"Sempre que chegam os Jogos Olímpicos, lá vem a conversa das medalhas. Como se fosse obrigação dos atletas portugueses voltar a casa sempre banhados a ouro, prata ou bronze. Podemos apontar a falta de cultura desportiva como mãe de todos os males, mas não só.
É certo que a comunicação social tem tendência a acompanhar os feitos das modalidades apenas no momento das vitórias, mas mesmo aí continuam a existir demasiadas falhas que importa corrigir. No dia em que se iniciavam os Jogos de Tóquio, o tema principal da capa dos três jornais desportivos portugueses foi o autor de um golo num jogo particular do SL Benfica. Até entendo que o Glorioso é quem vende jornais, mas o princípio reinante é que esta errado.
Não basta, de quatro em quatro anos (mais um em 2021), lembrarmo-nos dos atletas olímpicos. È preciso um Estado forte que os apoie, com estratégia a longo prazo, garantia de estabilidade financeira e de uma carreira na alta competição. Os clubes não podem fazer tudo sozinhos. E mais nenhum se compara ao SL Benfica neste apoio. Nem as federações, mas essa é outra conversa.
Não me venham falar de que somos um país pequeno. Podemos sê-lo em termos geográficos, mas não em qualidade. E não somos os únicos. Temos cerca de 10,2 milhões de habitantes e 24 medalhas olímpicas conquistadas (4 de ouro, 8 de prata, 12 de bronze). Sabem quantos habitantes tem a Suécia? Praticamente os mesmos que Portugal e 652 medalhas olímpicas, sendo que 202 são de ouro. Sim, os Jogos de Inverno também entram nestas constas, mas há mais números para nos fazer pensar: Suíça, 8,7 milhões de habitantes e 345 medalhas; Cuba, 11,3 milhões de pessoas para 226 medalhas. E o que dizer da Letónia? Com uma população de 1,8 milhões de 28 medalhas nos Jogos Olímpicos, 4 de ouro, como Portugal. Vamos lá ver se desempatamos isto. E se apoiamos os olímpicos como eles merecem."
Ricardo Santos, in O Benfica
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!