segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Vitória SC 1-3 SL Benfica: O crânio João Mário, O(crânia) goleadora


"A Crónica: Águia Triunfante No Assalto Ao Castelo
O Vitória SC foi, este sábado, derrotado pelo SL Benfica em casa por números esclarecedores: 3-1 foi o resultado. Depois de mais um mau resultado, o Vitória SC tem fortes probabilidades de se afundar na segunda metade da tabela. Já o SL Benfica de Jorge Jesus continua aquele que tem sido um percurso brilhante na Primeira Liga.
Em vésperas de um compromisso europeu decisivo, e depois de ter visto os teóricos eternos concorrentes, Sporting CP e FC Porto, aproximarem-se na tabela, um teste de fogo ao 100% vitorioso SL Benfica no campeonato 2021/2022 de Jorge Jesus. Uma deslocação ao castelo, não de D. Afonso Henriques, mas de Pepa.
O técnico que, na temporada passada qualificou para a Europa o FC Paços de Ferreira, liderava um Vitória SC que ainda não traduzia em resultados o bom futebol que praticava desde o início da época.
Uma equipa que se propõe a uma qualificação europeia não pode perder 11 pontos em 18 possíveis. Para os vitorianos, urgia a necessidade de não só de pontos, mas de triunfos. O desafio era grande, mas os da casa olhavam-no de frente.
Do lado dos líderes do campeonato, a perspetiva de ficar à distância de um ou de dois pontos dos adversários diretos não dava espaço para devaneios europeus. As equipas estavam obrigadas a jogar para ganhar.
Os primeiros minutos de jogo confirmaram as expectativas. Nenhuma das equipas tinha medo de tentar jogar bem, mas o SL Benfica conseguia ter mais bola. Do lado dos encarnados, João Mário geria os ritmos no último terço, num jogo em que os comandados de Jorge Jesus entraram muito bem.
Em contra-ataque, a primeira grande ocasião de golo foi para o Vitória. Edwars entendeu-se de forma perfeita para Rafa que assistiu Estupiñan, que não conseguiu a emenda. O SL Benfica não se assustou e continuou a conseguir assumir as despesas de jogo.
As aproximações eram muitas, mas durante algum tempo foi falhando o último passe, muito por mérito da linha defensiva do Vitória SC. Convém frisar uma nuance tática que Jesus trouxe para Guimarães: o posicionamento de Rafa, atrás de Yaremchuk e Darwin confundia o meio-campo vitoriano.
Em ataques rápidos, contudo, os comandados de Pepa eram mais perigosos do que os visitantes. Mais uma oferenda em bandeja para Estupiñan, desta vez um cruzamento da direita de Quaresma, que o ponta-de-lança desaproveitou.
Apesar de trabalhar muito e bem, Estupiñan estava perdulário. Aos 15 minutos, mais uma deambulação de Rafa permitiu a Yaremchuk testar o remate. De ângulo apertado, o ucraniano atirou ligeiramente ao lado. O SL Benfica tinha entrado muito bem, tinha obrigado o Vitória SC a recuar muito, mas o golo não aparecia.
A meio da primeira parte, com o teimoso nulo no mercador, um passe genial de João Mário para Grimaldo permitiu a lateral cruzar de primeira, mas Mumin tirou o pão da boca de Yaremchuk quando o ucraniano já se preparava para festejar.
Depois de duas oportunidades desperdiçadas, Yaremchuk mostrou ao que veio. Grande finalização do ucraniano à saída de Trmal e desfeito o 0-0 aos 30 minutos. Resultado justo até esse momento.
Depois do golo, Pepa deu ordem para os extremos trocarem de lado. Quaresma foi para a esquerda, Edwards para a direita e, coincidência ou não, o jogo do Vitória SC melhorou. Tiago Silva, sempre que tinha a bola, dava critério à equipa, mas apesar dessa melhoria, o SL Benfica continuava perigoso.
E foi em contra-ataque, aos 41 minutos, Yaremchuk voltou a picar o ponto. Desta vez, sim, o Vitória SC sentiu o golo sofrido e, até ao intervalo, assistiu-se a um vendaval ofensivo dos encarnados que só não acabaram com o jogo por acaso. Yaremchuk, no espaço de dois minutos, aproveitou duas ofertas do Vitória SC para errar um chapéu por milímetros e obrigar Trmal a grande defesa.
Sem substituições e com apenas quatro minutos da segunda parte, duas grandes oportunidades para o Vitória SC. Rafa Soares ganhou espaço, cruzou rasteiro para a marca de penalty, mas Tiago Silva falhou uma grande penalidade em movimento e, pouco depois, Edwards, totalmente isolado, não decidiu bem, demorou a rematar e acabou por não conseguir fazer nada.
Se quisesse reentrar no jogo, o Vitória SC não se podia dar ao luxo de continuar a esbanjar oportunidades. Ainda assim, os adeptos empolgavam-se porque os vimaranenses estavam claramente melhores na segunda parte. Já tinham passado dez minutos desde o reinício da partida, cheirava a golo do Vitória SC, mas o resultado mantinha-se o mesmo.
Aos 56 minutos, foi Estupiñan quem voltou a desaproveitar uma boa (combinação ofensiva dos vimaranenses e, perante o jogo, a dada altura começou a sentir-se da parte do SL Benfica uma procura pelo golo menos vertiginosa pelo golo.
Sempre houve momentos de frisson na área dos de Guimarães (houve até um desentendimento entre Jesus e Darwin na sequência de uma má definição do uruguaio num lance de contra-ataque de três para um).
Era a Pepa que cabia ir atrás do prejuízo, mas foi Jesus o primeiro a mexer. Sem a necessidade de um ponta-de-lança que ligasse o jogo, Yaremchuk saiu de um jogo memorável e deu a vez a Pizzi. Talvez a intenção de Jorge Jesus passasse por ter um jogador mais móvel, como Darwin, na frente para o contra-ataque e ter, ao mesmo tempo, Pizzi para “congelar” o jogo.
A 20 minutos do fim, Pepa começou a arriscar, com a inclusão de Rochinha e de André Almeida no jogo. As intenções do técnico vimaranense foram, contudo, completamente anuladas pouco depois, quando João Mário coroou uma prestação positiva com um 3-0 que acabava com o jogo. Já a pensar no FC Barcelona, Jesus começou a gerir o meio-campo, tirando os indiscutíveis Weigl e João Mário.
A pouco mais de dez minutos do apito final, uma ameaça de golpe de teatro daqueles com muito drama à mistura: penalty e golo para o Vitória SC. Bruno Duarte, na conversão, deu esperança ao estádio D. Afonso Henriques, que fez questão de empurrar a equipa para um ultimo assalto intenso, mas ineficaz. O resultado não sofreria alterações e, pode dizer-se, que de forma justa.

A Figura
Roman Yaremchuk Rafa fez um jogo muito bom, mas o ucraniano desbloqueou a partida com um bis e cumpriu de forma sublime a sua missão. Podia ter marcado mais, é verdade, mas já vai mostrando porque foi contratado: é um jogador com facilidade técnica com os dois pés, com critério e que finaliza com oportunismo.

O Fora de Jogo
Alfa Semedo – Não se trata de ser o exclusivo culpado pelos erros da equipa a defender, mas nunca se mostrou confortável com a presença de Rafa. Não foi suficiente para o adversário.

Análise Tática – Vitória SC
Escalado em 4-3-3, com Alfa Semedo como pivot defensivo e Tiago Silva com André André à sua frente, o Vitória SC de Pepa foi completamente dominado na primeira parte. Os criativos Quaresma e Edwards nas alas raramente apareceram.
Estupiñan foi muito perdulário e os centrais deixaram-se afetar por alguns erros que foram tendo. Rochinha entrou, dinamizou o ataque dos vitorianos e provou que merece um lugar no onze. Sempre que foi opção, Handel mostrou mais do que Alfa Semedo.

XI Inicial e Pontuações
Trmal (4)
Sacko (5)
Borevkovic (4)
Mumin (4)
Rafa (5)
Alfa Semedo (3)
André André (4)
Tiago Silva (5)
Quaresma (4)
Edwards (5)
Estupiñan (3)
Subs Utilizados
André Almeida (6)
Janvier (5)
Rúben Lameiras (6)
Bruno Duarte (6)
Rochinha (7)

Análise Tática – SL Benfica
Foi um grande jogo do SL Benfica. O trio de centrais formado por Lucas, Otamendi e Vertonghen chegou para as encomendas. Lázaro não foi muito exuberante ainda, mas mostrou bons pormenores.
O 3-4-3 habitual transformou-se, com bola, num 3-4-1-2, com Rafa a assumir a posição “10”, mas a ter liberdade para aparecer em qualquer lado na zona das costas dos médios do adversário. Meité e Gedson, depois de entrarem, ajudaram a suster o ímpeto final do Vitória SC e provaram que também são opções.

XI Inicial e Pontuações
Odysseas (5)
Lázaro (5)
Lucas Veríssimo (6)
Otamendi (6)
Vertonghen (6)
Grimaldo (6)
Weigl (7)
João Mário (8)
Rafa (9)
Darwin (7)
Yaremchuk (9)
Subs Utilizados
Gil Dias (5)
Meité (5)
Pizzi (6)
Gedson (5)

BnR na Conferência de Imprensa
Vitória SC
BnR: Em algum momento, na primeira parte, considerou inverter o triângulo ou mesmo juntar o Handel ao Alfa Semedo para conter mais a ação do Rafa?
Pepa: Quando estamos mal individualmente, não há coletividade, posicionamento… Nada. A nossa primeira parte não é normal, é inadmissível. Quando o coletivo não está ligado, paga-se muito caro. Seja contra quem for.
SL Benfica
Não foi possível fazer perguntas ao treinador do SL Benfica, Jorge Jesus."

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