domingo, 27 de junho de 2021

A alma do futebol


"Independentemente dos aspectos estritamente desportivos, o Campeonato da Europa já deu aos amantes do futebol algo assinalável: voltámos a ver estádios cheios. Há mais de um ano que tal não acontecia. E embora ainda não de forma generalizada, já foi possível, pelo menos em algumas partidas, saborear o futebol tal como o conhecíamos antes.
Ao longo deste período - demasiado longo e demasiado penoso - sofremos por ver bancadas despidas, sem cor, sem som e sem alma. Ficou dramaticamente demonstrada a falta que fazem os adeptos, e como o futebol é um quadro ao qual a moldura é absolutamente indispensável. No plano desportivo o Benfica foi o clube português mais penalizado, não só (como se sabe) com o próprio vírus, mas também com a ausência de público. Único no país capaz de encher todos os estádios onde joga, o nosso 'Glorioso' viu-se privado daquela que é, indiscutivelmente, uma das suas principais armas. E foram muitas as situações em que o grito oriundo das bancadas talvez pudesse ter galvanizado a equipa para melhorar resultados.
A pandemia não está ainda ultrapassada. Mas seria muito mau vivemos mais uma temporada desportiva de portas fechadas, mais um ano de futebol triste e meramente burocrático como aquele que, infelizmente, tivemos de suportar durante todo este tempo.
Quero acreditar que está próximo o momento de voltarmos a sentar-nos nas cadeiras do Estádio da Luz, e a festejar os golos do Benfica sem quaisquer restrições Já está longe o dia 2 de Março de 2020, data em que enchemos a Luz pela última vez. A saudade aperta. Acreditemos que o regresso está para breve."

Luís Fialho, in O Benfica

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