sexta-feira, 21 de maio de 2021

Estreias & Golos !!!


"A memória é tramada, porque só grava a maceta e cinzel os factos chocantes, esquecendo outros menos bombásticos, mas igualmente importantes. No caso dos Benfiquistas, quando o nome “Vata” surge, a fita VHS do cérebro faz rewind directo para a Gloriosa meia final marselhesa da Taça dos Clubes Campeões Europeus, deixando esquecido no fundo do baú, outro momento inolvidável da sua passagem pelo Clube da Águia Altaneira, ocorrido há exactos 32 anos, na bela tarde de 21 de Maio de 1989, dia em que o pequeno angolano com faro de golo mandou escrever Vata Matanu Garcia na lista dos melhores marcadores dos campeonatos nacionais, no meio de uma maravilhosa sucessão de momentos dignos de ficarem cravados na história.
O domingo já era de festão de arromba na Catedral, pela conquista de mais um título de campeão e pela despedida dos relvados do Grande Senhor Mestre do Benfiquismo e do Desportivismo de Aquém e Além Mar Shéu Han, tudo enfeitado com a presença do Boavista das camisolas esquisitas. Como em dias pródigos em História se tem sempre de aplicar a teoria do “não há duas sem três”, foi também nesta partida que Isaías Marques Soares marcou o seu primeiro golo no Gigante de Betão… desta vez, ainda na baliza errada. E só porque este foi um dia realmente especial, registe-se que foi a primeira vez que João Vieira Pinto pisou relvado sagrado na Primeira Divisão. Tal como o Homem do Pontapé Canhão, ainda como herege.
A festa abriu promonitória com o que viria a ser a década de 90 do Benfica, com a aterragem de alguns pára-quedistas no Estádio da Luz, seguido de entrada em campo do novo campeão nacional, atravessando a Guarda de Honra boavisteira que nunca foi tradição em Portugal. Teve o passo seguinte com o metediço filho da Damba a facturar o primeiro da conta pessoal e colectiva com o pé direito, fechando assim o livro de registos do primeiro tempo. Durante o descanso dos guerreiros, o Tigre Silencioso foi levado e lavado em lágrimas por Carlos Pinhão e pelo Presidente do Benfica João Santos. Para a segunda metade do prélio ficou guardada a apresentação do Pontapé Canhão aos futuros acólitos, um gigante balde de água fria, a estreia do nosso Menino de Ouro e pouco antes de entrarem os varredores de confetes, a cabeçada imparável do matador a igualar o jogo e a meter a mão na Bola de Prata… a mão não, o ombro…"

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