quinta-feira, 10 de junho de 2021

SL Benfica | Será preciso uma limpeza na Luz?


"A época de 2020/2021 vai ficar marcada na memória de todos os benfiquistas. Com um investimento que rondou os 100 milhões de euros (98,5 milhões, concretamente), os adeptos do SL Benfica esperavam que a equipa tivesse um desempenho formidável, digno dos maiores “colossos” da Europa. As expectativas estavam altas, mas o resultado final foi tudo menos positivo. Aliás, já não se via um SL Benfica com um rendimento tão baixo há alguns anos.
Com a onda negativa de resultados os adeptos começaram a apontar possíveis culpados. Para uns a culpa era do treinador, Jorge Jesus, para outros o problema vinha do topo – a direção de Luís Filipe Vieira. É certo que o clube estava numa fase péssima e foi Rui Costa quem deu a cara, dizendo que é em momentos como este que se vê quem tem capacidade para representar um clube com a dimensão do SL Benfica.
Apesar de ter vindo falar aos adeptos, as declarações proferidas pelo ex-jogador foram em vão. Quase nada se alterou e a equipa continuava a ter resultados muito aquém do esperado. Dentro de campo não se via um coletivo, mas sim um conjunto de bons jogadores.
E como se costuma dizer “jogadores com qualidade individual há muitos, mas equipas há poucas”. E as águias eram o exemplo perfeito dessa frase: com tantos jogadores de renome (Vertonghen, Darwin, Everton, entre outros), o cenário que se via dentro de campo parecia surreal. Estava praticamente cada um por si e não se via aquela ligação a que os adeptos estavam habituados.
Se dentro de campo o panorama não era nada favorável, era legítimo pensar que no balneário o ambiente também não era o melhor e, com a saída de Rúben Dias, essa suspeita aumentava cada vez mais. Até que começaram a surgir vídeos dos “pré” e “pós” jogos, que demonstravam a relação entre os jogadores e elementos da equipa técnica. Alegria e diversão não faltavam, mesmo tendo resultados menos bons.
Nas últimas jornadas o cenário veio alterar-se. A esperança de ver o SL Benfica que outrora conhecemos reacendeu-se. As exibições estavam a melhorar, bem como os desfechos dos jogos. Um exemplo disso foi o jogo contra o Sporting CP, sendo que os encarnados foram a única equipa a quebrar a invencibilidade dos leões.
O campeonato, a Taça da Liga, a Supertaça Cândido de Oliveira e a Liga Europa estavam perdidos. A única solução para pôr um ponto final na crise que o clube viveu esta época era vencer a Taça de Portugal. Era o último desafio, mas nem esse foi ultrapassado com sucesso. Estava de volta a revolta dos adeptos. Uns pediam a demissão do presidente e/ou treinador, outros exigiam uma medida de intervenção urgente – a “limpeza” do balneário. Nada se fez e essa revolta começou a ganhar cada vez mais dimensão, até que chegou o caso de Nuno Tavares.
Há uns dias atrás, surgiu um vídeo, nas redes sociais, que pode ser tido como um bom exemplo para o ambiente que se vive no balneário da equipa da Luz. O português estava com um amigo que mencionou o facto de Grimaldo ser titular ao invés de Nuno Tavares. O lateral esquerdo respondeu que se não vingar no SL Benfica, vingará noutro lado qualquer.
O vídeo tornou-se viral e começaram a surgir imensas críticas relativas à atitude do jogador. Passado umas horas, Nuno Tavares recorreu às redes sociais para se desculpar pela “atitude irrefletida” que teve. A acompanhar o texto estava uma foto do português com Grimaldo.
De notar que o espanhol reagiu à publicação dizendo “Tamo juntos, mano”. Apesar de ter pedido desculpas publicamente, esta atitude do português não só demonstrou um enorme desrespeito por um colega de equipa e de profissão, como também pelo clube. Ser falado por motivos como este é tudo menos positivo para um jogador.
Esta atitude deve ser tida em conta e deve ser o mote para pensar no que se deve fazer para a próxima época. A questão que se coloca agora é: “será que este exemplo pode ser visto como um caso isolado, ou será uma demonstração do mau ambiente que existe entre colegas de equipa?”. Seja qual for a resposta, é certo que é preciso fazer alguma coisa para que os adeptos encarnados voltem a ver um SL Benfica forte, unido e ganhador."

Mais um roubo...

Sporting 2 - 1 Benfica

Inacreditável como um árbitro, assinala golo, numa jogada onde a bola não entra na totalidade na baliza... a certeza e a rapidez com que assinalou o golo, é indicador da predisposição do apitadeiro! Isto num jogo, onde voltaram a perdoar Amarelos aos Lagartos e várias faltas ficaram por assinalar!!!

No jogo jogado, fomos superiores praticamente os 40 minutos, voltámos a cometer algumas 'brancas', mas desta vez conseguimos remendar na grande maioria... Além da bola que não entra, sofremos o outro numa bola parada!

Este jogo era importantíssimo, mudava a dinâmica da 'pressão' desta Final... Será muito complicado vencer os dois próximos jogos, ainda por cima porque o adversário nem precisa de meter a bola na baliza, para ver contabilizado um golo!

Comunicado


"Perante este anúncio, de uma Ação com vista à destituição de todos os Órgãos Sociais, Presidente incluído, cumpre ao Sport Lisboa e Benfica adotar as seguintes posições:
1 – A Direção do Sport Lisboa e Benfica está profundamente indignada com mais um atentado à dignidade da instituição;
2 – Para agredir o SLB, por via judicial, basta ter papel, lápis, advogado e pagar as custas;
3 – Como se vê, toda a calúnia pode chegar a Tribunal, mesmo que desprovida de qualquer fundamento;
4 – O autor desta Ação sofrerá todas as consequências patrimoniais e associativas por agredir o Benfica com a única finalidade de se promover.
5 – É tempo, de uma vez por todas, para quem perdeu as eleições aceitar os resultados ditados pelos sócios e respeitar o mandato em curso.
6 – Cumpre ainda esclarecer todos os sócios do Benfica que o autor desta Ação é apoiante e cunhado do candidato derrotado às últimas eleições, João Noronha Lopes."

ECO Benfica


"O Water World Forum For Life teve lugar nos passados dias 4, 5 e 6 de junho, tendo como cenário o maior lago artificial da Europa, o Alqueva.
Este evento trouxe até Reguengos de Monsaraz a discussão da temática da água e da sustentabilidade ambiental.
Participaram nomes como Paul Watson, fundador da Sea Shepherd Global, Ricardo Serrão Santos, ministro do Mar, João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Ação Climática, entre outros, naquele que é o maior evento dedicado a este tema.
Em formato híbrido, o Water World Forum For Life pôde ser acompanhado online em qualquer parte do globo.
(...)
O SLB foi o único clube desportivo convidado a estar presente como orador, evidenciando a notoriedade que o projeto ECO Benfica tem alcançado.
A intervenção do ECO Benfica teve início com o vice-presidente Domingos Almeida Lima, enquanto representante da direção do Clube, que reforçou o compromisso deste com a sustentabilidade ambiental.
Olívia Alves, especialista ambiental, deu conta das iniciativas mais impactantes relacionadas com o projeto ECO Benfica e coube a Pedro Félix, diretor das instalações, fazer uma apresentação mais detalhada sobre as questões relacionadas com a água.
Esta participação foi de extrema importância, uma vez que foi a oportunidade de partilhar globalmente tudo aquilo que o SL Benfica faz em prol da sustentabilidade ambiental, colocando o Clube numa posição de destaque na defesa de práticas sustentáveis e de combate às alterações climáticas.
O projeto ECO Benfica tem conseguido evidenciar o compromisso do Clube com a gestão responsável de recursos naturais, a gestão hídrica, energética, de resíduos, assumindo a responsabilidade inerente de implementação de medidas de proteção do meio ambiente e de adoção de práticas de gestão ambiental que permitam aferir os resultados destes efeitos de forma a minimizá-los, compensá-los e/ou anulá-los.
Assumindo a responsabilidade da influência que o desporto tem nas comunidades, especialmente o futebol, o ECO BENFICA pretende que o Benfica seja uma referência nacional e internacional de Sustentabilidade, respondendo assim também às expectativas de todos os stakeholders, liderando pelo exemplo e inspiração.
O World Water Forum for Life foi, assim, um veículo transmissor de todos estes compromissos, objetivos e metas, chegando a todos os adeptos dos quatro cantos do mundo, numa mensagem que se pretende influenciadora e de alteração de paradigma.

P.S.: Anri Egutidze, judoca do Sport Lisboa e Benfica, está de parabéns pela conquista da medalha de bronze no Campeonato do Mundo em representação de Portugal."

SL Benfica | Há 60 anos, a Europa foi encarnada!


"60 anos, velas sopradas no passado 31 de maio. Nesse dia, em 1961, o SL Benfica resistiu heroicamente a um cerco avassalador: três claríssimas bolas de golo salvas sobre a linha e quatro bolas nos postes – quadrados ainda, à época, redondos a partir daí pelos contornos caricatos da derrota espanhola.
Nada, porém, que desmereça o sentido prático português e a capacidade de sofrimento dos onze mágicos que entraram num Wankdorf à pinha (28 mil espectadores) para lutar contra o favoritismo culé. Com a camisola do FC Barcelona surgia uma das linhas avançadas mais afamadas – Kubala, Evaristo, Suárez, Czibor e Kocsis.
Os dois últimos, participantes no ‘Milagre de Berna’, de 1954 – quando Adi Dassler, fundador da Adidas, garantiu o Mundial para a Alemanha Ocidental com recurso à sua tecnologia pioneira de chuteiras com pitons amovíveis -, ocorrido nesse mesmo recinto, entravam pois já desconfiados, com a superstição à perna: e confirmou-se a maldição daquele estádio para a geração de ouro Magyar, prova irrefutável da Lei de Murphy, gerando-se derrota traumática para o FC Barcelona, que só seria vingada em… 1992, no pontapé de Koeman à UC Sampdoria.
O SL Benfica entrava nessa edição da Taça dos Clubes Campeões Europeus sem grandes perspetivas. Só por uma vez um clube lusitano tinha ultrapassado a primeira eliminatória – em 58-59, quando o Sporting CP caiu na segunda ronda frente ao Standard Liège – e os favoritos estavam no país ao lado.
O Real Madrid CF, vencedor das cinco primeiras edições, e FC Barcelona, campeão espanhol e que tinha acabado de despedir o mago Helenio Herrera, por queixas da afición relativas ao aborrecido cattenaccio que conquistaria a Europa anos depois. Numa fase de domínio latino do futebol continental, a Juventus FC de Sívori era outra das candidatas.
O SL Benfica não era protagonista nas casas de apostas e foi com surpresa que se assistiu à eliminação do Hearts FC, campeão escocês. A 29 de Setembro, o Portugal desportivo surpreendia-se com a vitória benfiquista por 1-2 no Tyne Castle Park. Na Luz, o 3-0 fazia igualar o recorde leonino. Seguia-se o Ujpest, representante húngaro e antigo clube de Béla Guttmann, onde fora campeão em 1946-47. Espaço para sonhar?
Sim, havia, e ficou logo comprovado ao intervalo do primeiro jogo, já com 5-0 no marcador. Naquele princípio de novembro, a pressa na afirmação benfiquista resultou em gloriosa avalanche de bom futebol – Cávem no primeiro minuto, Águas aos 6’, José Augusto aos 12’, Santana aos 16’ e novamente Águas aos 28’.
Aterradora entrada e que deu origem ao adágio de ‘Meia-hora à Benfica’, que resultou no 6-2 final que impôs o nome do clube nas bocas da Europa. Agora sim, os holofotes viravam-se para o conjunto português que, no jogo de volta, permite o 2-1 de consolação para o Ujpest, já em clima de descompressão.
Euforia. O País enchia-se de esperança em algo mais: sobretudo quando se soube do adversário na próxima eliminatória. O Aarhus, campeão dinamarquês, não ostentava grandes pergaminhos e vinha de eliminar Légia de Varsóvia e Fredrikstad, o campeão noruguês, currículo que não atemorizava.
Quando visitou o Estádio da Luz, a 8 de março, cedo se percebeu que seria contenda de sentido único: 3-1, com dois de Águas e um de José Augusto. Augusto prometia assim o que acabou por cumprir na segunda mão, quando dinamitou a defesa dinamarquesa e apontou dois golos, exibição categórica que lhe valeu os louvores dos adeptos presentes no estádio (que o transportaram em ombros para as cabines!) e de Gabriel Hanot, reputado jornalista do L’Equipe e responsável pela ideia de criação de uma Taça dos Clubes Campeões Europeus, que o apelidou de “melhor extremo-direito da Europa”.
Chegava-se às meias-finais. Nunca uma equipa portuguesa chegara tão longe e estivera tão perto de tocar no troféu. O sabor mais aproximado tinha sido a conquista encarnada da Taça Latina, onze anos antes. O adversário, o Rapid de Viena, vinha de eliminar o Besiktas, o Wismut Karl Marx – campeão da República Democrática Alemã – e o Malmö. Se chegados ali por mérito próprio, o confronto com o SL Benfica proporcionou-lhes perspetiva alargada quanto ao seu próprio talento, encontro brusco com a realidade.
A 26 de abril, são presenteados com um 3-0 esclarecedor na visita a Lisboa. Atónitos ficaram, assim pareceu pelas promessas de vingança em sua casa. Estavam convictos de que a vantagem benfiquista seria facilmente anulada no Prater. A imprensa austríaca, louca por explicações lógicas que se conciliassem com o seu próprio narcisismo patriótico, justificava assim a força lusitana: “Não estão habituados a leite, mas ao carrascão e do bom, daquele de passar as costas da mão nas beiças”.
É, portanto, fácil de imaginar o reboliço gerado pelo golo madrugador de José Águas, que sentenciava praticamente a eliminatória. O Rapid precisaria agora de quatro golos, inatingíveis dada a exclusiva preocupação austríaca em basear o seu jogo em atitudes irrefletidas, com os nervos à flor da pele.
Perto do fim, penálti por assinalar a seu favor – o árbitro inglês, Reg Leaf, foi de imediato engolido pela equipa austríaca, situação que viabilizou a fuga portuguesa para o balneário antes da invasão de campo – e foi lá que ficaram fechados horas, até o exército conseguir fazer dispersar a multidão em fúria e levar todos os elementos em segurança para o hotel.
Conta-se que, apesar do tratamento a que foram sujeitos no estádio, os benfiquistas decidiram comparecer ao banquete de confraternização: apercebendo-se, só depois, que nem a esse momento se dignaram os austríacos a comparecer, em clara demonstração de falta de fair-play. Atitudes ficam para quem as toma e não era hora de refletir sobre tamanha enxurrada de ofensas e parco sentido de hospitalidade: o SL Benfica estava na final dos Campeões!
Recebidos em clima de apoteose na Portela, aos benfiquistas cabia preparar da melhor forma o decisivo embate. Já com as contas praticamente feitas no Campeonato Nacional, pediu-se ao FC Belenenses o adiamento do jogo da última jornada. Pedido aceite, o que possibilitou a continuação do estágio diretamente em território suíço, em Spiez, no Hotel Éden, a 30 quilómetros de Berna.
Ao todo, foram onze dias – que, se comparados com as circunstâncias blaugranas, podem ser vistos como preparação de elite: o FC Barcelona chegou a Berna apenas dois dias antes, fruto de compromissos para a Taça do Rei, ou Taça Generalíssimo, denominação à época.
Estima-se que dois mil portugueses tenham acompanhado a equipa até à Suiça. A Federação Portuguesa de Futebol vendeu 236 bilhetes, o clube da Luz 342: a estes valorosos que seguiram diretamente do território português juntaram-se muitos outros, confiantes em assegurarem entrada junto ao recinto, onde os esperavam grande parte da comunidade emigrante, que rodeou Wankdorf e deu ambiência lusitana à festa.
O estágio no meio dos Alpes tranquilizou os imortais benfiquistas. Indiferentes às sensações e impressões do exterior, uniram-se em torno de causa maior e concentraram-se no rigor disciplinar que Béla Guttmann impunha nas concentrações. Uma das suas famosas medidas, a abstinência sexual dos seus pupilos nos dias anteriores às peleias – “putanas não, putanas nunca!” -, cumpriu-se temerariamente.
Quem o assegurou foi José Águas, capitão que pouco depois levantaria a Taça à custa de tantos esforços morais: “Antes da final com o Barcelona, quando ganhámos a primeira Taça dos Campeões, tive um descuido, a sonhar, depois de 11 dias de estágio sem relações sexuais. Desabafei com o médico do Benfica, Sousa Pinho, que me disse que falasse com ele antes do jogo. Assim fiz. Levou-me ao bar e mandou vir um café e um brandy. Foi o meu doping”.
Poderemos interpretar, a esta distância temporal, essas exigências do técnico como manias supersticiosas. Como o foi o episódio de Cávem, já lendário: em sonhos ter-lhe-á aparecido um homem de bigode que o aconselhava não desfazer-se da barba se a sua intenção era ganhar a partida. Domiciano não o contrariou. Deu resultado!
31 de maio. Costa Pereira na baliza, Mário João, que substituía Saraiva, o único suplente no banco depois de uma portentosa exibição em Viena nas meias-finais, Germano e Ângelo; Neto e Cruz; e uma linha de cinco, menos popular do que a adversária, mas tão ou mais valente nos seus méritos: José Augusto, Coluna e Santana como interiores, Cávem à esquerda e Águas como ponta-de-lança.
Eusébio era ainda um menino acabado de chegar a Lisboa e envolto em amplos jogos de detetives entre SL Benfica e Sporting CP. Só participaria na campanha seguinte e por esta altura estava a preparar a meia-final da Taça de Portugal, na qual as reservas enfrentariam o Vitória FC no dia um de junho. Ao contrário da boa vontade belenense, em Setúbal não houve abertura para negociações de calendário.
Primeiro minuto, Mário João salva bola em cima da linha, empurrando-a para canto. Entravam a todos o gás, os espanhóis. Dez minutos: Coluna choca com adversário e cai estatelado no chão. Inconsciente, é retirado de campo para assistência médica – numa altura em que não existiam substituições. Voltou pouco depois, ainda ‘abananado’, a tempo de assistir ao tento inaugural de Kocsis.
Não eram bons os primeiros sinais, mas a alma lusitana sempre se agigantou nos momentos mais decisivos. À passagem da meia hora, dois golos de rajada, um de Águas e o auto-golo de Ramallets. Assim se chegava ao intervalo, com grande diferença nas oportunidades flagrantes, 7-1, que se traduzia inexplicavelmente no 1-2 assinalado pelo placard gigantesco do Wankdorf.
 Na segunda parte, um Mário Coluna já totalmente recuperado demora dez minutos para assinar golo inesquecível, disparando em moinho para o 1-3. Com 55 minutos jogados e vantagem de dois golos, coube ao SL Benfica tentar gerir com bola e manter a frescura física. Bem se tentou, mas a pressão culé foi crescendo, asfixiando cada vez mais os 11 corajosos portugueses contra a baliza muito bem guardada por Costa Pereira.
Em entrevista posterior à RTP, o guarda-redes conta de forma divertida as peripécias daqueles momentos de aflição: “É nessa altura (no momento em que Czibor faz o 2-3) que faltam 18 minutos para acabar. No Estádio de Berna havia um relógio numa torre, eu tenho impressão que os ponteiros nunca andavam. Eu dizia para o Germano, «quanto tempo falta?», o Germano respondia-me, « ó Costa, os ponteiros estão avariados!»”, antes de esclarecer quanto ao destino encarnado, apoiado em largas doses de sofrimento e benevolência divina: “O Benfica, contra tudo e contra todos, foi campeão europeu. É certo que tivemos muita sorte. Eu, nesse aspeto, devo dizer, fui talvez o guarda-redes do mundo que mais sorte teve num desafio de futebol”.
Acontece que é após o golaço de Czibor, à passagem do minuto 75, que se impuseram verdadeiramente os ditames que os apostadores previam. A superioridade blaugrana, assente na capacidade técnica da sua linha mais ofensiva, subjugou os esforçados defensores portugueses.
Inúmeros foram os ataques perigosos esbarrados nos cortes in extremis ou nos famosos postes – a ocasião mais famosa, o lance em que um remate de Kubala embate num dos travessões, vai vagarosamente bater no do lado contrário e, por fim, dirige-se para as luvas do keeper português.
No final, o treinador espanhol, Orizada, queixava-se: “Azar assim, bem distribuído, dava para perder dez jogos seguidos. Se houvesse um penalty para Kubala marcar, mesmo que não estivesse lá Costa Pereira, haveria de aparecer um passarinho que levava a bola no bico.”
Sonho concretizado. Águas levantou a Taça e deixa-se fotografar em imagem para a posteridade. À chegada, Salazar e o almirante Américo Tomás recebem a comitiva num aeroporto cheio como nunca antes havia estado, não só com benfiquistas mas com adeptos de todos os clubes portugueses.
Os dois vultos da política nacional tratam imediatamente de premiar toda a equipa, nomeando cada jogador como Comendador, que dará azo a outra das famosas tiradas de Guttmann, sempre envoltas em aura irónica: “Peço a demissão. Como posso treinar 14 comandattori?”."

Anri de Bronze nos Mundiais...!!!


Grande resultado do nosso Judoca Anri Egutidze, nos Mundiais de Judo a decorrer na Hungria, com uma medalha de bronze, na categoria de -81 Kg., do nosso jovem atleta.
Nas vésperas dos Jogos, este resultado abre também boas perspetivas para Tóquio...

Ontem, a Telma não foi além de um 7.º lugar, o que para a Telma acaba por saber a pouco, mas ressalvo que os duas derrotas da Telma foram por castigos... ninguém a levou ao tapete! A gestão física vai ser decisiva em Tóquio...!!!

Cadomblé do Vata


"Aquele textozinho da praxe, em modo Football Manager 21/22 dos saldos, para vocês poderem atirar pedregulhos à vontade.
Guarda Redes - Vlachodimos e Svilar têm as malas à porta. Helton Leite é bom, mas com todo o respeito… é um Helton Leite. Um titularão era engraçado.
Defesa Direito - Adeus Gilberto, por favor. Contando que a recuperação do Almeida foi bem sucedida, com Diogo Gonçalves a coisa deve ficar embrulhada e pronta a oferecer.
Defesa Central - Um bico de obra outra vez. Veríssimo não deve estar disponível para a crucial pré da Champions. Jardel já fechou a loja. Vertonghen vai ao Euro. Otamendi está às portas da Copa América. Sobra Morato. Com os 4 contratualizados precisamos de pelo menos mais 1. Odeio regressos para reforma dourada, e nunca achei grande piada ao destrambelho táctico do David Luiz, mas não deve haver dinheiro para muito mais do que isto e olhando para a coisa com pragmatismo, precisamos desesperadamente de referências no balneário.
Defesa Esquerdo - A falta de qualidade do Nuno Tavares salta aos olhos de toda a gente. A estagnação do Grimaldo impressiona até um cego. Por incrível que pareça, aparentam ser dos jogadores com mais mercado no SLB. Na pior das hipóteses, era juntar mais um ao “caralho do espanhol” e seguir para o 38.
Médio Centro - Qual o orçamento para transferências? 80% é para esta mesa. De tudo o que temos, ficavam Weigl, Florentino e Pizzi (pela questão das referências). De resto é repintar de alto a baixo. 2 anos seguidos sem olhar para este problemazorro, dá direito a linchamento público junto à estátua do Eusébio. Fica o aviso óh Braz.
Extremo - Há gente publicamente interessada no Cervi? Vendam antes que desistam. Pedrinho dos 18 milhões durou 1 ano. Rafa vai ao Euro (fazer o quê? Garantir o apoio dos Benfiquistas à selecção?) e se for para vender é agora ou nunca. Everton tem presença na Copa América garantida. Jota não parece ainda ter chegado ao nível necessário, se é que algum dia lá vai chegar. Mais um ano a precisar de 1 ou 2 extremos.
Avançado - Waldschmidt, Ramos, Darwin, Vinicius… até dava para vender o Seferovic e não mexer mais. Sem contar com o Seixal (vi muito pouco da B este ano), era 1 guarda redes, 1 central, 1 lateral esquerdo, 28 médios centro e 1 ou 2 extremos. Com 150 milhões de euros a coisa faz-se."

Obrigado, capitão Valter Neves!


"Histórico hoquista termina a carreira e terá novas funções.

O Sport Lisboa e Benfica anuncia que a ligação de Valter Neves ao Clube, como atleta, chega ao fim, após 17 épocas em que se assumiu como exemplo inexcedível, tanto dentro como fora das pistas.
O até agora carismático capitão da equipa de hóquei em patins vai deixar saudades, mas este é o momento que escolheu para colocar ponto final numa longa e bem-sucedida carreira desportiva. Será também a hora para assumir um novo desafio profissional, aceitando o convite da Direção do Clube para continuar ligado à secção da modalidade, mais concretamente no papel de team manager da equipa sénior.
Valter Neves começou a jogar hóquei em patins aos 6 anos, no Alverca, clube que representou durante 7 épocas, antes de rumar ao Paço de Arcos, onde ficou oito temporadas.
Ingressou no SL Benfica, em 2004, e ficará, indubitavelmente, ligado à história do hóquei em patins do Glorioso, por tudo o que conseguiu ajudar a conquistar, tanto a nível nacional como internacional. Sem dúvida, um percurso ímpar ao conseguir um registo que não está ao alcance de muitos praticantes da modalidade.
Foram 680 jogos e 319 golos oficiais ao longo de 17 épocas a defender exemplarmente as cores do Sport Lisboa e Benfica, 13 das quais no papel de capitão de equipa, a personificar a mística em campo.
Conquistou 17 troféus desde que chegou Luz, sendo que a Liga Europeia de 2012/13 acaba por ser um marco extremamente importante para o Clube, uma vez que foi a primeira da história do Benfica, além de ter colocado um ponto final num jejum de 22 anos de uma equipa portuguesa a vencer a competição mais prestigiada da Europa.
Em 2015/16, voltou a celebrar uma conquista europeia ao erguer a Liga Europeia na Luz, perante um Pavilhão Fidelidade lotado de sócios e adeptos benfiquistas.
No trajeto vitorioso, Valter Neves ajudou ainda a vencer 3 Campeonatos Nacionais, 3 Taças de Portugal, 2 Supertaças, 3 Taças Continentais, 2 Taças Intercontinentais, 1 Taça CERS e 1 Taça 1947 que consagram a sua carreira como uma das mais tituladas da história e o colocam numa galeria ímpar. Valter Neves é hoje uma figura de referência para os jovens praticantes da modalidade em Portugal, cuja camisola representou por 134 ocasiões e marcou 74 golos em todos os escalões.
A despedida das pistas acontece numa época que foi marcada por um contexto de pandemia, mas que, ainda assim, permitiu a conquista de um troféu, a primeira edição da Taça 1947. O capitão liderou uma equipa que vinha de uma recuperação de diversos casos de COVID-19, mostrando sempre espírito competitivo e resiliente no dignificar da camisola do Sport Lisboa e Benfica.
A evolução da pandemia não permitiu a presença de público nas competições, mas há sinais de esperança para um futuro próximo, com o processo de vacinação que está a decorrer no nosso país.
Por toda esta conjuntura, a Direção do SL Benfica mantém a firme intenção de homenagear oportunamente o histórico Valter Neves junto daqueles que o viram jogar, aplaudiram e acarinharam em inúmeras jornadas à Benfica.
Foram 32 anos como atleta e que merecem ser alvo de um tributo especial, em particular por parte dos benfiquistas. Valter Neves é e será um símbolo da história de uma modalidade que é centenária no nosso Clube."

Da paixão pela água ao sonho olímpico


"Aos 19 anos, Sandra Neves tornou-se a primeira nadadora portuguesa a competir nos Jogos Olímpicos, em Seul

Natural de Lisboa, Sandra Neves deveria ter enveredado pela prática do andebol. Pelo menos era esse o desejo do pai, antigo jogador da modalidade. Porém, quando, na quinta dos avós, em Sesimbra, deu as primeiras braçadas, Sandra apaixonou-se pela água. Um ano antes de competir na Coreia do Sul, numa entrevista ao jornal A Bola, a atleta recordou como tudo começou: 'Eu era tão pequenina que o meu pai ensinou-me a nadar num tanque que estava na caso dos meus avós. (...) Era feliz, nadando e depressa se notou o jeito'.
Sandra foi, entretanto, matriculada no Benfica e nunca teve dúvidas acerca do clube que iria escolher: 'O Benfica é o Clube que sempre representei, desde os meus 8/9 anos de idade e por isso é o meu Clube, o de que mais gosto e além do mais é o Clube do meu treinador', referiu numa entrevista ao jornal O Benfica em 1988, numa altura em que já sabia que tinha conseguido assegurar um lugar nos Jogos Olímpicos de Seul, após ter feito os mínimos na categoria dos 100 e 200 metros na especialidade de mariposa.
Orientada pelo treinador japonês Shintaro Yokochi, que a ajudou a fazer história no desporto português, a atleta benfiquista foi a primeira nadadora portuguesa a conseguir um lugar nos Jogos Olímpicos. Esta proeza representou 'uma grande compensação pelo trabalho levado a cabo em todos estes anos. Um trabalho a que sempre em entreguei de alma e coração que se reflete em cerca de seis horas diárias de treino intensivo', revelou.
A preparação para as Olímpíadas foi exigente. Começava cedo na piscina do Estádio da Luz e, fora de água, era inda necessário encontrar tempo para os estudos, com o objectivo de entrar na universidade.
Foi em Setembro de 1988 que, na Coreia do Sul, se viu passar a chama olímpica e Sandra Neves via-a de perto. Dentro de água, conseguiu fixar um novo recorde nacional nos 100 metros mariposa com '1.04,60, menos 12 centésimos que o recorde que já lhe pertencia desde esta época. Sandra Neves foi a terceira na sua série'. Na classificação final em Seul, obteve a sua melhor marca: 18.º lugar nos 200 metros e o 27.º nos 100 metros mariposa.
Pode conhecer mais sobre a natação benfiquista na área 3 - Orgulho Ecléctico do Museu Benfica - Cosme Damião."

Cláudia Paiva, in O Benfica

2020/21 - Futebol


"O Benfica tem uma dimensão que o obriga a, pelo menos, vencer tanto como os outros no seu conjunto. Esta asserção não deve ser, no entanto, levada à letra em cada época específica, pois só faz sentido se aplicada a um período alargado, no mínimo de quatro ou cinco anos, e se verificadas as condições propícias, dos pontos de vista financeiro, institucional e estrutural, que tem sido o caso há pouco mais de uma década, para assegurar competitividade face à concorrência.
Ao se tirar ilações gerais e definitivas assentes nas ocorrências de uma só época, poderá estar-se a incorrer num erro, por óbvias que são as limitações dessa abordagem. Cada época é circunscrita a um contexto concreto, o qual é influenciado por diversas variáveis, incluindo não recorrentes (o surto de Covid no plantel e estrutura que o apoia é um exemplo). Mas poderá dar-nos pistas, as quais não devem ser ignoradas.
Para o futebol (masculino), 2020/21 é, simultaneamente, uma época para esquecer (em sentido figurado) e, na prática, para lembrar. O investimento foi fortíssimo, com a contratação de diversos internacionais, regressou um treinador campeão nacional três vezes e finalista de duas finais europeias pelo clube, e as condições, sob todos os aspectos, oferecidas pelo clube para que o trabalho seja desenvolvido estão na vanguarda do que melhor se faz a nível mundial.
Discernir o peso das variáveis incontroláveis no rendimento da equipa, para que se possa identificar onde realmente se errou e, assim, poder evitar a repetição de erros, é fundamental. Confio plenamente que essa identificação está feita e que serão encontradas as soluções adequadas. Não necessitamos de qualquer revolução, antes de ajustes cirúrgicos."

João Tomaz, in O Benfica

É longa a nossa história


"Há 100 anos, o Sport Lisboa e Benfica vivia momentos marcantes. Em Abril de 1921, sempre com o dedo de Cosme Damião, o clube conseguiu comprar um terreno onde construir as suas instalações desportivas. Para trás ficava o campo de Benfica, entretanto na posse do então ministério da Instrução, que viria servir a Escola Normal de Lisboa, a actual Faculdade de Ciências da Comunicação.
Era tempo de iniciar a obra do Estádio das Amoreiras, inaugurado no final de 1925. Foi longo e duro o caminho para o projecto, para a obra, para tornar real o sonho de um espaço desportivo próprio. Em 1923, numa das mais importantes assembleias gerais da história do SLB, a direcção foi autorizada a realizar a emissão de 12 mil obrigações hipotecárias e títulos de propriedade para comprar o terreno e construir o Estádio das Amoreiras. Entre direcção e associados entusiastas foi possível chegar a quase mil contos (cinco mil euros), o valor aproximado dos custos totais da obra. Há um século, o Sport Lisboa e Benfica garantiu o seu primeiro estádio (os anteriores recintos eram campos), o local onde foram conquistados os primeiros títulos nacionais.
Cem anos depois, e ainda a sair de uma pandemia à escala mundial, o Sport Lisboa e Benfica tem um dos estádios mais modernos do planeta, um centro de estágios invejável, pavilhões, piscinas, um museu premiado e elogiado, estação de televisão, fundação, dá cartas no markting e no merchandising e está na lista dos 30 emblemas mais rentáveis da Europa. Não é campeão nacional masculino de futebol há duas tempordas, apesar dos êxitos alcançados em tantas outras modalidades e escalões (além dos resultados financeiros), mas tudo o que se passa no clube é considerado um drama, uma tragédia, uma catástrofe."

Ricardo Santos, in O Benfica

Quando arranca a pré-época?


"A conclusão da época 20/21 trouxe um misto de sentimentos. Por um lado, terminou de forma horrível com a derrota na final da Taça de Portugal. Por outro lado, só o facto de a temporada ter terminado foi motivo para ficar entusiasmado. Apesar de a recta final do campeonato ter sido melhor (pudera!), o próprio leitor já sentia há muito que o Benfica era tipo aquele seu familiar bastante acabado, completamente dependente dos outros para as necessidades mais básicas, com sinais claros de demência e que vai sobrevivendo em dores e agonia até chegar o fim. Não, não estou a sugerir que o leitor tem qualquer grau de parentesco com Pinto da Costa. Refiro-me a um perfil de velhice com características comuns. Um familiar que ninguém quer perder, porque a sua simples presença continua a ser importante, no entanto o bom senso diz-nos ao ouvido que todo aquele sofrimento é desumano e seria melhor se terminasse de uma vez. A presença do Benfica também me é indispensável, mas vendo bem as cosias sinto-me bem mais saudável a contar os dias para o início da próxima época do que me sentia a contá-los para o inicio do próximo jogo. A Páscoa já vai longe, mas é caso para dizer: a temporada terminou, aleluia, aleluia!
Se analisarmos a classificação final do top 5 de campeonatos europeus, apenas o Inter Milão chegou ao título sem recorrer à fábrica do Seixal. Ederson, Rúben Dias, João Cancelo e Bernardo Silva (Manchester City), Inglaterra), João Félix (Atlético Madrid), Espanha), Tiago Dantas (Bayern Munique, Alemanha) e Renato Sanches (Lille, França) são a prova viva - se é que ainda são necessárias mais provas - de que  talento made in Benfica não pode ser ignorado. Sobretudo cá dentro."

Pedro Soares, in O Benfica

Tudo bons rapazes


"Na minha infância, ainda sem vídeo-jogos, brincava com caricas.
Realizava campeonatos, montava o estádio como possível, colocava onze de cada lado com o nome dos jogadores escrito à mão, e no fim, depois de grandes e emotivos despiques, ganhava sempre o Benfica.
Os campeonatos de Hóquei em Patins fazem-me lembrar esses tempos, mas ao contrário.
Há jogadores, há patins e há sticks, mas no fim, dois senhores sem patins e sem stick, fazem a vitória pender para um lado. E o lado é sempre o do FC Porto.
Acresce que as regras do Hóquei tornam-no quase tão manipulável como um jogo de caricas. A qualquer momento, um cartão azul exibido a uma equipa, e poupado a outra, viram uma partida do avesso - com uma dupla penalização completamente desproporcionada, para mais em lances que, pela sua grande velocidade, sem sempre são de fácil análise. Se tal se repetir duas ou três vezes num mesmo jogo, por mais talento que se tenha, por melhor preparada que esteja uma equipa, torna-se muito difícil dar luta.
O Hóquei é uma modalidade maravilhosa. Mas também é uma modalidade frágil, que se circunscreve a três ou quatro regiões, e em que as estruturas dirigentes, portuguesas e não só, se pautam por um total amadorismo, para não dizer outra coisa.
O Benfica, como clube que há mais anos a pratica ininterruptamente em todo o mundo, tem responsabilidades acrescidas na sua preservação. Mas perante aquilo que se vê semanalmente, com franqueza não sei como o fazer.
Talvez a única solução seja construir uma equipa muito, mas mesmo muito melhor do que as restantes. Ser simplesmente melhor, não dá para nada."

Luís Fialho, in O Benfica