"A comunicação social, de mãos dadas com o FC Porto e Sporting CP, decidiu abafar as negociatas destes clubes e voltou à carga na sua batalhada infindável e persecutória contra o Benfica, reciclando dados do processo “cartão vermelho” do verão passado e trazendo à baila a investigação sobre os negócios dos jogadores contratados durante a presidência de Luís Filipe Vieira, como se de casos novos se tratassem. Uma vez que ninguém fala do que realmente interessa e é do desconhecimento da larga maioria, falaremos nós. Acompanhem-nos, pois a leitura será longa, mas esclarecedora.
Comecemos pelas questões essenciais:
Porque é que quando o tema é o Benfica, importa ao Ministério Público dissecar e esmiuçar os negócios dos jogadores de forma individual, escrutinando todos os contratos, e ao Sporting CP e FC Porto assiste-se a um silêncio sepulcral e conluio controverso? As contratações destes não são igualmente relevantes? Ministério Público e procuradores não têm a obrigação de ser idóneos e imparciais quanto ao tratamento de todos aqueles que levantem suspeitas sobre hipotéticas ilegalidades? Ou o FC Porto e Sporting CP são intocáveis e não merecem ser investigados?
Mais, porque é que sempre que falamos de investigações sobre o Benfica – que até ao momento resultaram em absolutamente nada, sendo o Benfica inocentado em todas as acusações -, o segredo de justiça é sistematicamente violado e os dados processuais vão parar às mãos da Cofina e de outros jornais? Saberão eles que isso se trata de crime punível com pena de prisão? Recordamos que, ao dia de hoje, apenas um clube foi acusado e condenado em tribunal: o FC Porto. Tanto no “Apito Dourado” como no caso dos emails foram dados como culpados, neste último com a agravante de usurpação, manipulação e deturpação do conteúdo, cujas consequências nefastas causaram milhões de prejuízo ao Sport Lisboa e Benfica, afetando incomensuravelmente a sua credibilidade, prejudicando os seus interesses comerciais e chegando a provocar a queda de cotação das ações da Sociedade Anónima Desportiva. Esta é uma fatura que o FC Porto ainda irá pagar.
Como não parece ser do interesse do Ministério Público e da comunicação social investigar os negócios do FC Porto e Sporting CP, ajudaremos nós nessa investigação e publicaremos aqui os dados financeiros destes clubes desde 2014 até à data.
Avancemos então:
No relatório e Contas da FC Porto SAD, a rubrica “Encargos adicionais” refere-se a «gastos relacionados com as aquisições de direitos económicos, nomeadamente encargos com serviços de intermediação, serviços legais, prémios de assinatura de contratos, entre outros custos relacionados com a aquisição dos direitos económicos». No caso dos jogadores alegadamente contratados a «custo zero», a FC Porto SAD não faz a distinção dos custos associados individualmente, isto é, por jogador transacionado, mas sim a soma total dos custos envolvidos na contratação de todos os jogadores, num valor disseminado pela soma dos jogadores e referente a cada época desportiva. Isto é particularmente interessante de constatar e tem uma finalidade clara, como adiante entenderão.
Nestes “encargos adicionais” estão também contabilizadas as comissões e intermediações das contratações com custos e não apenas dos jogadores contratados a custo zero. Embora não estejam nas tabelas em anexo, importa mencionar essa nota de forma a não induzir os nossos leitores em erro. Estes encargos com serviços de intermediação, serviços legais, prémios de assinatura de contratos e outros englobam todos os jogadores contratados na janela do mercado.
O que nos intrigou enquanto dissecávamos os relatórios da FC Porto SAD, é que, como acima mencionámos, esta não faz a distinção dos encargos com os jogadores a nível individual e prefere somar tudo no mesmo bolo (englobando os encargos de todos os jogadores). Desta forma, a SAD portista oculta deliberadamente quanto foi gasto detalhadamente em quem, para quem foi esse dinheiro e quais os prémios atribuídos de forma individual, conseguindo, assim, escapar ao escrutínio financeiro e à investigação dos negócios, comissões, encargos e prémios de cada um dos contratos obtidos a custo zero.
A FC Porto SAD é astuta, mas nós também e fizemos o trabalho de casa.
Verdadeiros valores das contratações a custo zero (e contratações com custos associados):
2014/2015: Cote, Ricardo Nunes, Daniel Opare, Sami. Total: 0€. Comissões: 6.863.545€.
2015/2016: Iker Casillas, Alberto Bueno, Maxi Pereira, Daniel Osvaldo. Total: 0€. Comissões: 13.013.878€.
2016/2017: José Manuel, João Carlos Teixeira. Total: 0€. Comissões: 4.509.333€.
2020/2021: Nanú, Cláudio Ramos, Carraça. Total: 0€. Comissões: 10.257.700€.
Tendo em conta estas informações, desafiamos o FC Porto a revelar os gastos com cada jogador garantido a «custo zero» de forma detalhada e individual, desagregando da soma dos “encargos adicionais” os valores referentes a cada um dos jogadores contratados. Assim perceberemos se o custo é realmente zero ou se, afinal, são vários zeros à direita.
Veremos também quantos contratos acabarão investigados e quanto dinheiro foi metido ao bolso dos intervenientes sem ninguém saber.
Sobre o Sporting CP, os jogadores contratados a «custo zero» custaram na realidade milhões de euros. Alguns vêm descriminados nos relatórios e contas, outros nunca saberemos quanto custaram, a menos que o Ministério Público e respetivos procuradores decidam investigar e parem de se entreter a vasculhar as gavetas da Luz. Existem, contudo, 2 negócios suspeitos:
1) Antonio Adán. Noticias referem que os dirigentes leoninos compensaram o atleta através do prémio de assinatura, mas no relatório e contas não vem a verba discriminada.
2) Jeremy Mathieu. Este foi contratado livre após revogação do contrato de trabalho desportivo com o FC Barcelona, assim o valor de outros encargos é relativo a um prémio de assinatura de 3 milhões de euros e à comissão de intermediação de 1 milhão de euros.
Fora estes negócios, temos ainda as negociatas com as instituições bancárias que conferem ao Sporting CP benefícios e concorrência desleal perante as restantes SADs cotadas em bolsa. Compreendam os nossos leitores que é do interesse da comunicação social não divulgar o assunto para proteger os interesses do Sporting CP e das entidades financeiras envolvidas, portanto falaremos nós:
O fundo norte-americano Apollo Global Management, que, no passado, adquiriu a Seguradora Tranquilidade e a Açoreana Seguros, companhias de seguros pertencentes ao BES e ao Banif, respetivamente (este último sendo acionista da companhia açoreana), prepara-se agora para comprar parte da dívida do Sporting CP - os tais 135 milhões de euros em VMOCs que avançámos há umas semanas - por apenas – leia-se bem – cerca de 40,5 milhões de euros. Este negócio tem como principal objetivo salvar o Sporting CP, que se encontra em falência técnica, e oferecer o derradeiro balão de oxigénio que o clube leonino precisa para poder continuar a viver acima das suas possibilidades. Falamos de 94,5 milhões de euros que serão perdoados e que, a somar aos já 92 milhões de euros perdoados anteriormente, poderão atingir um valor total de 186.5 milhões de euros de dívida que o Sporting CP não pagará.
Gostaríamos de saber o que têm a dizer os restantes clubes da liga que cumprem religiosamente as suas obrigações financeiras e todos os contribuintes portugueses. Quem irá pagar a fatura?
Disponibilizando todas estas informações e provas neste artigo, resta questionar:
Para quando as operações ”Cartão Azul” e “Cartão Verde” pelo Ministério Público?"
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