domingo, 24 de outubro de 2021

Desporto «corpo a corpo»


"Primeira constatação: nós somos pedagogos do corpo, muito mais do que no passado. Somos confrontados com a extraordinária diversidade de qualidades físicas e de práticas corporais. como referia Bellin du Coteau, no seu Trado de Educação Física, em 1930, o nosso universo pedagógico não se limita à “força-destreza, velocidade, resistência”. Hoje, as referências são mais complicadas. Há uma diversidade de qualidades: lazer, relaxamento, tonicidade, músculo, etc. Por outro lado, existe uma efervescência de práticas desportivas, levando ao seu crescimento. Hoje, vivemos num mundo que privilegia a informação, relativamente a um mundo que privilegiava a energia. Se alguém lê um livro sobre dieta, espera um discurso sobre calorias e sobre como tratar do seu corpo, inculcando-lhe uma memória. O corpo é um dos maravilhosos instrumentos do visível e do sensível à “evacuação”.
Segunda constatação: existem muitos “não ditos” nas práticas desportivas, nas normas e nas preferências sociais. Vivemos numa situação de grande mobilidade. As práticas desportivas julgadas fundamentais mudaram. Há práticas que quase desapareceram. Nos anos 1920 dava-se muita importância ao boxe. Atualmente, o que é feito dele?
Terceira constatação: existe uma diversificação de práticas e de públicos. No entanto, existe um défice social na participação desportiva, nomeadamente no que diz respeito à feminização no desporto e na integração das populações desfavorecidas. A igualdade de oportunidades é real no direito, mas não se traduz, muitas vezes, na realidade. É previso passar da igualdade do direito para a igualdade dos factos. Outras há, mas estas constatações interpelam o conjunto dos atores da vida social, sobretudo do movimento desportivo."

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