sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Golpe duro


"Nada correu como queríamos. Está perdido o acesso à Liga dos Campeões no primeiro jogo oficial da versão 2020/2021 da equipa de futebol masculino do Sport Lisboa e Benfica. Uma hora antes da partida, a constituição da equipa dava sinal de uma equipa de ataque, com um banco recheado. A primeira parte mostrou uma superioridade clara. A segunda metade, não. A eficácia do jogo do PAOK foi fundamental para esta eliminação, mas que sirva também de aprendizagem para a dura época que temos pela frente.
Nos onze que começaram e no banco se suplentes, uma nota: dá gosto ver tantos nomes de qualidade, artistas portugueses e estrangeiros, profissionais que se querem de mão-cheia com a camisola da águia vestida. Este é um plantel com várias soluções, com jogadores que se adaptam a diferentes posições ao longo do jogo. São jogadores, com maior ou menor experiência, que além de talentosos têm de ser inteligentes, saber de táctica cumprir ordens, ajudar o colega do lado.
Infelizmente, em Salonica, essa qualidade não fez a diferença. Hoje, sexta, quando for dado o primeiro toque de bola no campeonato desta ano, espero - esperamos - uma resposta clara, com profissionalismo, entrega, alegria de jogar, golos e vitórias para alcançar os objectivos que temos pela frente."

Ricardo Santos, in O Benfica

Desiludido agora para não sofrer no futuro


"Então, Benfica? Se é para isto, prefiro que a pandemia obrigue a uma nova interrupção no futebol. O que é que estás a fazer fora da Liga dos Campeões? Isto é o mesmo que ver o Papa fora do Vaticano ou a Teresa Guilherme fora do Big Brother. Não faz sentido. Não é o começo que esperávamos, sobretudo depois da pré-época e dos reforços cuja qualidade me parece evidente. O primeiro objectivo da temporada falhou. Se abordar a questão com um olhar negativo, é verdade que tenho de confessar alguma vontade de falecer. Até é enorme, na verdade. Porém, não faz parte de mim chorar sobre o leite derramado. Prefiro encarar esta desilusão com a com a confiança extrema de que, desta vez, vamos ganhar a Liga Europa. Assim até iniciamos a competição desde o princípio, porque chegando por via do terceiro lugar da Liga dos Campeões traz sempre um sabor amargo. Desta forma, a amargura fica já digerida (bem, talvez lá mais para o final do mês, se iniciarmos o campeonato como deve ser).
Os fracassos devem ser assumidos, a eliminação da Liga dos Campeões foi uma desilusão, mas pelo menos já sei que não ficarei tão desanimado se uma segunda vaga de covid-19 levar ao cancelamento da Champions deste ano.
Nessa noite está de volta o campeonato português, e o Benfica tem de dar uma resposta à altura. Exijo isso como sócio, adepto e como alguém que está a pensar em apostar 20 euros na vitória do Glorioso. Seja como for, tenho plena consciência de que o Benfica, tal como no final da época anterior, começará esta liga em desvantagem. Enquanto os benfiquistas estiverem longe das bancadas, a maior força do clube continuará ausente."

Pedro Soares, in O Benfica

Tão nervosos...


"O mundo está de pernas para o ar, e não pára de nos surpreender.
Um grupo de gangsters lançou, desde há três anos, uma nuvem sobre o Benfica e sobre o seu presidente. Muitos alimentaram-na e navegaram sobre ela. Dava audiências a uns. Dava jeito a outros. Jornais e televisões queixam-se das redes sociais, mas, quando lhes convém, seguem-nas e seguem o que de pior elas têm.
Agora, pasme-se, exigem que todos se sintam condicionados por essa campanha negra. No fundo, querem que toda a gente seja obrigada a acreditar nas mentiras que construíram.
Não! Luís Filipe Vieira não está condenado por nenhum crime. E é o mais ganhador e empreendedor presidente da história do nosso clube, sendo, pois, natural que congregue apoios, desde os mais ilustres aos mais anónimos associados.
O primeiro-ministro e o presidente da Câmara de Lisboa, como qualquer outro sócio, têm todo o direito de expressar a sua posição, numa eleição que respeita só aos benfiquistas - e não a políticos demagógicos, colunistas de jornais, ou comentadores televisivos pouco ou nada independente. Era o que faltava se um cargo político obrigasse alguém a renunciar à sua vida, às suas paixões e ao seu clube. Era o que faltava se todos tivessem de seguir, em rebanho, a nuvem de calúnias que alguns pretenderam transformar em verdades universais.
Uma parte do nervosismo que se tem visto por aí prende-se com a luta político-partidária. Essa, embora saibamos como funciona, não nos diz respeito.
A outra parte é a percepção de que a mentira que criaram, afinal, talvez não tenha enganado tanta gente como esperavam. E isso deixa-os doentes."

Luís Fialho, in O Benfica

Pedro Rocha


"O que todos temíamos aconteceu - Pedro Rocha partiu. Mas deixou-nos uma fantástica equipa de atletismo. Verdadeiro mestre na arte de criar campeões, destacava-se pela sua capacidade em detectar jovens talentosos que treinava como ninguém. Em 2012, a prof. Ana Oliveira lançou-lhe o desafio de abraçar o projecto do SL Benfica, e a sua competência confirmou-se. Se a nossas equipas de atletismo atingiram a hegemonia da modalidade nesta década, devemo-lo em grande parte à sua sagacidade. Especialista no fundo e no meio-fundo, destacou-se também como técnico nacional da Federação Portuguesa de Atletismo. Graças à sua visão e capacidade, ganhámos mais de 30 títulos nos seniores, e nas camadas jovens perdi a conta às conquistas. Pelas suas mãos passaram alguns dos melhores atletas da actualidade. Destaco os grande feitos de 2012 e 2013, anos em que a nossa equipa de juniores se sagrou campeã europeia de corta-mato. Desse lote sobressaíram Samuel Barata, Rúben Silva, Adrião Rodrigues, Bruno Varela, Miguel Borges, Hélder Costa, Rúben Pessoa, Miguel Marques e André Pereira. Também sob sua orientação, conquistámos vários campeonatos nacionais de pista coberta e ao ar livre. O seu último grande feito foi o decacampeonato, no passado dia 15 de Agosto, em Lisboa, no qual sobressaiu o fenomenal Samuel Barata. O Pedro partiu com apenas 54 anos e deixa-nos um enorme legado e um imenso vazio. Voltar a ganhar sem ele vai ser mais difícil. Tenho a certeza de que o seu nome será imortalizado pelo SL Benfica. À sua família, aos seus amigos, aos seus colegas e aos seus atletas, apresento as minhas sentidas condolências."

Pedro Guerra, in O Benfica

More tham Football


"Nenhum de nós passa indiferente pelos tempos conturbados que atravessamos. Foi quase como se, de repente, a humanidade acordasse de um qualquer entorpecimento e redescobrisse o óbvio: apesar de a sociedade ser cada vez mais virtual e cada vez mais nos podermos e devermos relacionar à distância, na verdade o mundo é feito de pessoas reais, e são essas que valem. Os estádios perderam o bruaá e o frémito dos adeptos, mas o futebol não se deixará diminuir por esta adversidade, está lá! Está lá, feito de e para pessoas reais. Está lá, feito de e para pessoas reais. Está lá como sempre, mas parece mais desapaixonado a quem assiste. As transmissões repovoam com muita imaginação e edição os sons e as dinâmicas do estádio, mas tudo isso mostra ser pouco para quem assiste e muito pouco para quem joga. Faltou-nos isso, a todos, é incontornavelmente assim. Mas todas as ramificações sociais do futebol permanecem intactas, num estado mais ou menos latente conforme os limites que a pandemia lhes impõe. A paixão colectiva resiste, adensa-se e adia-se, molda-se à realidade dos dias, recua mesmo por vezes, forçada pelo desânimo, mas redobra em vigor a cada novidade que pulsa no desporto-rei. E nesta dialética contínua em que todos vivemos entre comportamento e risco, vamos ganhando espaço no mundo real, físico, das três dimensões, dos cheiros e dos abraços saudosos, dos apertos de mão de cortesia que em menos de um mês migraram para os cotovelos sem dó nem piedade. Não nos deixaremos abater porque essa massa humana, feita de pessoas reais, a que Desmond Morris chamou um dia 'tribo do futebol', está bem intacta e vivente. Ela é um dos cimentos da sociedade em que vivemos, quer se queira, quer não, e leva o futebol a fazer coisas pela vida e pelas vidas que são inexplicáveis para quem nele veja apenas uma bola, uma baliza e um chuto. Porque não tenhamos ilusões: dizer que o futebol é mais que futebol não é um exercício de retórica balofa, o futebol é, isso sim, muito mais que o futebol. Senão, veja-se o que fazem os clubes por essa Europa fora: More tham Football!"

Jorge Miranda, in O Benfica

Fazer a nossa parte


"1. Claro que dói. Evidentemente que dói. Mas 'isto' é o futebol, e precisamos de voltar à terra e ao cenário em que vivemos e reconhecer que a mais adequada atitude que podemos adoptar numa circunstância tão dura como a da derrota de terça-feira na Grécia não é senão a da serena análise que Jesus assumiu no fim do jogo.
2. Realmente, o que define o jogo do futebol são os golos, e nessa noite os nossos adversários marcaram mais um golo do que nós. Eles ganharam.
3. Ao fim de escassas cinco semanas de preparação, esse é o triste registo que fica do primeiro jogo oficial que disputámos nesta época, sendo que, se nós próprios deixássemos, a derrota poderia, infelizmente, deixar marca para toda a temporada. Ou mais ainda.
4. Desde logo, porque nos próximos tempos não podemos alimentar a legítima ilusão de cumprir o mesmo desígnio de, pelo menos, disputar pela décima primeira temporada consecutiva a fase de grupos da maior competição europeia.
5. Será então por isso que vamos ficar derrotados e de cabeça baixa para o resto da época? Evidentemente que não. Por isso, evidentemente que os Benfiquistas não alinham na conversa de chacha do jornalismo militante da Impresa, das comadrices da Cofina ou da informação já quase submersa da Global, que começaram logo com o mesmíssimo bota-abaixo dos que há décadas padecem das dores de cotovelo.
6. Como se viu, nem o contexto em que a pré-qualificação foi neste ano disputada (numa só mão; fora de casa, apesar da condição de 'cabeça de série' que inutilmente a UEFA nos atribuía; e também, por exemplo, sem que a conjuntura covid tivesse recomendado aos organizadores de Nyon a utilização de cinco substituições que irá manter-se nas suas competições ao longo dos meses...), a verdade é que nem a própria equipa já havia completado a assimilação dos processos técnico-tácticos e dos índices físicos que o Treinador naturalmente lhe quererá imprimir para os esplendores da alta competição.
7. No grande Futebol, nada, nunca, está ganho, como se viu. Essa lição serena igualmente nos chegou (e para mim, de certo modo, inesperadamente...) no apreciável registo de sensatez que Jorge Jesus soube imprimir às suas conclusões em Salonica, ao deixar implícito que, muitas vezes, é a partir das mais imprevisíveis derrotas que se preparam as mais saborosas vitórias.
8. A vida continua. E agora, a começar por nós, temos de continuar sem desânimo, a fazer a nossa parte para que os atletas sintam o nosso respeito e, sobretudo, a nossa confiança neles, já hoje, sexta-feira, em Famalicão - apenas cerca de setenta e duas horas depois da Grécia e com uma longa viagem pelo meio.
9. O resto - venha de onde vier -, para já, é só conversa mole. Pior: é a conversa de chacha do costume, dos mais rasteiros antibenfiquistas."

José Nuno Martins, in O Benfica

Entrar a ganhar


"Já faltam poucas horas para Benfica e Famalicão darem o pontapé de saída da Liga NOS 2020/21. A partida está agendada para hoje, sexta-feira, às 19 horas, em Famalicão. Entrar a ganhar é o objectivo que todos temos para o jogo que marca a estreia da nossa equipa no Campeonato.
Esta será a primeira etapa de uma longa caminhada que se deseja de regresso ao título. Nas sete temporadas anteriores, sagrámo-nos campeões nacionais cinco vezes. Ganhar voltou a ser a norma no Benfica, pelo que os desaires, neste contexto, tornam-se ainda mais pesarosos e difíceis de aceitar. 
Recuperar o ceptro do futebol português é, assim, o nosso desígnio, e é com esse intuito que se tem vindo a trabalhar afincadamente, se promoveu o regresso de Jorge Jesus e se reforçou a equipa com atletas de indiscutível qualidade, juntando-se a vários atletas que já se sagraram campeões de águia ao peito.
Pela frente teremos, hoje, a equipa-sensação da época passada. Apesar da ausência da Primeira Divisão desde 1994, os famalicenses conseguiram alcançar o quinto posto da classificação final, merecendo os muitos elogios que a generalidade dos analistas lhes dedicou. Apostados em repetir a proeza, serão certamente um adversário muito difícil de ultrapassar.
O histórico de confrontos entre Benfica e Famalicão é amplamente vantajoso para as nossas cores (14 vitórias, três empates e uma derrota em competições oficiais), mas, se considerarmos somente os jogos disputados no reduto adversário, verifica-se maior equilíbrio, com cinco triunfos, três empates e uma derrota benfiquistas. Na época passada disputámos duas partidas em Famalicão, sendo que ambas se saldaram por um empate a uma bola.
Conforme afirmou Jorge Jesus, ontem, na conferência de imprensa de antevisão à partida, "não há outra história para quem é jogador ou treinador do Benfica, é sempre para ganhar. (...) Abrir com chave de ouro é o que nos interessa"."

À procura de rumo?


"O SL Benfica falhou a presença na edição deste ano da Champions League, ao perder com o PAOK, num jogo que foi decidido a uma mão, devido à pandemia que se abateu no mundo inteiro. E é mesmo de uma pandemia que estamos a falar, uma vez que um pouco antes do COVID-19 já se começava a afigurar que algo não estaria certo naquilo que tinha sido operado no início de 2019 e que nos levou à conquista de um campeonato e de uma goleada ao Sporting na Supertaça. O que veio depois daí foi sucinto, mas no fundo, a consequência de uma ausência de estratégia desportiva que norteia a principal modalidade do clube.
Apesar da saída de Jorge Jesus em 2015, o Benfica ainda conseguiu dois campeonatos com Rui Vitória e outro com Bruno Lage, sendo que os outros dois foram conquistados por um FC Porto que de talento ou qualidade ao nível de jogadores se cinge a uma mão cheia deles e pouco mais. O Benfica, quando poderia ter sido, ou pelo menos, tentado a ser penta abdicou de investir na construção das falhas que já existiam num plantel, que se pensou na altura em que todas as soluções estariam no Seixal.
No Seixal, está muita qualidade, e isso é um facto! Mas não é uma qualidade que permita ao clube apostar de olhos fechados para dar uma estabilidade que não consegue com jogadores no primeiro ano de sénior. É sempre preciso acrescentar experiência, para que os imberbes que vêm do Benfica Campus possam crescer e aprender diariamente com os mais velhos. E ao longo do tempo isso foi passando e a melhoria que se exigia para a equipa não chegava. Na época passada, o investimento mudou de lado e começou a ser mais notório, mas a escolha do mesmo trouxe sempre dúvidas. Ninguém questiona a qualidade Julian Weigl, por exemplo, mas seria mesmo necessário ter o internacional alemão, quando temos Florentino? Não poderiam ter sido aproveitados os milhões gastos junto do Borussia Dortmund em dois laterais com qualidade?
E é aqui que se nota que o Benfica parece perdido e que procura um rumo. De quem será a responsabilidade de não se ter investido num plantel, que ao longo dos anos, foi sendo delapidado em qualidade?
O Benfica, hoje em dia, como que parece que se está a juntar nuns cacos, que mais dia, menos dia, se iriam juntar no chão. Os desequilíbrios dos plantéis eram uma realidade e ninguém tinha a coragem de dar um murro na mesa ou tentar mostrar que a solução não era aquela que se pensava que seria.
Pior… Se Bruno Lage não tem apostado em João Félix, provavelmente a extraordinária metade da época 2018/2019 não teria o fim que teve, mostrando mais uma vez que a estratégia adoptada nunca foi a melhor.
E o que é preciso mudar? Que rumo tem de ter a equipa profissional do Benfica para que realmente a hegemonia seja uma realidade? Porque brincar com os números pode ser espectacular, mas dizer que o Benfica ganhou 5 dos últimos 8 campeonatos é o mesmo que dizer que dos últimos 3, só ganhou 1, ou que nos últimos 10 ganhou os mesmos 5. Confusos? Confuso é pensar que numa equipa desportiva que tem (ou deveria ter) como principal objectivo ganhar as competições em que se encontra, prefira enaltecer os resultados financeiros e esteja dependente deles para encontrar sustentabilidade, através da venda de activos. É certo que ganhou algumas vezes neste processo, mas o dinheiro gasto em contratações duvidosas, para não lhe chamar outra coisa, foi surreal. A quantidade de jogadores que assinou contrato com o clube e que nem sequer vestiu a camisola encarnada é inconcebível para um clube que deveria ter cuidado melhor da sua planificação e estratégia.
E isso demonstra que, ao mesmo tempo em que houve episódios destes, não se foi cuidando do que era necessário, que era o de reforçar a equipa em posições onde havia efectivamente lacunas. E isto foi acontecendo, ao longo dos anos. E ao longo dos anos, estes hábitos e vícios foram-se mantendo e acumulando na gestão diária do clube.
A qualidade foi diminuindo e não houve o cuidado de precaver o futuro de forma a manter uma estabilidade necessária para o tão desejado crescimento europeu que tanto era / foi apregoado. E é esse o principal problema e falta de rumo do Benfica. O que é que se quer? O que é que se pretende? Que tipo de estratégia se tem para o futebol profissional do Benfica? Obviamente, que a resposta ideal e óbvia é “Ganhar”. Mas para ganhar, terá de ser de forma sustentada e para isso são necessárias criar bases que permitam esse crescimento e se quisermos chamar, dinâmica.
Dinâmica de vencer, de compreender que tipo de estratégia é necessária e que decisões tomar. A aposta no Seixal será para manter, como é óbvio, mas não poderá ser o turbilhão dos miúdos estarem 6 meses a 1 ano e depois serem vendidos como se de mercadoria se tratassem, sem que tenham hipótese alguma de vestir a camisola na equipa principal, para depois, passados anos, se lamentarem e dizerem que querem acabar a carreira no “clube do coração”.
Tem de haver comprometimento com o clube e aguentá-los o máximo, porque sabemos que o mercado não perdoa. E Ruben Dias tem sido o melhor exemplo do que se escreveu mais acima. E quantos mais “Rubens Dias” o Benfica aguentar, maior compromisso existe e o sonho se pode realizar.
Mas para isso acontecer, o paradigma tem de mudar, e este ano, curiosamente com o mesmo treinador que saiu em 2015, isso começa paulatinamente a acontecer. Vertonghen é um bom exemplo e Cavani poderia ter sido outro. E é com estes exemplos que as equipas crescem, aliando qualidade a irreverência e experiência a talento.
É olhar para a estrutura do Benfica e ver onde se tem falhado e corrigir. É não estar dependente de uma pessoa que quer, pode e manda. É explicar que não é assim que funcionam as organizações de sucesso e se o Benfica quer ser A empresa de sucesso desportivo que o clube tem de ser, terá de funcionar como um todo e não como um individual. Porque, “de todos, um”. Era este o rumo que eu gostava que fosse discutido, mas acima de tudo, exigido e efectuado. E neste momento, e infelizmente, não vejo nenhum dos três desejos a ser concretizado."

Semanada...


"1. Os erros não são novos. O Benfica está fora da Champions League depois de perder o jogo contra o PAOK. Revi o jogo com mais atenção, acho que até fizemos uma primeira parte boa. Não estamos tão dependentes dos cruzamentos como o ano passado - o que é um alívio. Mas também não estamos assim tão diferentes. Tivemos boas combinações que normalmente pararam em Seferovic ou na organização defensiva do PAOK, que nunca conseguimos demonstrar. O suíço é muito lutador e por isso é que a primeira aposta do novo treinador pelo terceiro ano consecutivo, mas para combinar com Everton, Pizzi e Pedrinho, não estou convencido que seja a melhor opção. Acabámos por perder o jogo por causa de dois contra-ataques. O defesa esquerdo do PAOK entrou pelo nosso meio campo a dentro e uma vez que passou a linha de médios e encontrou a linha defensiva desorganizada foi tudo muito fácil para ele. Já no ano passado tínhamos imensos problemas na transição defensiva. Estes erros não são novos. Fica a ideia de que JJ não viu os jogos do Benfica.
2. O que mudar? O nosso meio campo e os nossos laterais são um grupo de bons rapazes. Têm que ter mais atitude. Acho que Gilberto tem que ser titular, pela combatividade que pode trazer à equipa e que André Almeida não tem demonstrado desde há um ano. Acho que um meio campo com Florentino e Weigl perde algum poder de fogo no ataque, mas daria as coberturas necessárias à equipa para não estar constantemente a sofrer golos de contra-ataque. Florentino não é um jogador que faça muitas faltas, mas recupera muitas bolas. E num ataque com todas as opções que JJ tem, a ausência de Taarabt é possível de contornar. O que não é possível contornar é sofrer tantos golos em contra-ataque.
3. Quem vender? É a pergunta que temos que fazer agora. O Benfica vai estar vendedor nos próximos dias porque se não terá um problema de liquidez algures a meio da temporada. Estamos a falar de um problema que pode mesmo chegar até a não ter capacidade de pagar salários, como eu demonstrei na quarta-feira. Na minha opinião, e visto que também poderemos ter um problema com o Fair-Play Financeiro também, o Benfica deveria tentar vender jogadores cujo o valor contabilístico já esteja muito amortizado - de maneira que as mais-valias fossem maiores - e jogadores que tivéssemos já soluções no plantel para tapar as suas saídas. Esses jogadores, na minha opinião, são Chiquinho, Cervi, Rafa ou Pizzi, e Gabriel. Todos têm mercado. A venda de quatro deles poderia resultar num encaixe de 50-60 milhões. E neste momento temos mais do que soluções no plantel para que eles saiam. No caso dos avançados ficaríamos com Everton, Pedrinho, Jota, Diogo Gonçalves, Waldschmidt, Gonçalo Ramos, Pizzi ou Rafa (aquele que não vendêssemos) e poderíamos sempre incorporar algum dos miúdos da equipa B como o Úmaro Embaló ou o Tiago Dantas. No caso de Gabriel, vai ser o quarto médio de uma equipa onde só jogam dois de cada vez. Não faz sentido, na minha opinião, vender Rúben Dias visto que não temos uma alternativa credível. Nem faz sentido vender Carlos Vinícius, porque é um jogador que tem um book-value muito alto (14 milhões) e como tal as mais-valias que uma venda poderia dar não seriam muito significativas para aquilo que teríamos que gastar para arranjar um avançado de qualidade. Relembro que para o resultado líquido, um dos parâmetros que a UEFA olha no Fair-Play Financeiro, apenas contam as mais-valias e não o valor total da venda.
4. Políticos na Comissão de Honra de Luís Filipe Vieira. Para ser sincero eu nem entendo bem a necessidade de uma Comissão de Honra. Entendo que candidatos desconhecidos precisem de uma espécie de Comissão de Honra que lhes dê credibilidade e visibilidade. Não percebo o que é que uma Comissão de Honra acrescenta a Luís Filipe Vieira. Acho que ninguém iria votar em Luís Filipe Vieira porque António Costa (ou outro qualquer) o apoiava. Acho também que é essencial que exista um distanciamento entre o mundo político e o mundo do futebol. Não é uma questão de ser o PS ou o PSD ou outro partido qualquer. Havia políticos de todas as facções na Comissão de Honra de Luís Filipe Vieira. Ainda bem que saíram. E só espero que tenham aprendido a lição. Isto já tinha acontecido na Comissão de Honra de Pinto da Costa e já na altura tinha dado confusão. Esta é, para mim, a pior parte disto tudo. Eles já sabiam que ia dar confusão e tudo isto foi em vão. A Comissão de Honra não dá votos.
5. A Liga NOS é a segunda Liga Europeia com mais faltas por jogo. Todas as semanas duas equipas entram em campo para serem assaltadas à mão armada por três homens vestidos normalmente de preto. É essencialmente isto. Os árbitros portugueses são os segundos árbitros da Europa que mais faltas apitam por jogo. Piores que os portugueses só os sérvios. No top10 de quem apita MAIS faltas estão também as Ligas da Bulgária, Roménia, Grécia, Polónia e República Checa - só Ligas de Topo, como podem ver. No Top10 de quem apita MENOS faltas estão Ligas como a Premier League, Bundesliga, Liga Holandesa, Sueca, Dinamarquesa e Norueguesa. Portugal tem excelentes jogadores. Provavelmente mais perto da Liga Francesa (tirando o PSG) do que muitos pensam. Tem excelentes treinadores. Tem excelentes projectos e por consequência excelentes dirigentes - mais em clubes do meio da tabela do que nos três grandes, na minha opinião. Mas não tem excelentes árbitros. Os árbitros estragam o futebol português. Não vamos crescer como Liga enquanto se apitarem tantas faltas, porque estão constantemente a parar o jogo e só estragam o espetáculo. É um assalto à mão armada.
6. Atenção ao Silvestre Ferreira. Silvestre Ferreira é um ala da equipa de Futsal que regressou este ano ao Benfica depois de um empréstimo ao Elétrico. Talvez seja muito prematuro dizer, mas gostei mesmo muito do que vi num dos jogos desta pré-época, onde marcou três golos. Acho que pode ser mais uma boa surpresa da equipa de Futsal. Pode ser um jogador para ficar no clube durante muito tempo e quiçá ser capitão. Estejam atentos. Também gostei de Fits. Parece mais o Fits antes de vir para o Benfica. A tomar mais iniciativa e a demonstrar o seu talento técnico. E gostei do Jacaré, um pivot clássico. A equipa de Futsal promete.
7. Basquetebol em suspenso. Já o Basquetebol parece ter tido alguns casos positivos de covid-19 e ficou suspenso. O Campeonato só começa daqui por um mês, mas esta paragem não deve ajudar.
8. Fim-de-semana importante no Voleibol. Este fim-de-semana, o Voleibol Feminino joga contra o SC Espinho a eventual subida para a Primeira Divisão. Já o Voleibol Masculino poderá ganhar a Supertaça, o primeiro título da temporada."

Vitória em Portimão...

Portimonense 0 - 1 Benfica
Nóbrega

Kokubo; Cruz, Nóbrega, Bajrami, Montóia; Jocu, Neto(Nascimento), Bernardo(Azevedo); Samu(Tomé), Serginho(H. Pereira); H. Araújo(Paciencia)

Vitória, num relvado muito complicado, num jogo onde falhámos demasiados golos... e acabámos por terminar com uma vantagem mínima perigosa.

Liga NOS


"O jogo do Benfica no reduto do Famalicão, agendado para amanhã, sexta-feira, dia 18, às 19 horas, marcará o início da 87.ª edição do Campeonato Nacional, em que o Benfica procura conquistar o seu 38.º título nacional, o sexto em oito temporadas.
Na contabilidade dos títulos, o Benfica lidera com 37, enquanto FC Porto, 29 vezes, Sporting, 18, Belenenses e Boavista, uma cada, foram os restantes campeões nacionais na já longa história da Primeira Divisão de futebol, iniciada em 1934/35.
A presente edição da Liga tem algumas novidades relativamente às anteriores, destacando-se o número de equipas que terão acesso às competições europeias na época seguinte e a alteração do modelo de promoções/despromoções.
Fruto do sexto lugar de Portugal no ranking europeu de clubes, o campeão e vice-campeão voltarão a ter presença garantida na fase de grupos da Liga dos Campeões (o Benfica ocupou uma das duas primeiras posições em 66 das 86 edições). O terceiro classificado terá também a oportunidade de chegar a essa fase da prova máxima do futebol europeu, tendo de disputar duas eliminatórias. O vencedor da Taça de Portugal participará na Liga Europa, sendo que os 4.º e 5.º classificados da Liga NOS integrarão a Liga Conferência, que estreará em 2021/22.
Relativamente às subidas e descidas, último e penúltimo classificados serão despromovidos à LigaPro e o antepenúltimo classificado terá de disputar um play-off, em duas mãos, com o terceiro classificado da LigaPro para adquirir o direito de participar na Primeira Divisão na época seguinte.
Outra novidade da Liga NOS será a participação de dois clubes do Algarve, algo que já não acontecia desde 2010/11. O Portimonense, desta feita, será acompanhado pelo Farense, que havia participado, pela última vez, na Primeira Divisão, em 2001/02.
Serão três os clubes da região de Lisboa (Benfica, Sporting e Belenenses, SAD), haverá um representante da Associação de Futebol de Viseu, o Tondela, o Marítimo e o Nacional, da Madeira, o Santa Clara, dos Açores, e os restantes clubes distribuem-se entre as associações do Porto (Boavista, FC Porto, Paços de Ferreira e Rio Ave) e Braga (Braga, Famalicão, Gil Vicente, Moreirense e V. Guimarães).
Uma curiosidade sobre a Liga NOS 2020/21 será saber quem sucederá a Vinícius como melhor marcador. Na temporada passada, o nosso avançado foi o máximo goleador, com 19 golos, depois de Seferovic e Jonas, nas duas épocas anteriores. O Benfica é o clube com mais líderes do ranking de goleadores em cada temporada, destacando-se Eusébio, vencedor deste prémio individual sete vezes, o máximo em Portugal. Segue-se, entre os benfiquistas, José Águas, melhor marcador em cinco edições. 
Com a ambição de sempre, partimos para este Campeonato com um único objectivo: ganhar o 38!"