sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Força, Benfica


""Fazer um bom jogo e vencer", foi assim que Jorge Jesus sintetizou, na perfeição, a atitude e as aspirações da nossa equipa para o clássico de hoje à noite.
Ganhar é a palavra de ordem, o objetivo que norteia qualquer equipa que represente as nossas cores e o nosso emblema, independentemente do valor do adversário, da importância do jogo ou do local em que a partida se realiza.
Não nos custa reconhecer que, daqui a umas horas, teremos pela frente um oponente cuja qualidade é indiscutível, que beneficia do teoricamente favorável fator casa e que, por certo, se apresentará muito motivado para alcançar um resultado consonante com os seus objetivos.
Mas também a nossa equipa tem os seus argumentos e é com o triunfo em vista que entrará mais logo em campo.
Jorge Jesus já deu a receita: "O Benfica também vai preparado para as dificuldades e tem de dar respostas com qualidade, com uma boa organização de jogo defensivo, com qualidade no jogo ofensivo. E tentar disputar todos os momentos do jogo, para que seja melhor e possa sair com os três pontos, que é o nosso grande objetivo."
Ambas as equipas partem para este jogo em pé de igualdade, seja na classificação, seja nas condições possíveis para a preparação do clássico, em função da calendarização sobrecarregada, idêntica para ambas.
E também o histórico recente de jogos entre FC Porto e Benfica, no Dragão, é revelador do equilíbrio que tem pautado este encontro (nos últimos quatro jogos, dois empates e uma vitória para cada lado; nos últimos oito, Benfica e FC Porto festejaram o triunfo três vezes cada).
Acresce a circunstância de haver ainda muito campeonato por disputar, pelo que, não obstante a óbvia importância do jogo, não deixando de ser um clássico, o mesmo não se reveste de um carácter decisivo. 
Estão lançados os dados, restando-nos desejar que todos os intervenientes estejam à altura da partida e que, no final, possamos celebrar a conquista de mais três pontos.
De Todos Um, o Benfica!"

Ganharemos!


"A visita ao FC Porto, hoje no Dragão como, no passado, na Antas, no Lima, na Constituição ou no Ameal, é a deslocação mais difícil do ponto de vista estatístico. São já 113 jogos em competições oficiais na qualidade de visitante, nos quais somámos apenas 18 triunfos e 28 empates. Ou seja, perdemos quase 60% dos jogos.
Tendo em conta a tendência negativa, convém recordar que esta sempre existiu (a primeira vitória num jogo oficial surgiu só à 14.ª oportunidade - apenas três empates anteriores), o qual não nos impediu de triunfar em 2011, 2014 (2) ou em 2019.
Torna-se até interessante constatar que, após uma sequência horrível de 19 jogos sem vencermos (e de ganharmos apenas 1 vez em 35 desafios), obtivemos 5 vitórias e 5 empates nas últimas 19 partidas, com uma percentagem de derrotas abaixo dos 50% (bem melhor que os 62% verificados nos 94 jogos anteriores). Se reduzirmos a análise às últimas 10 épocas, celebrámos 4 vitórias e empatámos 3 vezes em 13 jogos.
Partindo do princípio, que não é certo, de que as condicionantes outrora recorrentes não se verificarão desta feita, este é um jogo em que, à luz dos resultados na última década, qualquer desfecho é possível. Incluindo ganharmos, não obstante a vantagem teórica do FC Porto por jogar em casa.
De uma coisa tenho a certeza: só as equipas mentalizadas para a obtenção de triunfos poderão alcança-los. E eu não vejo qualquer razão, nem sequer o facto de não termos sido felizes na recente Supertaça disputada, pelos dois clubes, para que a nossa equipa não entre hoje à noite, no Dragão, mentalizada de que somará 3 pontos nesta jornada. Até porque uma derrota não significará o abandono da corrida pelo título..."

João Tomaz, in O Benfica

Desculpa, Michael Thomas


"Tenho, entre os meus amigos e conhecidos, muitos benfiquistas, cada um e cada uma com a sua forma de viver e sentir o clube. Há os que acompanham cada jogo ou prova disputada nas mais diversas modalidades, há os que só se interessam pelo futebol masculino, e tenho até quem só se lembre do Sport Lisboa e Benfica quando o tempo é de festa. Nesta amálgama de gente, portuguesa e estrangeira, há muitos apoiantes do caminho que está a ser traçado, e outros mais críticos da realidade do clube, o que invariavelmente tem levado a discussões acaloradas - mas sempre civilizadas - sobre o Glorioso. Vem isto a propósito da incapacidade que tenho de atacar quem veste a camisola ou representa o Benfica. Não consigo fazê-lo, e aprendi-o da pior forma.
Entre 1998 e 1999, o futebolista inglês Michael Thomas foi contratado para a equipa principal do SLB. O médio tinha feito uma bela carreira no Arsenal e no Liverpool, mas por cá rendeu muito pouco. A (pouca) velocidade e o (fraco) empenho que colocava em cada lance fizeram que se tornasse um alvo fácil do exigente Terceiro Anel da Catedral. Não poucas vezes, lá vinha o coro de assobios sempre que a bola lhe chegava aos pés e deles saía sem a direcção ou o efeito pretendido. Tenho de confessar que fui um dos que o assobiaram desde a bancada. Aconteceu num dos 25 jogos em que vestiu o manto sagrado. Não resisti. Eu tinha 23 ou 24 anos e deveria ter sido mais civilizado, mas não o fui. Nessa noite, quando cheguei a casa, caí na real.
O meu benfiquismo não poderia passar por ali. Do alto da minha estupidez, tinha acabado de vaiar um jogador que vestia a nossa camisola, acabando por insultar o próprio clube. Nunca mais o fiz. A vergonha desse momento perdura até hoje. Posso acabar devastado por uma derrota ou por uma má exibição individual ou colectiva, posso ficar com mau feitio (ainda mais...) ou perder o apetite, mas não voltei -nem voltarei - a descer tão baixo. De todos, um."

Ricardo Santos, in O Benfica

Temos de vencer o corona


"Amigo leitor, sente-se no sofá mais confortável aí em casa e acompanhe-me nesta breve e arrepiante história. Em meados de Fevereiro de 2020, um jovem rapaz equipado de gorro e luvas pretas no meio da rua, em plena luz do dia, exibia um indisfarcável semblante de ansiedade e preocupação. Sem olhar para trás, foi furando uma multidão de gente observada por centenas e centenas de polícias do corpo de intervenção. Todos eles atentos, esperavam a ordem para avançar se assim fosse necessário. A certa altura, o rapaz desaparece da vista, havendo alguns testemunhos de pessoas que garantem tê-lo visto a aninhar-se e a esconder algo suspeito dentro da roupa interior. Onde iria ele, afinal? Mantendo o passo acelerado, encarou e ultrapassou a última linha de segurança sem qualquer dificuldade. Estava pronto para dar início à missão. Esse rapaz poderia ser um criminoso em acção, mas na verdade era eu mesmo a chegar ao Estádio da Dragão na época passada. A polícia acha que os bandidos vêm lá de fora, mas é lá dentro que estão sempre bem instalados três ou quatro indivíduos a pedir 85€ por uma sandes de presunto e um Sumol - claro que tive de levar dois pacotinhos de bolachas Oreo bem guardadas dentro dos boxers.
Pagar 50€ para percorrer 1,5 Km ao som de insultos à minha pobre mãe, levar meia dúzia de encontrões e passar quatro ou cinco horas debaixo de vento e frio não parece uma actividade muito divertida à primeira vista - e à segunda também não. A minha querida mãezinha que me perdoe, mas eu tenho saudades. Do futebol que aprendi a amar, com adeptos e cachecóis. Logo à noite há clássico, e neste momento queremos todos o mesmo: vencer o corona."

Pedro Soares, in O Benfica

O que nos espera


"Um clássico é sempre um clássico. E, em qualquer parte do mundo, o resultado deste tipo de partidas costuma ser imprevisível.
Todavia, por diversos motivos, os FC Portos-Benficas apresentam um histórico extremamente desfavorável para as nossas cores. Nos últimos 42 anos, só por quatro vezes vencemos no terreno do adversário em jogos a contar para o campeonato, saindo de lá derrotados em 28 ocasiões. Nas últimas seis temporadas conseguimos, ainda assim, estabelecer algum equilíbrio, com duas vitórias, dois empates e duas derrotas.
São os números que ficam para a história, mas há que lembrar que este registo foi em larga medida construído à custa de factores externos: ainda na última temporada fomos bastante prejudicados por Soares Dias, e outras situações houve em que as arbitragens, de forma ainda mais ostensiva, levaram o nosso adversário a triunfos imerecidos.
Provavelmente teremos de contar com isso. E seguramente teremos de contar também com um nível de agressividade muito acima do normal por parte do FC Porto, com os seus jogadores a voarem sobre a relva, a pressionarem intensamente a quase todo o tempo em quase todo o campo, a intimidarem com entradas duríssimas, caldo para qual o único antídoto será, além de muita concentração e serenidade, um futebol rápido e de primeiro toque, capaz de encontrar com fluidez os espaços necessários para criar perigo.
Não vai ser fácil. Mas esta será uma boa oportunidade para dar um safanão nas críticas, e inverter um ciclo de exibições menos conseguidas, obtendo uma vitória capaz de reforçar a confiança para o resto da temporada."

Luís Fialho, in O Benfica

Futebol feminino


"A conquista da Taça da Liga pela nossa equipa de futebol feminino prova que com uma estratégia assente no trabalho e na planificação é possível ter êxito. Este ciclo virtuoso, sustentado numa contratação criteriosa e numa formação de excelência, permitiu bons resultados desportivos. Inspirados na aposta da UEFA, através do programa Time for Action, que visa até 2024 atingir 2,5 milhões de praticantes, os objectivos traçados pela nossa Direcção, em 2018, foram claros - ganhar o campeonato nacional da I divisão, a nível nacional, e disputar a Liga dos Campeões, a nível internacional. E se a nível interno só não fomos campeões devido à maldita pandemia, que impossibilitou a disputa do campeonato até à última jornada, quando o Benfica liderava com um calendário favorável, a participação na Champions foi um marco histórico. Eliminámos o PAOK e o Anderlecht, e frente ao Chelsea disputámos dois jogos que nos permitiram crescer. E se é certo que ainda estamos muito longe do primeiro patamar, onde estão o Lyon, o PSG e o Bayern de Munique, clubes com um orçamento de 6 milhões de euros, ou ainda o Manchester City e o Chelsea, clubes com orçamentos de 4 milhões, ou ainda o Barcelona (2 milhões), a verdade é que esta época servirá para evoluir. Uma palavra final para o vice-presidente Fernando Tavares, um dos obreiros deste projeto vencedor. Fernando Tavares está de luto por morte de sua mãe, D. Manuela, que partiu aos 95 anos. Neste hora de dor, minhas sentidas condolências a quem tem dado tudo ao Benfica e que tem pautado a sua conduta pela competência, correcção e exigência."

Pedro Guerra, in O Benfica

Reconfinar...


"Pareciam já remotos os dias do 'Arco-Íris' da esperança, das palmas à janela, ou das conferências de imprensa ansiosamente aguardadas. Só que, infelizmente, depois de um verão que nos devolveu o sol e de um Natal que nos trouxe vacinas de esperança no sapatinho, a realidade viral impôs-se novamente. Nua e crua como só um micróbio acéfalo sabe ser.
Mas desta vez não nos pega totalmente desprevenidos. Cometemos alguns excessos e porventura facilitámos colectivamente, sedentos que estávamos de normalidade, mas já todos interiorizámos gestos como desinfetar as mãos, usar máscara, cumprimentar de cotovelo afastarmo-nos um dos ouros, guardar a tosse e o catarro e, quando não, usar o cotovelo dobrado. Definitivamente, andamos mais por casa, interagimos menos e encontrámos novas formas de trabalhar, porque parar não é opção!
Nada disto nos tira a saudade de uma existência em liberdade total, um quase estado de graça em que vivíamos e não sabíamos, que não valorizávamos de todo como hoje. Nada disto nos devolve, ainda, o bruaá do estádio cheio, o turbilhão de ores e o frémito de multidão ávida do golo, pronta a explodir em alegria mal chegue.
É verdade, mas a nossa resiliência em manter e reforçar os novos hábitos, junto com um par de vacinas e uma esperança férrea, são seguramente, se não o único, pelo menos o melhor passaporte para a normalidade!"

Jorge Miranda, in O Benfica

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"8
Com as 2 assistências na partida frente ao Tondela, Darwin já soma 8 em competições oficiais pelo Benfica e cimentou a posição cimeira, na presente temporada, no rankings dos autores de golos e assistências (16 - participação directa na finalização de quase 28% dos 58 golos marcados pela equipa).

10
Golos de Seferovic em 2020/21, tantos quantos os da autoria de Pizzi. Ambos lideram a lista dos goleadores da nossa equipa na presente temporada, mas Pizzi participou em mais 1 jogo que o colega e em mais 184 minutos (incluí tempos adicionais). Seguem-se Darwin e Waldschmidt, com 8 golos cada.

33
Com a estreia de Todibo, passaram a ser 33 jogadores utilizados pelo Benfica em competições oficiais na presente temporada.

70
O Benfica chega pela 17.ª vez aos quartos-de-final da Taça de Portugal (11 sob a denominação 'Campeonato de Portugal') à 97.ª edição da prova (17 como 'Campeonato de Portugal').

109.1
Minutos de utilização (incluindo tempos adicionais) de Seferovic em competições oficiais por cada um dos 10 golos marcados na presente época. Na sua temporada mais prolífera (27 em 2018/19) marcou um golo a cada 141.1 minutos. Com  golo marcado ao CF Estrela, o avançado suíço totaliza 53 pelo Benfica em competições oficiais, os mesmos que Manuel Costa, o 41.º no ranking, que brilhou de águia ao peito durante quatro épocas na primeira metade da década de 40 do século passado.

200
Jogos de Pizzi de águia ao peito no Campeonato Nacional em pouco mais de 6 temporadas e um terço da sétima. Impressiona não só pela regularidade com que é utilizado, mas também, tendo em conta que não é um avançado, pelos golos apontados (59)."

João Tomaz, in O Benfica