"A menos que assegurem títulos ou, quando muito, eliminatórias europeias, no Benfica não se festejam empates.
Em qualquer jogo que disputamos, o objectivo é sempre ganhar, e só a vitória nos satisfaz plenamente. Sobretudo quando (ainda) não estamos na liderança do campeonato, e precisamos de recuperar pontos para depressa lá chegar.
No final do jogo do Dragão não nenhum benfiquista festejar o resultado. Pelo contrário, quer treinador, quer jogadores, quer adeptos, todos coincidiram no lamento pelas oportunidades desperdiçadas e pelos pontos perdidos, num jogo em que o Benfica foi manifestamente superior ao seu adversário, qualquer que seja o plano de análise.
Só por má vontade se pode confundir festejos com o enaltecer de uma excelente exibição da equipa de Jorge Jesus - que porventura terá feito frente ao FC Porto o melhor jogo da temporada. Acresce que vínhamos de uma sequência de partidas menos vistosas, que deixaram no ar um rasto de cepticismo, pelo que a forma afirmativa e personalizada com que o Benfica se apresentou no Porto devolveu-nos esperança e criou uma redobrada expectativa para o resto do campeonato.
Não ganhámos o clássico, mas ganhámos uma equipa, e isso, não sendo motivo para comemorações, é motivo para acreditar no futuro. Não se festeja, mas saúda-se.
Faltam ainda vinte jornadas e dependemos só de nós. Temos o melhor plantel e o melhor treinador. Infelizmente, não podemos encher os estádios com o nosso apoio. Mas, onde quer que jogue, a equipa fica a saber que confiamos nela: quem joga assim, quem luta com aquela bravura, tem de merecer a nossa confiança."
Luís Fialho, in O Benfica
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