"Os primeiros 15min mostraram um Benfica diferente. No entanto, o golo anestesiou a equipa, algo que só Cervi pareceu querer contrariar.
- O sistema tático do Benfica foi um segredo, até iniciar o encontro: Weigl novamente no meio-campo, com os encarnados a apresentarem-se no seu tradicional 4-4-2.
- Os comandados de Luís Freire organizaram-se em 4-3-3, com Nuno Borges atrás de Koziello e Francisco Ramos.
- O Benfica entrou bem. Se o jogo terminasse aos 15/20min, o foco destas curtas podia muito bem ser o crescimento do jogo exterior do Benfica. O lado esquerdo funcionou muito bem, com excelente combinações entre Cervi e Chiquinho, salpicadas com apoios de Darwin. Bolas no espaço, criação de superioridade numérica e alguns cruzamentos, que deixavam antever outro jogo.
- No lado contrário, João Ferreira um pouco mais desligado de Rafa, por este último não ser tão combinativo e preferir ser ele a acelerar em condução. Ainda assim, fica o registo de uma excelente jogada, na qual 19cm não permitiram a validação do golo.
- Ao contrário do que tem acontecido esta época, o Benfica parecia ter encontrado alternativas para ferir o adversário por fora. Contem-se as vezes que as águias ligaram por dentro, com Darwin e Seferovic (apesar destes serem dois pontas mais “virados para a frente”)… Nenhuma, ou perto disso! E mesmo assim, estavam a conseguir criar situações para acelerarem jogo por fora e ferir o Nacional da Madeira.
- Após esse bom período até ao final do encontro, o Benfica mergulhou num mar de tédio, que lhe retirou a velocidade que ainda estava a imprimir. Mesmo com as substituições, Jorge Jesus não conseguiu mexer com o jogo – Pedrinho procurou menos o espaço exterior e na profundidade quando os laterais do Benfica tinha a bola, Pizzi por fora também “ajudou” a travar o jogo e a entrada do ainda desinspirado Taarabt não surtiu qualquer efeito.
- A lentidão de processos foi tanta que, nos segundos finais, nem o tradicional chuveirinho houve. Digo-o com ironia, mas… que importa se é “feio”, quando o tempo está a passar e a falta de ideias é tão gritante?!
- Em relação ao Nacional, sai da Luz com um ponto sem ter feito muito por isso. Todavia, olhando para o que fez o Benfica, chegou.
- Os madeirenses procuraram sair quase sempre longo no pontapé de baliza, não se expondo à eventual pressão alta do Benfica.
- Conseguiram travar a circulação do Benfica na sua primeira fase, com um dos interiores a ajudar Rochez a sair aos centrais.
- Chegaram ao golo num lance de bola parada, criando o perigo que praticamente nunca conseguiram em lance corrido.
Destaques individuais
Cervi – personificou tudo o que o Benfica não tem: jogo exterior, velocidade, agressividade e energia! Excelente primeira parte; caiu na segunda, com alguns passes errados, mas que nunca deram perigo, sendo que alguns deles ainda resultaram em lançamentos (ou seja, nem a posse perdeu). Pode não ser tão criativo com bola, mas tem condições técnicas e mentais para se tornar um bom lateral esquerdo no nosso campeonato. Para seu mal, Grimaldo acabará por ganhar o lugar, mais tarde ou mais cedo.
Chiquinho – deliciosa aquela receção orientada no primeiro lance de perigo do Benfica. Combinou muito bem com Cervi enquanto esteve do lado esquerdo, apagando-se quando trocou de lado com Rafa. Caiu como o resto da equipa no segundo tempo."
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