sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Benfica, marcar, marcar


"Por diferentes motivos, as últimas duas temporadas foram muito más para o futebol do Benfica. Campeonatos perdidos, taças perdidas, prestações europeias modestas.
Talvez por isso, à menor quebra de rendimento da equipa, logo os adeptos temem os fantasmas desse passado recente.
Ora, a história não se repete, e agora o contexto é outro. A época pôde ser preparada desde o início, e espera-se (por todos os motivos) que o covid não volte a fazer os estrados de há um ano. A calendarização voltou à normalidade, e o público regressou às bancadas. Além de tudo isto, há que dizer que o Benfica tem hoje um plantel mais vasto e mais equilibrado do que nas temporadas anteriores.
Nas últimas partidas, nomeadamente nas que significaram perda de pontos, creio que o problema se colocou ao nível da finalização. A equipa defende melhor, o meio-campo (com a subida de rendimento de Weigl e a integração de João Mário) está muito melhor, e é no ataque que temos sentido dificuldades, não resolvendo jogos aparentemente controlados - como foram os casos de Portimonense e Estoril.
Nas três épocas anteriores, Seferovic anotara 62 golos, e Pizzi 61. Um está lesionado há meses, e outro não tem sido opção. Yaremchuk não estará totalmente adaptado, Gonçalo Ramos ainda procura o seu espaço, e Rodrigo Pinho lesionou-se gravemente. Darwin rende mais no flanco, e Rafa não pode fazer tudo.
Creio que é aqui que o trabalho de Jorge Jesus terá de incidir. Quando aproveitarmos melhor as oportunidades que criamos, os bons resultados voltarão. E, com eles, o regresso à liderança do campeonato será uma questão de tempo."

Luís Fialho, in O Benfica

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