sexta-feira, 12 de março de 2021

E podemos imaginar um país sem desporto?


"“Imagine V. Exa. um país sem desportistas.” Assim começa uma carta aberta ao Primeiro-Ministro subscrita por um grupo de 12 atletas de elite e, seguramente, apoiada por milhares de atletas, tanto de elite como amadores, ou por todos aqueles que são apaixonados por desporto.
Nesta iniciativa, revestida de grande importância, este grupo de atletas, desprendido de motivações pessoais, apresenta a sua preocupação com a atual situação do setor do desporto em Portugal. Os números são alarmantes e ainda estamos longe de conhecer as suas verdadeiras consequências.
“O nosso papel, enquanto atletas Olímpicos, não se resume às nossas prestações desportivas, imbuídas que são de um enorme orgulho por representarmos o nosso país. É uma honra, mas também uma enorme responsabilidade fazê-lo. É precisamente por este amor a Portugal que entendemos, aliás, sentimos necessidade de contribuir para o seu desenvolvimento, por mais humilde que possa ser esse contributo. Temos plena consciência de que os nossos atos, a nossa forma de viver, são inspiração para milhões de pessoas. Essa inspiração move montanhas!”
Esta posição vem dar corpo às mudanças que estão a ocorrer no mundo, em geral, e no mundo desportivo, em particular, onde os atletas são uma voz ativa que tem de ser escutada! Cada vez mais têm uma participação ativa noutras matérias que transcendem o treino e a competição!
Por muito que ainda subsistam alguns resquícios de uma mentalidade retrógrada, que defende que os atletas devem estar calados e exclusivamente focados no treino e na competição, a verdade é que os tempos mudaram. E ainda bem!
É cada vez mais frequente ver atletas a, muito mais do que a apenas “dar a cara”, serem uma parte ativa em iniciativas e projetos diversos. O papel que a Diana Gomes e o João Rodrigues têm desempenhado no Observatório Nacional da Violência Contra Atletas, ou que o Fernando Pimenta e a Telma Monteiro desenvolvem como embaixadores do programa Believe in Sports do Comité Olímpico Internacional, bem como no Programa de Integridade do COP, aqui acompanhados pelo David Rosa, João Sousa e Patrícia Mamona, são exemplos, entre muitos outros, que o seu envolvimento é muito mais do que apenas um simples endorsment e que as suas experiências ou opiniões são cruciais para o desenvolvimento das estratégias a seguir.
De forma mais organizada ou de uma forma espontânea, é importante garantir que a sua participação e envolvimento seja progressivamente maior e que a sua voz seja ouvida. Este é o caminho!
“Porque acreditamos profundamente na importância da atividade física e do desporto na sociedade, apelamos a V. Exª que diligencie no sentido de serem encontradas medidas e soluções específicas, que visem valorizar e garantir a sobrevivência destes sectores.
Sr. Primeiro-Ministro: Não crie um país de sedentários!”
O desporto, pese embora algum esquecimento a que tem sido sujeito, tem um papel fulcral e sobejamente conhecido e reconhecido por especialistas das mais diversas áreas da sociedade. A atual pandemia só veio confirmar esta importância!
E podemos nós imaginar um país sem desportistas? Um país sem desporto?"

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