quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Perdões vs. Dívidas (pessoais)!


"Luís Filipe Vieira, na qualidade de presidente do conselho de administração da Promovalor, esteve na Assembleia da República no âmbito da comissão parlamentar de inquérito ao Novo Banco/Banco Espírito Santo e respondeu às questões dos deputados durante cinco horas.
A comunicação social, com especial enfoque no Grupo Cofina Media, apressou-se a promover uma campanha de indignação pelas perdas do grupo económico de Luís Filipe Vieira, com créditos e ativos associados abrangidos pelo Acordo de Capitalização Contingente (ACC), aludindo ao facto dos contribuintes terem de pagar ao NB os prejuízos gerados por esses créditos tóxicos.
Os intelectuais da nossa praça, sempre em luta para o bem do nosso país, não se coibiram de condenar Luís Filipe Vieira, porém, toldados pela clubite aguda, têm conseguido abafar o que se passa no Sporting Clube de Portugal, que através dos valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis (VMOC) e repetidos perdões de dívida provocou perdas que ascendem os 135 milhões de euros. Mas esses continuam imunes a "julgamentos" na praça pública e, aparentemente, isentos de culpa no dano provocado à carteira dos contribuintes.
A Comissão de Inquérito também tem sido cúmplice por branquear este atentado às finanças públicas, bem como a comunicação social, que não pode continuar a ignorar os princípios fundamentais do código deontológico e deve relatar estes factos com rigor e exatidão para que todos os portugueses percebam o que está a acontecer.
É extremamente grave que haja quem incumpra reiteradamente e continue a beneficiar de tratamento privilegiado por parte da banca, Governo, imprensa e organismos que tutelam o desporto nacional. O contribuinte não tem de pagar pelos atos de gestão dos administradores de um clube que há muito deixou de poder competir com os grandes, mas que continua a viver como se fosse um, bem acima das suas capacidades. Enquanto as SAD de clubes concorrentes têm de recorrer a empréstimos obrigacionistas, nomeadamente o Benfica que cumpre escrupulosamente os seus compromissos com a banca, a SAD do Sporting recorre a perdões de dívida, o que resulta num claro ato de concorrência desleal.
Enquanto continuarmos todos a assobiar para o lado, tratando o Sporting de forma diferenciada como se de um menino com necessidades especiais se tratasse, este escândalo nunca conhecerá o fim.
Basta!"

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