sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Foi-se 2020, finalmente!


"Hoje não vos vou falar de desporto, mas também se aplica. Este ano de 2020 foi tão invulgar e triste, que o campo desportivo foi apenas mais uma das áreas em que, enquanto sociedade, nos tiraram o tapete.
De Março para cá, as nossas vidas mudaram. Os afectos públicos deixaram de fazer parte das rotinas - há quanto tempo não abraçamos o beijamos, como merecem, os nossos pais e avós? As nossas liberdades enquanto cidadãos foram afectadas - ajuntamentos públicos e privados, acesso à cultura e ao ensino, tudo restringido. Em dados momentos, como o que vivemos nesta semana, até a possibilidade de nos movimentarmos pelo país foi proibida.
Centenas de milhares de portugueses e residentes em Portugal perderam os seus empregos ou viram reduzidos os seus empregos ou viram reduzidos salários, horários e transformada e organização do seu trabalho. No espaço noticioso fomos inundados pela covid-19, 24 sobre 24 horas. Tudo passou para terceiro plano. Em primeiro a pandemia, em segundo os cuidados a ter para evitá-la. No momento em que vos escrevo, os dados oficiais de mortes por covid-19 em Portugal estão à beira das 6700 pessoas, para um número total de casos que já ronda os 400 mil. Todos temos alguém, mais ou menos próximo, que já passou pelo quadro diário de números da Direcção-Geral da Saúde. A pandemia veio afectar-nos, como sociedade e individualmente, muito mais do que passaríamos. Provavelmente, mais do que alguém poderia prognosticar, mas estarmos cá.
Estamos prontos para enfrentar mais um ano com a palavra da moda: resiliência. A física diz-nos que resiliência é a 'capacidade de um corpo recuperar a sua forma original após sofrer choque ou deformação'. Tenho dúvidas de que voltemos à 'forma original', mas com coragem, ambição e capacidade de superação, com ganas, foco e querer, podemos até melhorar enquanto seres humanos. Que 2021 nos traga, pelo menos, isso.
E saúde."

Ricardo Santos, in O Benfica

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