quarta-feira, 2 de junho de 2021

Derrota...

Belenenses 33 - 29 Benfica
(16-16)

Depois da vitória na jornada anterior com o Sporting, nova derrota, com uma equipa mais 'fácil'... Desta vez, sabendo da Final Four da Taça de Portugal, disputada no próximo fim-de-semana, este resultado acaba por não surpreender...!!!
Sábado, novamente contra o Sporting, é para ganhar!

Parceria estratégica


"Foi ontem anunciada a ligação entre o Sport Lisboa e Benfica e o WiZink, líder de mercado no segmento dos cartões de crédito, que terá uma duração de cinco anos.
Este acordo, além de prever um encaixe financeiro significativo para o Clube, insere-se na política de valorização da condição associativa dos benfiquistas, implementada através do programa Mais Vantagens, o qual se traduz numa vasta oferta de descontos proporcionada aos sócios do Sport Lisboa e Benfica em produtos e serviços de um conjunto alargado de empresas parceiras.
Acresce que esta área de negócio não estava presentemente coberta no âmbito do programa Mais Vantagens pelos mais de 650 parceiros. Assim, a escolha do WiZink, pelo seu conhecimento na área de meios de pagamento, particularmente em parcerias na área de cartões de crédito, acrescentará valor à oferta disponibilizada aos sócios do Clube.
A breve trecho será anunciado um novo cartão de fidelização, que unirá a experiência e o know-how do WiZink em parcerias de co-branding com a ambição do Clube em oferecer o melhor programa de fidelização, com vantagens e benefícios exclusivos para os associados e adeptos benfiquistas.
Para Domingos Soares Oliveira, CEO do Sport Lisboa e Benfica, "este acordo insere-se na política de parcerias dos últimos anos, no sentido de trabalhar com as empresas líderes de mercado, mas também empresas que se destacam pela componente inovadora e na aposta cada vez mais real em tudo o que é digital". "Respeita o plano estratégico do Benfica de apostar cada vez mais nos melhores e nos mais inovadores. O facto de podermos proporcionar cada vez mais vantagens, mais valor acrescentado e mais benefícios aos nossos adeptos e Sócios é muito significativo", disse, revelando ainda que está prevista, ao longo deste mês, a celebração de 12 parcerias, entre novas e renovadas.
Por seu turno, Miguel Ángel Rodríguez Sola, CEO do WiZink, destacou a partilha de "valores comuns como o compromisso, a paixão pela inovação e o desejo de atingir novas metas" na base deste acordo, complementando com a ideia de que, para o banco que lidera, se trata de "um símbolo do compromisso com o mercado português onde quer continuar a crescer".
À margem deste anúncio, Domingos Soares Oliveira informou que está prevista a emissão de um empréstimo obrigacionista pela Benfica, SAD na primeira quinzena de julho."

Duas vitórias, uma causa humanitária


"Uma onda de solidariedade a favor das vítimas do terramoto de Messina, a que o Benfica não foi alheio

A 28 de Dezembro de 1908, Itália sofreu um dos mais mortíferos terramotos de sempre. Portugal não ficou indiferente, tendo-se realizado, um pouco por todo o país, várias actividades de angariação de fundos e donativos a favor dos sobreviventes da catástrofe. Entre as que despertaram maior entusiasmo do público estavam os eventos desportivos, demonstrando o seu papel relevante na participação da comunidade. O Benfica, com o traço solidário que o caracteriza, participou em diferentes provas, alcançando dois títulos históricos.
O desafio de futebol entre os grupos mistos de jogadores ingleses e portugueses, compostos pelos 'melhores «players», actualmente em Lisboa', era considerado o 'maior acontecimento desportivo dos últimos tempos'. Adiado várias vezes devido ao mau tempo, era 'esperado com verdadeira anciedade' pelos adeptos, cujos bilhetes foram muito disputados. Finalmente, a 2 de Fevereiro de 1909, no Campo do Lumiar, os dois conjuntos entraram sob calorosas salvas de palmas da numerosa assistência. O grupo português era composto maioritariamente por jogadores do Benfica, nomeadamente Persónio, Mocho, Cosme Damião, Artur José Pereira, António Costa, Luís Vieira, António Meireles e Carlos França.
O jogo 'foi brilhante, notando-se logo de princípio no grupo portuguez uma união e energia que inutilizaram os melhores esforços do grupo inglez', tendo terminado com a vitória dos portugueses, por 4-1, em que um dos tentos foi marcado por António da Costa. Foi uma vitória importante do grupo português, 'tanto mais lisonjeiro por ser raro', mas principalmente para a causa humanitária, calculando-se que a receita tenha excedido a soma de 200 mil réis.
Cindo dias depois, no Velódrome da Palhavã, realizou-se um concurso de jogos atléticos mas, infelizmente, a assistência 'não passou de regular', devido a dois adiamentos e a um 'dia um pouco desagradável'. Todavia, a 'festa, sportivamente, foi um triumpho'. Numa prova duramente disputada o benfiquista Alfredo Camecelha venceu na especialidade de lançamento do peso, lançando a 'bala de ferro de 7.25 kilos a 9m30, o que é muito bom', destacando-se 'a maneira elegante como lança o peso'. Um marco incontornável, pois esta vitória individual foi a primeira em atletismo da história do Clube.
Saiba mais sobre acontecimentos da história do Clube e da capital portuguesa no área 14 - Lisboa e Benfica do Museu Benfica - Cosme Damião."

Lídia Jorge, in O Benfica

Mão pesada!!!!!!


"Ali, fortissíma a manápula pesadonga da lei. Quase andam à trolhada num espetáculo desportivo, transmitido em directo para todo o país, pumbas, 10 dias de férias sem sair do quarto para um e 3 dias a lavar a loiça para outro. Com o CD (e o Record) ninguém brinca catano.
PS - por mais 2 ou 3 dias, tinham deixado voar uns sopapos para a malta rir um bocadinho."

Bola na mão? No braço? Golo? Há novas regras para 2021/22 (e um novo fora de jogo em estudo)


"Já aqui vos falei sobre algumas das alterações às regras aprovadas para a próxima temporada (a partir de 1 de julho).
Porque o saber não ocupa espaço, recorde aqui as mais relevantes:
I - Golo Marcado Após Toque Com a Mão/Braço do Atacante
A partir da próxima época, o golo só será anulado se:
1 - For marcado diretamente com a mão/braço do atacante (ainda que involuntariamente);
2 - Se for marcado após a bola tocar acidentalmente na mão/braço do atacante e este obtiver golo logo de seguida (com o pé ou cabeça, por exemplo).
Quer isto dizer que, ao contrário do que acontecia até aqui, passará a ser legal o golo marcado por outro jogador, ainda que imediatamente antes a bola tenha ressaltado na mão/braço de um colega.
Além disso, será igualmente legal a bola inesperada/casual que toque na mão/braço do atacante antes deste sofrer falta passível de pontapé-livre ou pontapé de penálti.
Só para que não restem dúvidas:
- A partir da 2021/22, mãos e braços involuntários dos avançados só serão punidos se o próprio jogador marcar diretamente ou imediatamente a seguir.
II - Bola Na Mão/Braço Dos Jogadores (Em Todos os Outros Casos)
De forma a tentar dar mais justiça e coerência às decisões (de punir ou não punir determinados lances), os árbitros devem passar a avaliar:
1 - Se há ou não gesto deliberado de um jogador em levar as mãos/braços na direção da bola. Se houver, em princípio é para punir. Se a bola for ao encontro das mãos/braços do atleta, em princípio não é;
2 - Se determinado toque na bola resulta do facto do jogador fazer crescer o seu corpo de forma "não natural", ou seja, sem justificação aparente. Se isso acontecer, é para sancionar.
Se a posição pouco natural das mãos/braços de um jogador for interpretada como normal/expetável para a sua ação, para o seu movimentos naquele contexto, não deve haver punição.
A análise continuará a ser muito subjetiva (o movimento justificado para uns poderá não ser para outros), mas define um critério mais justo, que seguramente levará à existência de menos infrações.
III - A Proposta de Arséne Wenger Para os Foras de Jogo
Está muito bem lançada para aprovação futura (baseada em testes de campo a realizar) a proposta do ex-técnico francês para a avaliação dos foras de jogo.
O agora diretor para o Desenvolvimento do Futebol Mundial (FIFA) defende que um jogador não deve ser punido por fora de jogo se qualquer parte do seu corpo (com a qual um golo pode ser marcado) estiver alinhada com o penúltimo defensor.
Ou seja, se apenas a ponta do pé do atacante que está adiantado coincidir com qualquer parte do corpo do defesa, não deve haver sanção.
Na prática um atacante só seria punido se, no momento do passe, o enquadramento de todo o seu corpo estivesse totalmente à frente do corpo do penúltimo adversário.
A alteração teria forte impacto tático nas equipas e levaria a uma redução substancial das punições. O futebol de ataque seria beneficiado, o que corresponde na íntegra ao que sempre esteve consagrado no espírito da lei 11.
Vamos esperar para ver."

Um copo em honra de Giuseppe Meazza


"No intervalo das críticas que escrevia sobre vinhos, Luigi Veronelli contava jogadas de Meazza que nem o próprio vira

Peguemos num italiano médio, sem grandes peneiras, se isso for possível, mas também sem pena de si próprio como uma personagem de Ettore Scola. Se lhe estabelecermos uma lista de prioridades no que a gostos respeita, começará muito provavelmente pela mãezinha. Não há italiano médio ou de outra classe qualquer que não ponha a mãezinha no topo das preferências. Na sua maioria confundem a mãezinha gorda com as mãos enfarinhadas de fazer gnochi com a Madonna e isso já obriga o mamífero a dar voltas ao bestunto para perceber ao certo o que se pretende com o suposto inquérito.
Tenho diversos amigos italianos, uns mais típicos do que outros – no Porto diriam mais castiços – e no geral as suas listas de preferências começam com a mãezinha e com a Madonna, tanto faz, e prosseguem com carros, mulheres, spaghetti al dente, limoncello, mais carros e mais mulheres, nem sempre por esta ordem e geralmente carros vermelhos e mulheres ruivas – ou de olhos como piscinas de águas negras como os da Claudia Cardinalle –, sem faltar o calcio, ou uma visão muito especial que têm do futebol, nem sempre simples de entender.
Não são de falsas modéstias, Deus lhes perdoe. O futebol italiano é, sem dúvida, o melhor, mais belo e mais bem jogado do mundo, além de exibir uma superioridade tática sobre todos os outros como consequência de longos estudos sobre a matéria. Houve tempos em que, por pilhéria, consideravam o futebol francês como o futebol mais bem escrito do universo: tinham as prosas mágicas de Jacques Ferran, Gérard Ernaud, Gabriel Hannot, ou do meu querido amigo Jean-Philippe Retacker, puseram em marcha a Taça dos Campeões e a Taça das Nações, que se transformou em Campeonato da Europa de Futebol, mas as suas equipas a sua seleção ganhavam zero.
Vai daí, os franceses, sempre preocupados historiadores de tudo o que rodeia os fenómenos desportivos, responderam com uma dureza excessiva. Isto é, nada o que se publicava no Tuttosport, na Gazzetta dello Sport ou no Corriere dello Sport era para levar a sério, pelo menos de imediato. Até certo ponto tinham razão. Além de grandes especialistas em mãezinhas, os italianos são os príncipes florentinos dos exageros floreados.
Uma das boas tranquibérnias abertas pelo exagero de um autor italiano, teve como protagonista vários pesos pesados. Primeiro o próprio autor da prosa, Luigi Veronelli, intelectual, crítico de gastronomia e de vinhos, ensaísta político, um daqueles homens para os quais nada havia no mundo que se comparasse a um produto italiano. Nesse caso, o produto foi Giuseppe Meazza, o grande jogador do Inter que deu nome ao Estádio de San Siro e ainda passou duas épocas pelo Milan.
Da pena de Veronelli saiu esta pérola digna dos pescadores em apneia do Ceilão: «Eu vi jogar Pelé. Estava muito longe do elegante estilo de Meazza. Certa vez, mesmo à minha frente, vi Pepe Meazza fazer algo que nenhum outro jogador do mundo seria capaz de repetir. Parou a bola no ar com um pontapé de bicicleta no qual, em vez de a chutar, se limitou dominá-la. Ergueu-se a cerca de dois metros de altura.
Depois regressou à terra com a bola colada ao pé direito, fintou um defesa completamente estupefacto, e marcou um golo ao seu jeito, num daqueles remates perfeitos e sardónicos». Sabendo-se da atração que Veronelli tinha por uns bons copos de Valpollicela Amarone, de Barollo e de Nobile de Momtepulciano, pode muito bem desconfiar-se, assim à primeira, deste relato de um gesto único que mais ninguém parece ter testemunhado.
Luigi tinha um feitio complicado e era melhor não correr o risco de o contrariar, sobretudo após as libações. Vendo bem, sob a latada fresca da sua casa em Isola, nos arredores de Milão, estava no direito de dizer o que lhe desse na real gana enquanto os seus convidados despejavam garrafas de tinto acompanhadas de prosciuto crudo e borratina, sem que faltasse o pão e, de tempos a tempos, um grito claro. «Ma, per la Madonna, que Santa Lucia mi rube la luce degli occhi si questo qui raconto non è la pura realtá!». E, em seguida, mentiam até à protérvia.
Luigi Veronelli passou a vida a escrever sobre comida, vinho, política e Giuseppe Meazza. Conseguia contar proezas de Il Balila, o Garotito, como lhe chamavam os colegas por ser tão frágil fisicamente, que nem a sua própria mãezinha, como toda a boa vontade de concordar com o que dissesse il figlio não engoliria de maneira nenhuma. Diz-se que foi Luigi que inventou o golo à Meazza, basicamente um lance em que Giuseppe ia passando por todos os adversários que lhe iam surgindo pela frente até deixar a bola dentro da baliza.
Também terá sido ele e a sua florescente imaginação que lançou a imagem do penálti à Meazza: Pepe corria devagarinho para a bola, dava a sensação que chutaria para um lado, tombava o guarda-redes e dava-lhe um toque ligeiro para o lado contrário. Depois, e copo de vinho na mão, assombrava os amigos: «Esta disse-me o próprio Meazza – não há nada mais frustrante do que ver um penálti ser defendido por um guarda-redes tão burro que nem percebia o meu truque»."