sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Futebol. Um mundo fedorento e cheio de ódio


"Quem incentiva ao ódio tem de ser condenado severamente e não pode fazer parte do espetáculo da bola. Lamentavelmente, em Portugal os treinadores seguem os exemplos das suas direções e sentem-se na obrigação de usarem uma linguagem bélica, quando deviam era elogiar o que se passa em campo. 

Portugal é um país que não aprende e, talvez, seja pelo falso confinamento total, seja por outra razão qualquer, a verdade é que os homens do futebol não aprendem com nada e nem mesmo a pandemia lhes faz abrandar o incitamento ao ódio. Os clubes grandes não aprendem a bem e só há uma forma de o entenderem: com a repressão. Enquanto a Liga de futebol e a Federação não copiarem o exemplo inglês, não vamos a lado nenhum. Ou, por outro lado, só quando acontecer uma tragédia é que vão perceber isso.
Mas vamos aos factos: o FC Porto diz-se prejudicado nos últimos jogos e vemos a sua estrutura vociferar contra os árbitros, quase apelando à violência, e ninguém se incomoda com isso. Diga-se que o mesmo já se passou com os principais adversários, mas o que está em causa é ninguém ser severamente castigado. Mas quando vemos uma das figuras mais mediáticas do atual Partido Socialista, Tiago Barbosa Ribeiro, a dizer “hoje assistimos a um dos maiores escândalos da arbitragem portuguesa. Não é possível o Porto continuar a aceitar passivamente o que se está a passar. Unidos na revolta, solidários com o clube com a resposta que tem de ser dada”, o que poderemos esperar do comum dos hooligans? Quererá o deputado socialista apelar a uma caça ao árbitro? Os apelos à morte do árbitro do SC Braga-FC Porto e as pichagens nas instalações da Liga não indiciam nada de bom. Enquanto a justiça não chamar à barra de tribunal estes pirómanos do ódio, só podemos esperar que tudo isto descambe em mortes. Quando se vai limpar o futebol de toda esta tralha troglodita? Seja do FC Porto, SL Benfica, SC Portugal e por aí fora?
Mais uma vez digo: vejam o exemplo do campeonato inglês, onde até figuras como José Mourinho são hoje um exemplo de cidadania. Quem incentiva ao ódio tem de ser condenado severamente e não pode fazer parte do espetáculo da bola. Lamentavelmente, em Portugal os treinadores seguem os exemplos das suas direções e sentem-se na obrigação de usarem uma linguagem bélica, quando deviam era elogiar o que se passa em campo. O final dos jogos da Liga inglesa, regra geral, são um motivo de orgulho para todos os que gostam do desporto e não são fanáticos. Talvez seja por isso que cada vez mais só gosto de ver o campeonato inglês. O português continua a cheirar a hiena, logo agora que há uma surpresa para contrariar o que se passou nos últimos 20 anos."

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