos tempos!

PS: Parabéns à Teresa Portela, pelo 7.º lugar na Final do K1 500m, depois do 9.º lugar no K1 200m (1.ª da Final B)!

Cadomblé do Vata


"1. Ora seja bem vindo de volta Sr. Benfica, isso é que foram umas férias valentes, porra.
2. Gosto do Rui Vitoria e tal, mas porra homem... como é que foste enganado pelo bluff do 442, com tantos tiques e trejeitos que até o Andrea Bocelli o topou?
3. Um director do Spartak demitiu-se ao intervalo do jogo... fica por saber o nome da vidente que lhe disse que na segunda parte os russos iam sofrer um golo do Gilberto.
4. O futebol é lindo porque todos os dias nos surpreende e ensina qualquer coisa... por exemplo, hoje ficamos a saber que jogar com um 8 na posição 8, dá bom resultado.
5. Durante a sua marcante passagem pelos relvados Benfiquistas, Luisão era apodado de "centralão"... ainda é muito cedo para tratar Lucas Veríssimo por "centralíssimo"?"

De corredor em corredor – A Superioridade Tática de Jorge Jesus


"Como referimos na análise após o jogo, a toada de um jogo começa a determinar-se na construção adversária pela forma como condicionamos (ou não) a saída adversária. Desta forma, Rui Vitória optou por alterar a forma como defendia, assim como, Jorge Jesus alterou a forma de atacar da equipa encarnada (por força da alteração do sistema) e regressou ao 3x4x3, superiorizando-se taticamente sobre o antigo treinador do Benfica nesta fase. As dificuldades sentidas pelo 4x3x3 da equipa russa, que se transformava num 4x1x4x1 a defender, foram bem notórias pela indefinição nos momentos de pressionar/controlar, mas fundamentalmente pelas dificuldades no controlo dos corredores laterais. Recordamos as dificuldades de Portugal no Euro contra a Alemanha pela forma como o seu 4x1x4x1 não encaixou no 3x4x3 da Alemanha.

De corredor em corredor, nasceram as melhores oportunidades de golo do Benfica na Rússia. Quando os extremos russos saltavam nos centrais encarnados, os laterais do Spartak não encostavam nos laterais adversários, pelo que, os laterais encarnados apareciam soltos e de frente para acelerar a construção encarnada, começando a sua construção por fora. Ultrapassada a primeira linha de pressão adversária, sobretudo pelo corredor direito, o Benfica facilmente conseguia ligar por dentro porque existiam sempre movimentos de dentro para fora (o que arrastava central do lado da bola para corredor) e abria o espaço entrelinhas até chegar ao corredor contrário. O Spartak nunca se conseguiu ajustar defensivamente para encaixar na construção encarnada e o Benfica foi chegando sempre com tremenda facilidade ao último terço adversário e até com finalização, podendo ter chegado a números bem superiores ao 2-0 final.

Também em Transição Ofensiva, como o Pedro Bouças previu no Canal 11, o Benfica criou bastante perigo e até poderia ter criado mais, não fossem más definições a condicionar o desenlace das jogadas. Saídas bem pensadas para explorar as debilidades da equipa russa em Transição Defensiva que podiam ter dilatado a vantagem encarnada.

Foi um Benfica taticamente muito superior, embora perante um Spartak longe de um nível de Champions League e que muitas dificuldades terá para dar a volta a eliminatória. Destaque, por fim, para João Mário e Rafa. João Mário porque é o cérebro do jogo encarnado, em todas as suas decisões aproxima a sua equipa da baliza adversária e sabe quando meter pausa nos ataques do Benfica, tendo um número de perdas de bola mais reduzido que outro médios do Benfica. Rafa porque é o oposto de João Mário, trás desequilíbrio e velocidade no ataque de Jorge Jesus, aliando hoje, atributos que outrora lhe faltara, definição e finalização. Ainda não jogaram o triplo, mas a equipa têm potencial para jogar o triplo."

Lucão, o homem que definiu a Construção e… Criação encarnada


"A vantagem do Benfica na partida nasceu e cresceu praticamente toda ela no corredor direito. O extremo esquerdo do Spartak – Larsson – saía na bola quando Lucas recebia, e o central brasileiro do Benfica descobriu incessantemente Diogo Gonçalves livre para iniciar aceleração já em criação.
O central que no Santos impressionava pela relação com bola até nos “meinhos”, foi mais que um construtor de excelência pela forma como recebia abrindo o campo e encontrando homem livre – Bastaria receber fechado para perder a melhor ligação ofensiva. Lucas foi também ele criador do jogo ofensivo. A sua qualidade com bola é absolutamente invulgar para quem ocupa espaços defensivos. Tecnicamente, taticamente, fisicamente… e ainda mais, cognitivamente. A forma como Lucão descobriu e destapou linhas de passe que ainda nem existiam criando em um minuto duas oportunidades de golo para o Benfica – uma delas, Gilberto viria a sentenciar o jogo – é de craque, diria Mário Wilson."

FK Spartak Moscovo 0-2 SL Benfica: Números escassos para tanto controlo


"A Crónica: Houve Demasiado SL Benfica Na Rússia – E Rui Vitória Pode Agradecer À Sorte (E Ao Árbitro) Derrota Tão Magra

Rui Vitória tinha prometido uma equipa com “determinação e convicção” na véspera do encontro entre os seus russos e o SL Benfica. Não cumpriu, já que o Spartak Moscovo de pouco fez valer o seu estatuto de visitado, numa Otkrytiye Arena já com adeptos sempre prontos para puxar pela sua equipa.
O SL Benfica, nunca amedrontado, foi competente na perseguição dos seus objetivos e, apesar de iniciar com três centrais, nunca foi conjunto de tração atrás: antes sempre focado, atrevido, explorando as muitas deficiências defensivas do lado contrário.
Se os primeiros 15 minutos foram de equilíbrio – com muita pressão alta do Spartak, ainda que ineficaz – o jogo cedo se transformou num passeio para a turma benfiquista, onde Rafa se divertiu mais que qualquer outro: apostou na velocidade para criar o pânico no último terço e era ele que interpretava a maioria das transições rápidas.
Os golos que confirmavam o domínio, em certas fases avassalador, chegaram tardiamente na segunda parte: o SL Benfica já tinha ido para intervalo senhor do jogo, mas no regresso transformou o controlo numa sessão de tortura, submetendo o adversário a minutos de futebol sufocante e sem qualquer possibilidade de resposta.
Rafa tabela com João Mário aos 51’, aparecendo em ótima posição para fuzilar as redes à guarda de Maksimenko – garantiu aqui, de forma oficial, o prémio de homem do jogo. Rui Vitória era incapaz de acalmar a equipa, com muitos elementos inexperientes nestas andanças – notou-se bem o desconforto emocional de Umyarov (21 anos), um dos bons valores da equipa mas sem qualquer experiência competitiva neste patamar.
É possível alegar disparidade assinalável ao nível de talento individual e falta de recursos para a paupérrima prestação da equipa de Rui Vitória, mas continua-se a exigir mais de um candidato à Premier League russa: a organização defensiva inenarrável em muitos momentos demonstrada pela equipa não é adequada para este nível competitivo, confirmando ao treinador português a dificuldade da sua missão.
O 0-2 peca por escasso e não seria descabido, de todo, se o Spartak viesse à Luz com goleada na bagageira – só o árbitro da partida fechou o olho a três grandes penalidades por mão na área – mas as grandes ocasiões encarnadas sucederam-se em catadupa, sendo a única falha a apontar ao rendimento dos onze de Jesus: a falta de eficácia.

A Figura
Rafa Silva Correu, marcou, brincou: divertiu-se com o seu futebol, abusou da criatividade e do espaço dado pela caótica defesa russa para garantir ao SL Benfica um bom resultado em Moscovo. Estrela maior de um conjunto e muito bem apoiado por João Mário ou Diogo Gonçalves.

O Fora de Jogo
PizziAlém do senhor Srdjan Jovanovic, responsável pelo apito que fechou os olhos a três mãos dentro da grande área, de assinalar a pobre exibição do capitão benfiquista. Pouco prático nas suas ações, pouco discernido na definição de lances, não se notou empatia com o resto dos seus companheiros mais criativos: saiu substituído por Everton à passagem dos 65’, numa boa leitura de Jorge Jesus.

Análise Tática – FK Spartak Moscovo
Rui Vitória deixou cair o 4-2-3-1 que resultados prometedores lhe tem dado para refugiar-se no 4-3-3, tirando Ignatov para preencher a intermediária com mais um médio de contenção: entrou Hendrix para o seu lugar, acomodando-se ao lado de Zobnin e Umyarov, dando músculo ao meio-campo mas pouca racionalidade na construção de lances ofensivos.
Foi uma equipa sempre muito dependente dos apoios frontais de Sobolev – impecavelmente controlado pela tripla de centrais encarnada – ou dos pormenores individuais de Bakaev, muito desacompanhado perante tanta organização contrária. Moses ou Quincy Promes, principais estrelas do conjunto, não foram a jogo de início por razões diversas – mas não foi esse o principal problema de Rui Vitória, que terá de mudar bastante na sua abordagem se quiser construir resultado positivo no Estádio da Luz.

Onze Inicial e Pontuações
Maksimenko (7)
Rasskazov (5)
Gigot (5)
Dzhikiya (5)
Ayrton (5)
Umyarov (4)
Hendrix (5)
Zobnin (5)
Bakaev (6)
Sobolev (5)
Larsson (4)
Suplentes Utilizados
Ignatov (5)
Moses (-)
Kral (-)
Ponce (-)

Análise Tática – SL Benfica
Depois de toda a pré-época em 4-4-2, Jesus volta a apostar na defesa a cinco para garantir solidez. A equipa controlou o jogo na sua plenitude, sempre compacta na defesa da baliza de Vlachodimos – a única oportunidade flagrante do Spartak surgiu antes dos dez minutos – e incisiva no assalto à baliza de Maksimenko.
Gonçalves e Grimaldo garantiam largura e soltavam Pizzi e Rafa para penetrações em zona central. João Mário e Weigl reagem cada vez melhor à perda enquanto parelha e trataram a bola na mesma linguagem técnica. A Veríssimo, Otamendi e Verthogen, elogios são poucos para as suas exibições.

Onze Inicial e Pontuações
Odysseas (6)
Diogo Gonçalves (7)
Veríssimo (7)
Otamendi (7)
Verthongen (7)
Grimaldo (7)
Weigl (8)
João Mário (8)
Pizzi (5)
Rafa (9)
Seferovic (5)
Suplentes Utilizados
Gonçalo Ramos (6)
Everton (5)
Gilberto (6)
Taarabt (-)"

De cebolada, Jorge


"Houve muito Benfica na primeira parte em Moscovo. Como quase sempre acontece, a definição sobre a primeira fase defensiva é o catalizador fundamental para a toada do jogo. Da decisão estratégica de como defender a construção adversária se consegue condicionar o jogo opositor, ou se fica desde logo em desvantagem.
O Benfica juntou os seus três belíssimos centrais em simultâneo, e partiu daí toda a superioridade encarnada no primeiro tempo. Rui Vitória definiu de forma ineficaz a primeira fase defensiva, colocou extremos a sair aos centrais (Lucas e Vertonghen) e o Benfica saiu sempre de forma tremendamente fácil da pressão para encontrar posteriormente espaços mais à frente. Do jogo no primeiro terço do Benfica – mau encaixe defensivo do Spartak – se definiu que o Benfica chegasse incessantemente ao último terço com grandes possibilidades para acelerar.

Extremo Esquerdo saía em Lucas, Diogo baixava e recebia livre para acelerar jogo


Extremos com os centrais libertaram espaço lateral, por onde Benfica invadiu organização adversária 

Mesmo quando os laterais russos chegavam atempadamente à pressão a Digi ou a Grimaldo, a variação de corredor encontrou o lateral do lado oposto só, e o Benfica não parou de acelerar o jogo por entre o muito espaço e incapacidade defensiva do Spartak em estancar o jogo ofensivo da equipa de Jesus:


No lado oposto, a pressão bem definida do Benfica nunca deixou o Spartak assumir o jogo. Seferovic encostava no médio, e eram os extremos que ficavam com os dois centrais. Encaixe Homem a Homem em todo o terreno e a equipa de Rui Vitória não encontrou sequer soluções para se libertar e poder assumir o jogo em ataque posicional.

Encaixe na Saída do Spartak, que não deu espaços

A superioridade do Benfica foi avassaladora, mas faltava concretizar, e só no segundo tempo um passe de João Mário encontrou Rafa para uma finalização soberba.
Com o Spartak perdido em campo, sem nunca encontrar os posicionamentos e movimentos dos jogadores do Benfica, sem agressividade que pudesse compensar as dificuldades que sofria taticamente, o Benfica tomou por completo conta das rédeas do jogo e foi sempre chegando com facilidade latente ao último terço. Demasiado fácil construir, o Benfica criou, criou, criou mas foi perdendo sucessivamente oportunidades para sentenciar o jogo e até a eliminatória.
Com João Mário, o melhor em campo, a puxar para o Benfica toda a organização e controlo do jogo – Incrível como com a suas decisões define toda a toada do jogo, fazendo a bola rolar com qualidade, rodando sobre os adversários e descobrindo os melhores espaços, foi Lucas Veríssimo – Que jogador – Fantástico em todos os momentos do jogo! – que com dois passes extraordinários em pouco mais de dois minutos descobriu primeiro Everton num lance de perigo imenso, e posteriormente Gilberto para o segundo golo encarnado. Destaque importante também para Rafa Silva, enquanto o Benfica apresentava superioridade tática, mas nem por isso técnica, foi o extremo que mais demonstrou poder desequilibrar a estrutura adversária, e para a entrada de Gonçalo Ramos – não fez o habitual – Golos – Mas aquela disponibilidade e passada larga que lhe permite chegar em momento ofensivo, mas também ser preponderante logo no momento defensivo – E aí se começa a definir toada do jogo – foram determinantes no condicionar do jogo.
Super Benfica na tarde de Moscovo poderia ter obtido um resultado ainda bem superior. Foi penalizado por uma eventual menor confiança no momento da finalização até ao resultado abrir. A vantagem tática deu espaço aos jogadores encarnados para imporem a sua qualidade no relvado. Para o Estádio da Luz, seguramente que Rui Vitória corrigirá abordagem, e não terá as mesmas facilidades a equipa de Jorge Jesus."