sábado, 24 de outubro de 2020

Regresso aos triunfos...

Benfica 7 - 2 Sp. Tomar

Depois da derrota da semana passada, era importante uma vitória, com uma exibição convincente e foi isso que aconteceu, contra um adversário que na jornada anterior, derrotou a Oliveirense!

Vitória em Matosinhos...

Leixões 0 - 3 Benfica
23-25, 14-25, 13-25

Aqui não há facilidades...!!!


Não está fácil...

Benfica B 0 - 1 Académico Viseu


Começamos a época bem, com bom futebol e golos, muitos golos, mas bastou 'sair' o Gonçalo Ramos e tudo mudou... É verdade que já houve alguns apitos escandalosos (por exemplo: Mafra...), mas sem o Gonçalo não conseguimos marcar golos, e depois quando ficamos a perder, não temos tido a 'ratice' experiência, para dar a volta a estas equipas do Tugão, especialistas na arte de não deixar jogar!!!

João: pintem o nome dele nas estradas que beijam o céu


"Não sei de quem é esta foto, senhor guarda. Roubei-a na internet.
Está desfocada, pixelizada, impublicável, mas não encontro melhor forma de emoldurar o orgulho paternal do que este gesto de pintar o nome do filho num pedaço de chão para lá das nuvens.
No topo dos 2760 metros do diabólico Stelvio, na estrada de maior altitude em solo italiano, ali estavam os pais de João Almeida a sofrerem com ele, ao vê-lo perder a camisola rosa que durante 15 dias lhe parecia colada ao corpo.
No início do Giro, este rapaz de 22 anos era para mim um ilustre desconhecido. Então, comecei a espreitá-lo com crescente interesse através da notável transmissão televisiva da Eurosport, até que na etapa do último domingo já dava por mim a acompanhar em pé a chegada e a aplaudir o esforço solitário na subida até Piancavallo.
Eu, não. Nós. Da vila de A-dos Francos, adornada de rosa, ao país inteiro.
João mostrou ter «alma até Almeida». Fez jus a uma expressão tão portuguesa, dedicada à vila fortificada cuja população fronteiriça resistiu estoicamente a cercos e destruições, que se lhe aplica na perfeição: pelo apelido e pelo espírito combativo – e aqui há que sublinhar também a prestação extraordinária de Rúben Guerreiro (outro nome à medida), que está prestes a consagrar-se como rei da montanha no Giro.
João e Rúben fizeram história no ciclismo português. Tal como haviam feito Agostinho, Acácio, Azevedo, Rui Costa. Isso impressiona. O que arrepia, porém, são momentos que transcendem uma dimensão para lá do desporto. Como aquelas imagens de Ana e do marido a apoiarem o filho ali na berma da estrada: um símbolo do amor de pais e de um orgulho que sobe aos píncaros, mais alto do que as montanhas dos Alpes.
Portugal tem muitos filhos pródigos que, fazendo história, dão nomes a ruas. Bem mais raros são os que ganham por direito a honra maior de terem o seu nome escrito nas estradas que beijam o céu.
No final da tal etapa de quinta-feira, no Stelvio, onde perdeu a liderança da Volta a Itália, João Almeida disse obrigado: «Fiquei feliz por ter a minha família e alguns portugueses lá no topo. Até chorei de emoção. Estou-lhes muito grato.» Nós é que agradecemos, João."

Eleições antecipadas para 28 de Outubro


"Conforme é do conhecimento público não será possível a realização do ato eleitoral para os Órgãos Sociais do Sport Lisboa e Benfica na data inicialmente prevista, dia 30 de outubro, decorrente das rigorosas restrições anunciadas pelo Conselho de Ministros, de proibição de livre circulação de cidadãos entre concelhos, entre os dias 30 de outubro e 3 de novembro.
De acordo com o previsto agravamento da situação pandémica para os próximos tempos, conforme assumido publicamente pelos responsáveis e especialistas da área da saúde com a inerente implementação das mais variadas medidas de segurança e restrição.
Respeitando o rigoroso cumprimento dos Estatutos do Clube, que estabelece e define, nos termos do artigo 55, número 2, alínea a), que os atos eleitorais para os Órgãos Sociais do Clube (Mesa da Assembleia Geral, Direção e Conselho Fiscal) devem realizar-se entre 24 e 31 de outubro, de quatro em quatro anos.
A Mesa da Assembleia Geral do Sport Lisboa e Benfica, reunida hoje com representantes das quatro listas candidatas às Eleições dos Órgãos Sociais do Sport Lisboa e Benfica, comunicou-lhes a decisão de antecipar e convocar o ato eleitoral para o próximo dia 28 de outubro de 2020, quarta-feira, nos termos e condições previstos na convocatória anteriormente publicada, designadamente quanto a horários e locais de voto."

Recompensa?!

"Senhoras e Senhores, eis o árbitro nomeado para o Benfica-BSad de Segunda-feira:
Rui Costa, da AF Porto, é o árbitro nomeado pelo Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol para dirigir o dérbi entre Benfica e Belenenses, relativo à 5.ª jornada da Liga, agendado para segunda-feira, às 20.15 horas, no Estádio da Luz.
Nuno Manso e João Bessa Silva serão os assistentes e Cláudio Pereira o 4.º árbitro.
Caros amigos e seguidores, este foi o árbitro do Calor da Noite-Marítimo de há duas semanas. O árbitro que deixou um penalti por marcar a favor do Marítimo por agarrão de Telles a Rodrigo Pinho. O árbitro que validou o golo do Calor da Noite depois de uma evidente falta de Danilo a empurrar o jogador do Marítimo no bloqueio. O árbitro que marcou penalti para o Calor da Noite quando Marega é que pontapeia o adversário. O árbitro que deu 10 minutos de desconto quando na segunda-parte, cronometrado por nós, o jogo teve parado apenas 7 minutos!
Isto é absolutamente inacreditável. Um árbitro que depois daquele jogo não deveria poder apitar nenhum jogo de Benfica ou Calor da Noite por oferecer ZERO garantias de isenção e verdade desportiva!
Do Benfica alguma reacção? Nada. Fontelas Gomes continua a fazer o que quer e bem lhe apetece!"

A diferença entre 5 e 11 !!!


"Começa hoje mais uma jornada da Liga NOS. Até agora, 4 jornadas concluídas e deixamos alguns números interessantes.
#PortoaoColo:
- 3 penáltis a favor / 0 penáltis contra
- 7 cartões amarelos / 14 cartões amarelos aos adversários
- 75 faltas cometidas / 72 faltas sofridas
SL Benfica:
- 0 penáltis a favor / 1 penálti contra
- 10 cartões amarelos / 5 cartões amarelos aos adversários
- 50 faltas cometidas / 55 faltas sofridas
O amarelo é exibido ao #PortoaoColo a, sensivelmente, cada 11 faltas. Ao SL Benfica é exibido a cada 5. 
Faz sentido esta diferença abismal nestes números entre 2 candidatos ao Título?"

Derrota em Massamá...

Estoril 2 - 0 Benfica


Entrámos mal na partida, sofremos um golo, e até podíamos ter sofrido mais... Mas a meio do 1.º tempo melhorámos e ao intervalo o empate seria o resultado mais justo...
Na segunda parte, o jogo manteve a toada, até à expulsão do Martin Neto, que desequilibrou o jogo...

Diferença de maturidade grande entre as duas equipas, o Benfica praticamente sub-19, e o Estoril com vários 'veteranos' desta categoria!
A dualidade de critérios disciplinar neste jogos, só pode ser explicada por uma doença conhecida nas Touradas!

Notas soltas


"- Recorro a Churchill para exprimir o que penso sobre a videoarbitragem no futebol português: 'É uma charada, envolta em mistério, dentro de um enigma'. Nem com tecnologia isto lá vai. E, na dúvida, já se sabe para que lado as decisões continuam a cair maioritariamente;
- Em Vila do Conde, fizemos a melhor exibição de que tenho memória naquele campo. Vulgarizámos um adversário que há vários anos tem sido dos mais competitivos em Portugal e há poucas semanas esteve a um minuto de eliminar o AC Milan da Liga Europa. Não é, evidentemente, caso para euforia, mas reitero o meu entusiasmo para a presente temporada. Relevante mesmo, embora muito falte para terminar o campeonato e, por isso, pouco signifique, é o avanço de cinco pontos para o FC Porto. Um FC Porto claramente beneficiado pelas arbitragens neste início de prova, há que dizê-lo;
- A equipa dedicou o triunfo a Luís Santos, técnico de equipamentos, falecido na semana passada. É percetível o quanto os jogadores, actuais e antigos, respeitavam o gostavam de Luís Santos. As equipas também, se fazem destes elementos, cujo trabalho deve ser pautado pela competência, sobriedade, confidencialidade e solidariedade nos desaires. Pessoas que sabem o seu papel, cumprindo-se sem qualquer protagonismo numa actividade hipermediática;
- E dedicou igualmente a André Almeida, vítima de um infortúnio que o afastará dos relvados por tempo indeterminado, mas longo certamente. Sou um admirador do André. Poderá não ser um grande jogador da bola, mas é um excelente futebolista. Pelos muitos títulos conquistados e jogos efectuados (além dos que ganhará e fará ainda), tem um lugar reservado na história do clube. Que não haja dúvidas quanto a isso, nem quanto ao seu regresso!"

João Tomaz, in O Benfica

Os outros são todos fracos


"Mal o Sport Lisboa e Benfica começa a vencer, seja em que modalidade for, surge a nivelação por baixo dos nossos adversários. Não é a nova esta estratégia, faz parte das velhas e empoeiradas sebentas dos meandros da comunicação e contracomunicação. Não podemos ficar surpreendidos porque ainda agora a época está no início e já cheira a desespero por todos os lados.
No futebol masculino, a equipa foi a Famalicão goleou, e lá vieram as análises de que o 'Fama' já não é o que era. No fim de semana passado calhou irmos a Vila do Conde, e o 'poderoso' Rio Ave que tinha batido o pé ao AC Milan, afinal, passou a ser uma equipa fraca, sem ideias. Mérito ao Glorioso? Pouco, muito pouco...
No futebol feminino, a mesma coisa: adeptos rivais, comentadores e outros entendidos enchem a boca a dizer que esta equipa já não goleia como antes. Pois não, mas esquecem-se de que o formato do campeonato mudou, de que as outras equipas se reforçaram e de que as arbitragens tudo têm permitido contra as nossas jogadoras. Ah!  E houve uma pandemia (coisa pouca) pelo meio. Mas continuamos na frente.
Nas modalidades, exactamente a mesma coisa. Se o voleibol masculino ganha em toda a linha, é porque desinvestimento dos rivais; se o hóquei goleia o FC Porto e domina sem contestação o Sporting CP (mas empata), é porque os outros ainda não estão a carburar; já nas mulheres, o domínio no hóquei é tão absoluto, que a melhor desculpa que encontraram é ser uma modalidade sem visibilidade. Já no andebol dos homens, houve pleno de vitórias, mas só porque ainda não tivemos testes a sério, dizem. Nem nós, nem os outros, digo eu.
É com isto que temos de viver. No mundo das mentiras e dos factos alterados em favor do ponto de vista, há que estar sempre atento e não deixar passar em claro estas grosseiras alterações da realidade. Temos de estar atentos, todos os dias, em todos os campos."

Ricardo Santos, in O Benfica

Darwin & Luca, poesia em futebolês


"Frodo e Sam, Dominic Toretto e Brian O'Connor, Woody e Buzz Lightyear são algumas das duplas mais icónicas que o mundo já conheceu. Darwin Núñez  e Luca Waldschimdt ameaçam, a cada 90 minutos, entrar para um lote restrito de duetos que encantaram miúdos e graúdos. Atrevidos como Frodo, valentes como Sam. Ousados como Toretto, irreverentes como O'Connor. Fiéis companheiros como Woody e Buzz. O Darwin e o Luca estão a deslumbrar os adeptos, e há um estudo, realizado por mim mesmo, que garante que esta parelha uruguaio-alemã é mais perigosa para os defesas adversários do que a própria covid-19. Temo que a qualquer momento o Benfica seja multado pela DGS.
Não sendo xenófobo nem coisa que se pareça, não escondo que a minha simpatia por cidadão nascidos no Uruguai é muito pequenina. Digamos que não me importava que fossem colonizados pelos argentinos, esses, sim, um povo fascinante. Sinto-me completamente à vontade para abordar o tema com esta frontalidade, na medida em que o Darwin não percebe nada de português - fazendo fé nas declarações de JJ - e não ficará ofendido comigo. O Luca, alemão, também perceberá muito pouco da língua de Camões. O idioma destes rapazes é outro, universal: futebolês. Sou apaixonado pela língua portuguesa, no entanto, não conheço linguagem mais maravilhosa do que esta em que se fala com uma bola nos pés. A gramática é o sentido posicional, os adjetivos são as triangulações, a poesia são os golos.
O nosso Almeidinhos atravessa o momento mais complicado da carreira, mas tenho a certeza absoluta de que ainda vai dar o seu contributo nesta época: mantendo bem viva a mística dentro daquele balneário. Força, André!"

Pedro Soares, in O Benfica

Show de bola


"A grande manifestação de força do Benfica em Vila do Conde, perante uma das melhores equipas do campeonato, deixa-nos com água na boca para as próximas jornadas, e reforça a esperança numa temporada gloriosa.
O Benfica marcou cinco golos, e conseguiu uma grande penalidade que poderia ter originado mais um. As linhas do VAR inviabilizaram milimetricamente três lances - dois dos quais, no futebol de que eu gosto, seriam considerados limpos, dada a impossibilidade de conciliar, com absoluto rigor, o tempo exacto do passe, uma fracção de imagem, e a colocação de uma linha no ecrã. Independentemente da boa vontade de quem ajuíza, não tenho quaisquer certezas quanto a esse rigor, pelo que não compro este tipo de foras-de-jogo.
Deixando de lado as geometrias da arbitragem, é preciso dizer que a qualidade de futebol evidenciada pelos encarnados foi quase sempre notável, e cedo reduziu o adversário a uma certa desorientação. Pressão constante, equipa subida no relvado, reacção rápida à perda da bola, e bonitas triangulações ofensivas são a imagem de marca do Benfica de Jesus, à qual nem a infelicidade do 'capitão' André Almeida perturbou em demasia - de resto, Gilberto até entrou bem.
Segue-se o Belenenses, depois a deslocação ao Bessa, e a recepção ao SC Braga, antes de nova paragem para selecçoes. Pelo meio, teremos Liga Europa, prova que devemos encarar com total ambição.
O Benfica está bem e recomenda-se. Temos o melhor plantel, o melhor onze, o melhor treinador e a melhor estrutura. Ainda estamos no início. Falta muito por percorrer. Mas não há dúvidas de que estamos no bom caminho."

Luís Fialho, in O Benfica

Luís Santos


"A melhor forma de homenagear Luís Santos, um grande profissional que nos deixou na semana passada, foi a exibição de gala do Benfica em Vila do Conde, frente ao sempre difícil Rio Ave. A morte de um dos mais dedicados e eficientes técnicos de equipamentos mexeu muito com o grupo de trabalho. O balneário do SL Benfica está destroçado com a partida de um dos obreiros da hegemonia do Benfica no futebol português. Luís Santos dedicou-se de corpo e alma ao clube do seu coração, durante 30 anos. Conheci-o bem e sempre nutri enorme admiração pela sua forma de estar. Era um homem discreto, mas muito eficiente. Era um funcionário extremamente zeloso da sua missão, admirado por todos - dirigentes, treinadores e jogadores. As palavras sinceras de Pizzi, na última Gala do Benfica, exprimiram bem o sentimento generalizado do balneário. Na antevisão do Rio Ave - Benfica, Jorge Jesus fez questão de o enaltecer. E não tenho dúvidas de que a excelente prestação da equipa, no domingo à noite, foi uma homenagem a quem partiu tão cedo e que deixa um vazio em todos nós. Paulo Vaz, João Valentim e Sebastião Fernandes formam um trio-maravilha na estrutura que diariamente tudo faz, tal como fazia Luís Santos, para que nada falte aos nossos heróis.
Em Vila do Conde, foi um Benfica dominador que entrou em campo para resolver rapidamente o jogo. Respeitando sempre o Rio Ave, equipa que tradicionalmente nos complica a vida e cuja valia ficou provada frente ao Milan, na Liga Europa, Jorge Jesus montou uma estratégia que se revelou totalmente eficaz. Não me lembro de uma deslocação a Vila do Conde em que o Benfica tenha sido tão dominador e tenha jogado com tanta classe."

Pedro Guerra, in O Benfica

Jovens que pensam


"Os jovens têm fama de pensar pouco, na gíria comum.
Não é isso que vejo acontecer nos projectos da Fundação Benfica de cada vez que desafiamos os jovens a reflectir sobre os grandes temas, não só da sua geração, mas da humidade. Antes de mais, convém dizer que por trás destes desafios está uma vontade séria e verdadeira de os escutar e, porque não?, apreender com eles. Por isso os jovens tendem a levar-nos a sério e premeiam a nossa confiança com ideias e pensamentos que muito nos enriquecem e que usamos como matéria-prima para incorporar nos nossos projectos. Não se trata de saber o que querem os jovens para procurar captar melhor a sua atenção ou atraí-los a uma dada atitude ou comportamento. Trata-se de chegar mais longe na nossa percepção social, de furar barreiras geracionais e trazer para dentro da instituição uma visão do mundo por vezes surpreendentemente responsável e conservadora e outras tantas completamente nova e fora da caixa, como agora se diz.
Houve em tempos um programa comunitário, muito dado à inovação, chamado EQUAL, que lançou um lema importantíssimo e inesquecível: 'Nada para nós sem nós'. Ora, se há pessoas a quem esta frase diz tudo, os jovens são-no seguramente. Mais, dizem-se permanentemente cansados de não serem ouvidos ou respeitados nas decisões e políticas públicas que lhes dizem directamente respeito, mas, sobretudo, naquelas que hipotecam económica ou ambientalmente o seu futuro. No mundo do desporto, temos uma cultura que valoriza o individuo e a equipa, que sabe e quer ouvir para melhorar e atingir a superação. É daí que surgem as vitórias nos relvados, mas é, seguramente, também daí que surgirão as vitórias das vidas dos nossos jovens e o somatório de um país que desejamos próspero, feliz e justo. São estes os valores dos benfiquistas, e é isso que a Fundação Benfica faz para os honrar: ouvir os jovens que pensam!"

Jorge Miranda, in O Benfica

Capitão


"1. A vida de um jogador profissional de futebol, só aparentemente pode ser construída em progressão linear e estável, sem soluções de continuidade - lesões, castigos, perdas de forma - mediante um sequente desenvolvimento do talento individual e do refinamento dos próprios recursos congénitos, a partir da base por vezes iniciada em idade pueril.
2. Nos primeiros tempos é sempre o permanente conforto dos pais que incentiva e apoia dedicadamente, e não sem esforço, a disponibilidade, a ilusão e a aptidão primordiais que reconhecem ou perscrutam no filho. Ou a família se une em torno do 'jeitinho' que desejam ver na criança, ou, se não conseguem garantir esse acompanhamento presencial constante, não haverá talento que resista a essas duas, três, quatro épocas iniciais...
3. O pré-adolescente inicia então a segunda fase da sua vida desportiva, agora mais exigente, com a sensível ênfase dos níveis competitivos, mas também com o desafio complementar de uma progressão escolar que os clubes melhores formadores não dispensam aos candidatos. País e filhos tomam consciência de que as circunstâncias mudaram e que tanto o esforço físico como o intelectual se acentuam. O acompanhamento dos pais, sendo nesta altura cada vez mais decisivo, não poucas vezes, assume em pernicioso boost a transferência de ansiedade resultante do protagonismo exigido aos meninos, deitando tudo a perder.
4. Chegada a adolescência, tanto se incrementam os deslumbramentos do júnior decorrentes do rendimento conseguido nos treinos e nos jogos como - perigo à vista! - surgem as primeiras solicitações de vida que são próprias da idade, havendo que saber iludi-las, ou ignorá-las... Toda a responsabilidade está prestes a incidir sobre si próprio, enquanto, desde o início do escalão, a maior parte dos pais já não contém o desespero pelo primeiro contrato profissional do incumbente.
5. Na fase a seguir, se até então ele fi capaz de superar todos os reptos e todas as contrariedades e dificuldades, se conseguir definir a força da sua personalidade no contexto da(s) equipa(s) e se, por fim, alcançou a confiança da estrutura, há de haver um dia especial em que, orgulhosamente, o jovem se vai encontrar consigo próprio. (E com o seu empresário).
6. Escolhe a primeira equipa sénior e assina. Depois das férias ao integrar-se, observa cuidadosamente cada um dos companheiros, estuda em silêncio cada um dos elementos do staff e tenta compreender e assimilar todas as soluções inéditas que o treinador lhe define para cumprir. Mas um dia, perante a súbita lesão grave de um colega em pleno treino ou durante um jogo, cai em si: pela primeira vez toma consciência de como tudo pode mudar, se, de repente...
7. De resto, é treinar, treinar, treinar, para ganhar definitivamente a confiança do treinador e a admiração da bancada.
8. Uns bons anos mais tarde, no apogeu da experiência, na plena posse dos seus recursos físicos, no completo controlo do seu talento em face de todas as situações de jogo, os companheiros elegem-no como um dos capitães da equipa. Chegou ao topo. E a bancada aplaude-o de modo ainda mais especial. Como se ovaciona a um símbolo da equipa. Um ícone do Clube."
9. E um dia, infelizmente, num átimo, num fortuito lance de jogo disputado com a exemplar dedicação profissional de sempre, o Capitão sofre a mais dura lesão que pode ocorrer a um jogador profissional de futebol...
10. Força, querido André! Contaremos sempre contigo. Sabemos que vais voltar ainda mais forte, mais rápido e mais alto!"

José Nuno Martins, in O Benfica

A nova rotina


"Agora é non-stop. Benfica, FC Porto e Braga deixaram de ter as jornadas do campeonato "após" os jogos europeus, para passarem às jornadas "entre" os jogos europeus. Este "novo normal", no caso concreto do futebol português, instalou também uma nova rotina.
Isto significa que o trio nacional na UEFA terá uma cadência de encontros, até meados de novembro, cujos reflexos são aguardados com alguma curiosidade. Neles e no Sporting, que observa à distância. 
Esta ronda 5, no plano teórico, poderá nem ser das mais problemáticas para Benfica e FC Porto. Ambos jogam em casa e surgem como favoritos perante os adversários (Belenenses SAD e Gil Vicente, respetivamente), o que significa que é da sua competência não complicar um cenário que, à partida, lhes é favorável.
As águias juntam o recente triunfo na Polónia ao facto moralizador de seguirem isoladas na frente da classificação. E também à afirmação de uma capacidade ofensiva que o hat-trick de Darwin só veio reforçar. As dúvidas permanecem, contudo, no plano defensivo, com a necessidade de instaurar as necessárias rotinas no eixo central, bem assim como a apetência mais atacante do que defensiva protagonizada pelos atuais laterais.
Falta saber de que modo Petit pretende explorar a situação, por exemplo, como o Farense fez na Luz. E se o Benfica permite.
O caso do FC Porto não difere muito, no que respeita às intenções e ao método. Os dragões perderam cinco pontos nas últimas duas jornadas, pelo que são "obrigados" a regressar às vitórias. Apesar de ter sido a única equipa portuguesa derrotada no plano europeu, o desaire com o Manchester City não terá certamente reflexos anímicos, até porque são realidades distintas e as circunstâncias do jogo em Inglaterra foram as que se sabe.
É verdade que o Gil Vicente ainda não perdeu esta época, mas tem um jogo a menos e também não defrontou um adversário deste calibre. Para Sérgio Conceição o problema nem será tanto a partida com os homens de Barcelos, mas sim a articulação dela com o desafio seguinte com o Olympiacos, este absolutamente crucial para se recolocar na corrida no seu grupo da Champions.
Uma palavra igualmente para o Braga. Começou muito bem a campanha na Liga Europa, mas tem no campeonato uma das mais complicadas deslocações nesta fase. Ir a Guimarães defrontar um Vitória em mutação é um teste de grande exigência. Mas também uma maneira de aferir da real capacidade de resposta da formação de Carlos Carvalhal para manter um nível elevado em duas frentes em simultâneo.
Ao contrário dos rivais, o Sporting tem esta época centrada unicamente nas competições domésticas. O que, do ponto de vista do desgaste, até pode ser uma vantagem, além de que possibilita a Ruben Amorim dispor de mais tempo para trabalhar com o plantel e acelerar a definição da estrutura da equipa.
Claro que isto não é obrigatoriamente uma receita para o sucesso. No entanto, convém não esquecer que uma das melhores classificações da equipa leonina no passado recente registou-se precisamente numa temporada em que esteve ausente das provas da UEFA : Leonardo Jardim deixou o Sporting no segundo lugar e na Champions.
Depois do que fez frente ao FC Porto, é plausível que a progressão da equipa de Amorim continue, sendo que esta partida com o Santa Clara é um ótimo teste para avaliar se o crescimento é sustentado. Se superarem aquele obstáculo, os leões podem tornar-se nos primeiros perseguidores das águias, após a partida com o Gil Vicente, no acerto de calendário."

Grupo do Benfica na Liga Europa é difícil, mas poderia ser pior


"Depois do vexame contra o PAOK na fase prévia da Liga dos Campeões, chegou a hora do Sport Lisboa e Benfica juntar os cacos a nível continental. Nesta quinta-feira (22), na estreia pela fase de grupos da Liga Europa, para onde foi transferido devido à eliminação precoce na Champions League, o Clube do Povo protagonizou um jogo bastante movimentado. Os Encarnados suaram bastante em território polonês, mas venceram o Lech Poznań por 4 a 2, com três gols de Darwin Núñez e um gol de Pizzi, e levaram os três pontos na bagagem.
A partida no Estádio Municipal de Poznań sinalizou que, mesmo sendo o clube mais expressivo e, naturalmente, o favorito à liderança do Grupo D da Europa League, o Benfica não pode relaxar de forma alguma. Ainda que tenha investido em contratações relevantes na janela de transferências, o Glorioso precisa ajustar o seu sistema defensivo. Além disso, os concorrentes do grupo têm potencial para incomodar os comandados de Jorge Jesus. Não à toa, o Lech chegou ao empate duas vezes no duelo com o Maior de Portugal. Não podemos depender sempre de noites inspiradas de jogadores talentosos como Darwin (o herói do jogo desta noite), Everton ou Waldschmidt. O coletivo deve vir em primeiro lugar, sempre.
Adversário dos benfiquistas na estreia e dono de sete títulos da Ekstraklasa, o Lech Poznań é o atual vice-campeão da Polônia. A equipe treinada pelo polonês Dariusz Żuraw eliminou Valmiera (Letônia), Hammarby (Suécia), Apollon Limassol (Chipre) e Charleroi (Bélgica) para chegar à fase de grupos da UEL. Um dos seus melhores jogadores é o atacante sueco de ascendência assíria Mikael Ishak, que infernizou a defesa encarnada e anotou os dois gols dos Kolejorz. Outros destaques são o goleiro polonês Filip Bednarek, o lateral-esquerdo polonês Tymoteusz Puchacz, o meia polonês Jakub Moder (emprestado pelo Brighton, da Inglaterra), o meia português Pedro Tiba, o meia espanhol Dani Ramirez e o ponta-esquerda tcheco Jan Sykora, além do zagueiro norueguês e capitão Thomas Rogne, que não enfrentou o SLB por estar lesionado.
Próximo oponente do Benfica e 10 vezes campeão da Bélgica, o Standard Liège terminou a edição 2019-2020 da Jupiler Pro League na quinta colocação. Para carimbar o passaporte para os grupos da Europa League, o time comandado pelo francês Philippe Montanier precisou passar por Bala Town (Gales), Vojvodina (Sérvia) e Fehérvár (Hungria). Seus principais atletas são o goleiro belga Arnaud Bodart, o zagueiro belga e capitão Zinho Vanheusden, o lateral-direito camaronês Collins Fai, o meia belga Samuel Bastien, o meia-atacante belga naturalizado marroquino Selim Amallah, o ponta-esquerda belga Maxime Lestienne e o atacante congolês Jackson Muleka. Na estreia, os Rouches foram derrotados pelo Rangers, em casa, por 2 a 0.
Postulante a uma classificação para o mata-mata e treinado pelo ex-jogador inglês Steven Gerrard, que é ídolo do Liverpool e da seleção inglesa, o Rangers vivencia seu processo de reconstrução após a falência que o levou à quarta divisão no início da década e o obrigou a retornar ao primeiro escalão degrau por degrau. As presenças ininterruptas nas competições europeias desde o ciclo 2017-2018 fazem parte de uma nova fase do resgate do maior campeão da Escócia. Recordista mundial de títulos nacionais com 54 troféus, o clube de Glasgow quer voltar a se sagrar campeão escocês, fato que não acontece desde 2010-2011. Foi vice-campeão nas últimas duas temporadas.
Dentre os destaques dos Gers estão o goleiro escocês Allan McGregor, o zagueiro inglês Connor Goldson, o lateral-direito inglês e capitão James Tavernier (autor do primeiro gol da vitória em Liège), o lateral-esquerdo croata Borna Barisic, o meia escocês naturalizado canadense Scott Arfield, o meia turco naturalizado romeno Ianis Hagi, o atacante belga Kemar Roofe (autor do segundo gol da vitória em Liège) e o atacante colombiano Alfredo Morelos. Nas fases preliminares, os Light Blues despacharam Lincoln Red Imps (Gibraltar), Willem II (Países Baixos) e Galatasaray (Turquia).
Por outro lado, venhamos e convenhamos: embora o grupo não seja moleza, o sorteio poderia reservar ao Benfica um cenário ainda mais difícil. O Pote 2, de onde veio o Standard Liège, tinha Leicester (Inglaterra), Real Sociedad (Espanha), Estrela Vermelha (Sérvia) e Qarabag (Azerbaijão, sinônimo de viagem longa). Já o Pote 3, onde estava o Rangers, contava com Milan (Itália), Feyenoord (Países Baixos), AZ (Países Baixos), Hoffenheim (Alemanha), Hapoel Be'er Sheva (Israel, sinônimo de viagem longa) e Maccabi Tel Aviv (também de Israel). Por fim, o Pote 4, origem do Lech Poznań, reunia Nice (França), Lille (França), Sivasspor (Turquia, sinônimo de viagem longa) e Omonia (Chipre, sinônimo de viagem longa).
A Liga Europa não tem o mesmo prestígio da Liga dos Campeões, mas deve ser levada a sério. A competitividade faz parte do caminho rumo ao topo. E é assim, pensando jogo a jogo e mirando a taça, que o Sport Lisboa e Benfica deve seguir em frente."