terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Duelo Transpirado que confirma o fim da Águia e um Sporting para o título


"Tal como o FC Porto, também o SL Benfica de Jesus mudou a sua estrutura para poder competir contra o Sporting de Rúben Amorim, e tal é desde logo um grande sinal do poderio e respeito que a obra de Amorim impõe.
Ninguém quis perder. Desde o início se percebeu que a toada que vinha da preparação estratégica do jogo por ambas as equipas era uma preocupação bem maior sobre um não perder, do que tomar o risco para procurar a vitória se isso pudesse minimamente destapar a equipa defensivamente. Mesmo quando havia bola.

5x4x1 em Organização – Benfica com 3 centrais. Primeiro Jardel, depois Weigl

Vinte e Seis (24!) perdas de bola de Darwin, Pizzi e Gabriel em apenas 45 minutos. Assim esteve o corredor central encarnado na Primeira Parte em Alvalade. Aquele corredor que tem como obrigatoriedade não só fechar o jogo em Organização Defensiva, mas servir de suporte com bola e ajudar a criar ofensivamente. Os zero remates do Benfica em tal período não foram portanto uma surpresa.

HxH a campo todo no processo defensivo do Benfica com bola no seu meio campo ofensivo

As opções defensivas de uma e outra equipa – Marcações Individuais quase a campo inteiro – Mais momentos de pressão do que os de recolher e formar e baixar linhas, provocaram um jogo de constantes duelos.
Num derby onde a qualidade técnica não é a de outrora, salvo honrissimas excepções, o método defensivo escolhido proporcionou perdas sucessivas, jogo pouco ligado e consequentemente poucos lances de criação evidente e de perigo.
A primeira parte fica marcada unicamente pelas bolas paradas ofensivas do Sporting que vencendo o primeiro poste criou perigo na segunda bola. Assim esteve próximo de marcar Neto na única ocasião real.
A coordenação dos movimentos do trio da frente do Sporting é assombrosa. Tiago Tomás um leão à solta, na disputa de todos os lances em que é solicitado em profundidade, e quando ou segurou e entregou ou foi castigado em falta. Os movimentos constantes na frente de ataque do Sporting foram e são sempre catalizador para que a equipa saia de trás e chegue constantemente ao último terço mesmo que nem sempre para criar.
A segunda parte trouxe um Benfica mais capaz de sair em transição e de encontrar espaços para se aproximar da baliza adversária mas a última definição que se quer criteriosa e inteligente nunca teve em Darwin, Pizzi, Rafa – Ainda assim foi sempre da sua iniciativa individual que o Benfica pôde aparentar poder ser perigoso – ou Cervi a decisão certa para que o espaço que se abria pudesse permitir chegada mais perigosa às imediações de Adán.

A dupla Palhinha – Matheus Nunes
O crescimento que o Benfica paulatinamente ia mostrando a cada recuperação da bola foi estancado com a presença de Palhinha ao lado de Matheus. Com dois médios de grande rotação e raio de acção largo, o Sporting continuou a deixar três na frente esperando o momento para sair em contra ataque, e apresentou maior capacidade para defender os espaços largos que estava a abrir no seu meio campo. 
Seria Matheus Nunes o homem do resultado com o golo do triunfo leonino após cruzamento do inevitável Pedro Porro – Vive um momento extraordinário e mesmo não tendo no derby eterno rubricado uma exibição ao nível das mais recentes, esteve no lance capital do jogo. 

Os reis do Derby
Num jogo cuja transpiração e a ordem defensiva imperou, Os jogadores do sector mais recuado impuseram a sua lei com qualidade. Coates foi tremendo em todas as divididas e até quando teve de defender momentos de transição adversária somou boas decisões, baixando atempadamente e impondo-se quer no 1×1 defensivo quer no controlo de toda a sua linha. No lado do Benfica, Vertonghen voltou a rubricar uma exibição de excelência. À imponência defensiva onde tão bem voltou a usar as suas capacidades físicas, acrescentou qualidade na saída de bola – Faz toda a diferença ter um canhoto à esquerda, para que a bola possa rolar mais quando vem de dentro e poder haver ligação fora da pressão. Também Otamendi com a agressividade habitual se impôs aos avançados leoninos, mesmo em espaços largos onde estes tanta diferença fazem.
Rafa e Pote rumaram contra a maré e ofensivamente foram quem mais procurou levar o derby para um resultado mais colorido.
Em sentido inverso, Grimaldo fez um jogo absolutamente horrível, entregando todas as posses ao Sporting, Darwin não deu seguimento a um único lance, e João Mário não demonstrou competência para sair vivo de um jogo de duelos."

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