quinta-feira, 30 de setembro de 2021

A evolução de Weigl – O quarto equilíbrio e a gestão da posse


"O médio alemão é finalmente indiscutível no jogo do Benfica. Mas, o que mudou?
Jorge Jesus referiu que hoje, Weigl já percebe melhor o que o treinador quer do seu médio defensivo. Mas, há mais factores para lá do conhecimento que permitem o emergir de Weigl, e todos relacionados com a forma como, e ao contrário da temporada passada, Weigl está menos exposto e mais protegido pelo coletivo… e por novas individualidades no Benfica.
O ponto de partida para o incremento do rendimento de Weigl é desde logo a mudança de sistema tático. Com três centrais, deixa de ser o “6” a ter a responsabilidade de integrar linha defensiva quando um dos defesas sai na bola. O espaço largo que sempre se abre entre lateral e central, e que tantas vezes força o médio defensivo a aparecer para dar cobertura, ou que ocupado por um dos centrais, obriga o “seis” a ocupar a posição central da defesa, já não existe. A linha de cinco cobre mais largura, e o seis já não tem de se integrar na defesa.
No momento ofensivo, Weigl passa a ser o quarto homem que equilibra a equipa – Três centrais atrás e Julian à frente dos três. Anteriormente era o terceiro equilíbrio – Depois dos dois centrais.
A mudança estrutural tática, reduziu desde logo a necessidade de um campo de ação tão largo como no passado. E é precisamente pelas suas capacidades condicionais (velocidade e força) não serem de topo que o talentoso médio chegou para jogar em Portugal. Caso contrário, jamais jogaria na nossa Liga. Protegido nas suas lacunas pelo novo equilibrio tático da equipa, Weigl beneficia ainda de hoje ter à sua frente o criterioso João Mário. O jogo do Benfica acelera quando chega ao último terço – Tem jogadores de excelência para tal – mas, não acelera fora de tempo – Como é o caso quando Taarabt o força a acontecer, ainda antes da chegada da bola a zonas altas. O critério e gestão que João Mário dá ao jogo ofensivo do Benfica, provoca menos perdas, e consequentemente menos momentos onde é fundamental Acelerar e Marcar oponentes para controlar momento de Transição Defensiva.
Menos exposto taticamente, com menos momentos onde é menos forte para controlar ao longo do jogo – Que lhe permite ter mais energia para reagir – Diferente ter de acelerar 5 vezes na Transição Defensiva, de ter de o fazer por 15! – emerge a sua qualidade em posse. E esta sempre esteve presente no seu jogo, e não é novidade!
Contra o PSV em Eindhoven e contra o Barcelona na Luz, Weigl bateu os seus records do ano em intercepções e recuperações da posse, e foi em ambos os jogos verdadeiramente determinante para o sucesso do Benfica."

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