quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Vermelhão: Frio de leste...

Shakhtar 2 - 1 Benfica


Eliminatória em aberto, apesar da derrota, numa partida onde o Benfica de 'Dezembro' (na altura do sorteio...), teria ganho 'facilmente'!!!
Fizemos algumas alterações (eu teria feito mais: Grimaldo, Taarabt e Pizzi...), tentámos mais uma vez gerir o jogo, com um ritmo baixo (a pensar sempre no próximo jogo... o de Barcelos, e a 2.ª mão na Luz!!!), o Shakhtar até ia tendo mais bola, mas o maior perigo, vinha nos momentos onde o Benfica 'subia', e os Ucranianos/Brasileiros partiram em contra-ataque!!! O Pizzi 'trocou' com o Chiquinho, para 'poupar' o Pizzi aos trabalhos defensivos... mas, acabamos por ser inferiores, e o resultado até não foi nada mau!!!
Mesmo assim, sem jogar bem, a criar poucas oportunidades, o jogo até parecia semi-adormecido, com o Ody a fazer uma boa defesa (além do lance do golo anulado...), mas no início da 2.ª parte ficámos em desvantagem...
Até reagimos bem, o Shakhtar pareceu 'recuar' e apostar tudo no contra... e numa jogada 'estranha', lá chegámos ao empate, num penalty... que ainda agora não percebi !!! (não me pareceu haver fora-de-jogo, nem do Cervi, nem do Tomás... se o fora de jogo foi do Cervi supostamente não haveria lugar a penalty... - apesar de existir uma regra, que eu não concordo, que mesmo existindo fora-de-jogo, se o defesa fazer falta, deverá ser assinalado o penalty!!! Ironicamente, no ataque anterior, pareceu-me existir fora-de-jogo do Sefe...!!!)
Mas logo a seguir, uma 'branca' do Rúben deitou tudo a perder! Neste fase menos boa do nosso processo defensivo, o Rúben tem sido claramente o nosso pilar, às vezes parece ser o 'único' defensor, mas hoje acabou por fazer 'merda'!!!
Daqui até ao final (72'), creio que não houve mais remates à baliza!!! Nos dois lados!!! O Shakhtar 'rebentou' (falta de ritmo) e foi defendendo a vantagem mínima, e nós não tivemos capacidade de fazer o pressing final...
Hoje vou fazer a análise individual ao contrário, em vez do MVP, destaco o 'inverso': actualmente jogar com o Seferovic ou jogar 10 é exactamente a mesma coisa!
Analisando este jogo isoladamente, com este 1-2 fora, até não seria uma 'desgraça', mas na sequência dos maus resultados nas últimas semanas, e da forma como sofremos o 2.º golo, ficamos com o sabor da frustração na boca... mesmo tendo jogando abaixo do nosso potencial!
E se o Shakhar chegou a este jogo menos sobrecarregado com minutos, a falta de ritmo notou-se nos últimos minutos, onde o Benfica podia e devia ter aproveitado! Até porque para a semana, na Luz, o Shakhtar terá mais 'ritmo'... e mais perigoso ainda: este Shakhtar gosta de jogar em contra-ataque, têm conseguido os seus melhores resultados a jogar fora... e nós teremos um jogo, mais minutos, mais cansaço, mais viagens, e mais uma Final na Segunda!!!

A fragilidade defensiva do Benfica em 5 factos

"O Benfica está a defender mal, diz a vox populi, e isso colocou a liderança da Liga definitivamente em risco. E existem boas razões para essa conclusão, tão óbvias que não carecem de análise GoalPoint para a fundamentar, começando nos sete golos sofridos nas últimas seis jornadas (mais dois do que no total das 15 rondas anteriores) e terminando nas duas últimas derrotas consecutivas, frente a Porto e Braga.
Não faria muito sentido pegarmos neste tema se não apostássemos em aprofundá-lo, procurando perceber, com recurso aos dados, se a referida permeabilidade defensiva “encarnada” se limita a encontros de maior grau de dificuldade disputados recentemente ou se já se vinha manifestando ao longo do tempo, mesmo que nem sempre reflectida no marcador final. E uma vez esclarecida essa dúvida, seria hora de identificar algum padrão – ou nome(s) – relacionáveis com o cenário analisado. Pegámos na lupa e na calculadora, e aqui estão os resultados.

O Benfica é mais permeável do que gostaria desde o início da Liga.
O Benfica sofreu apenas três golos no decurso das primeiras dez jornadas da Liga, concentrados em dois jogos. Dois desses tentos surgiram no naturalmente especial frente-a-frente perante o Porto, a única derrota “encarnada” no primeiro terço da competição. Fora isso sobraram oito “clean sheets” que, certamente, criaram a ilusão de que o campeão nacional apresentava uma solidez defensiva invejável. Conclusão precipitada…
Cruzando os golos sofridos pelos “encarnados” com os golos que estatisticamente deveriam ter sofrido (Expected Goals contra), percebemos que o Benfica apenas sofreu mais golos do que seria de esperar à sexta jornada, na vitória por 2-1 frente ao Moreirense.
Os números exactos são tão específicos quão curiosos: nas dez primeiras jornadas o Benfica sofreu apenas os tais três golos, mas, em boa verdade, permitiu aos adversários oportunidades que, estatisticamente, corresponderiam a cerca de oito tentos, que apenas não sucederam por mérito do seu guardião Vlachodimos (curiosamente talvez o nome mais “ameaçado” durante o mercado de verão) e/ou falta de eficácia dos protagonistas adversários.
Já no que toca às 11 jornadas recentes o cenário é mais equilibrado, embora igualmente preocupante, confirmando os problemas defensivos do campeão. O Benfica sofreu nove golos nos últimos 11 encontros, permitindo cerca de 12 Expected Goals.

O Benfica é a equipa mais driblada da Liga
Este é, provavelmente, o facto mais surpreendente e anormal para uma equipa que, não só lidera a Liga, como ainda se apresenta como a menos batida. O Benfica permite uma média de 11,3 dribles por encontro aos adversários, um registo que nenhuma outra equipa supera, pela negativa. E sendo certo que, reduzindo a análise a dribles consentidos no terço defensivo, o cenário se atenua, a verdade é que os “encarnados” apresentam, ainda assim, o quinto pior registo da Liga, com 4,4 dribles permitidos nas imediações da sua área, uma média não muito distante dos 5,0 com que o Famalicão encabeça este ranking evitável.
Curiosamente, e ao contrário de outros pormenores que partilhamos nesta análise, este é um factor negativo que não sofre grande evolução ao longo da época, ou seja, os maus indicadores mantêm-se. Ainda assim destacamos dois pormenores preocupantes para as “águias”:
- O FC Porto é o grande “carrasco” do Benfica também neste capítulo, com nada menos do que 41(!) dribles somados nos dois confrontos directos, sendo que no último, dos 20 que os “dragões” totalizaram, 15(!) foram concluídos já no terço defensivo benfiquista (75%).
- Sendo verdade que esta fragilidade se vem mantendo constante ao longo da época, a média de dribles consentidos já no terço defensivo aumentou, de 4,0 nas primeiras dez jornadas para 4,7. Ou seja, o Benfica permite no geral o mesmo número (excessivo) de dribles, mas está a permiti-los mais perto da sua baliza, nas últimas dez jornadas.
- Nenhum jogador permite mais dribles a cada 90 minutos do que Julian Weigl (2,3), aos quais junta ainda 1,9 faltas cometidas por desarmes falhados. No último terço, onde o registo do alemão é de 0,8 dribles consentidos por jogo, juntam-se-lhe Tomás Tavares (1,3) e Grimaldo (0,9) entre as principais vítimas da “fantasia” adversária. Curiosamente ou não, este é um trio que tem sido titular nos últimos jogos.

O Benfica permite cada vez mais remates…
Os números não deixam dúvidas. O Benfica vem permitindo cada vez mais remates aos adversários. Este facto traduz-se numa conclusão tão simples como conclusiva:
- Nas primeiras dez jornadas os adversários precisavam de somar cerca de 27 remates para marcar um golo ao Benfica. Nas últimas dez conseguem violar as redes “encarnadas” uma vez a cada 14 disparos.

…em especial dentro da sua área
Mas se o total de remates pode ser considerado um indicador insuficiente, a quantidade de disparos que uma equipa permite dentro da sua área já dirá algo mais sobre a eventual existência de um problema defensivo e a sua evolução, dada a maior perigosidade associada a essas situações.
A tendência de agravamento dos problemas defensivos “encarnados” resulta clara, mais uma vez. O Benfica permitiu uma média de quatro remates na sua área por jogo, findas as dez primeiras jornadas. Esse registo, já pouco animador, saltou para os 6,4 nos dez últimos encontros, uma média que coloca o conjunto de Lage num modesto 7º lugar do ranking das equipas que permitiram menos acções deste tipo, no mesmo período.

O que mudou a partir da 10ª jornada?
É ponto assente que o Benfica dá sinais, desde o início da época, que é bem menos sólido defensivamente do que o número de golos sofridos na Liga vinha sugerindo, e que muito deve aos méritos do seu guardião, já aqui destacados.
Chegados a esta altura não faltam teorias, entre adeptos e especialistas. Uns atribuem maior responsabilidade aos centrais Rúben Dias e Francisco Ferro, face aos sinais de insegurança. Outros apontam às laterais, destacando a propensão ofensiva e suposta inspiração defensiva de Grimaldo ou referindo a lateral-direita como um eterno ponto fraco a colmatar. Outros ainda referem um meio-campo que nunca se terá refeito totalmente do natural ocaso de carreira de Fejsa, com alguns ainda a torcerem o nariz à entrada directa do reforço Weigl nas escolhas de Lage.
No meio disto tudo uma coisa é certa: a prolongada ausência de Gabriel Pires não irá certamente melhorar o cenário aqui quantificado, tendo em conta os méritos que lhe destacámos recentemente, insuficientes para, sozinho, estancar os registos identificados nesta análise.
Não colocamos de parte qualquer uma destas explicações ou até mesmo outras, mas optamos por manter-nos no papel de “municiadores de factos”. O que mudou então no Benfica, a partir da 10ª jornada, momento em que registamos o agravamento das fragilidades defensivas do Benfica?
Muito mudou certamente, entre apostas, lesões e novidades, mas apenas uma se manteve permanente desde então: a 11ª ronda coincidiu com os últimos 45 minutos disputados pelo “trinco” Florentino Luís na Liga. O médio foi substituído ao intervalo da visita ao Santa Clara, constituindo uma das opções de “choque” de Bruno Lage na tentativa de virar um resultado adverso, o que viria, aliás, a conseguir. Curiosamente, Florentino terminou esse encontro com o maior registo numa “disciplina” que tanta falta faz ao Benfica desde então: intercepções de passe (somou quatro).
Após essa substituição, Florentino não só não disputou qualquer minuto na Liga como apenas foi opção não utilizada no banco em duas ocasiões, tendo regressado apenas na recente disputa da meia-final da Taça de Portugal.
O “eclipse” de Florentino Luís, enquanto opção para Bruno Lage, poderia não passar de um pormenor se não registasse os seguintes méritos à 10ª jornada, véspera do seu “congelamento”: 
- Florentino era, de forma destacada, o jogador benfiquista que mais passes antecipava e interceptava (4,3 a cada 90 minutos)
- Entre os jogadores mais utilizados (+450 minutos) apenas Rafa Silva batia o médio na cadência de desarme. Florentino seguia com uma média de 3,3 desarmes.
- O jovem médio era o segundo jogador “encarnado” que mais recuperações de posse garantia, cerca de nove a cada 90 minutos jogados. Acima dele apenas um jogador, e outro “desaparecido”: Andreas Samaris, com dez recuperações a cada jogo completo, nos cerca de 300 minutos jogados.
- Apesar do fulgor defensivo que os seus números apresentavam, Florentino era, entre os médios com maior propensão para o apoio defensivo, aquele que cometia menos faltas (apenas uma a cada 90 minutos, Samaris e Taarabt, por exemplo, aproximavam-se das três).
- Apenas um jogador batia o “trinco” no menor número de posses perdidas a cada 90 minutos e o seu nome (e posição) diz tudo sobre os méritos do jogador “desaparecido”: Vlachodimos. O “trinco” perdia apenas 6,7 posses a cada 90 minutos e, sendo certo que, na sua posição, é de esperar um bom desempenho nesta matéria, convém sublinhar que o seu registo batia qualquer médio-centro ou defensivo “encarnado” e até ambos os centrais.
- Caso pense que a pecha de Florentino estaria no contributo ofensivo desengane-se: mesmo sem brilhar nessa matéria, o jovem somava um registo idêntico ao de Gabriel Pires, na hora de contabilizar passes para finalização: cerca de um passe para remate a cada dois jogos.
- Florentino Luís apresentava o quarto melhor GoalPoint Rating do Benfica 6.26, entre jogadores com mais de 450 minutos disputados.
Nem tudo eram “rosas” no desempenho de Florentino (exemplo: a eficácia na disputa de duelos aéreos defensivos é um claro ponto de melhoria). No entanto, tendo em conta o momento do jogador à 10ª jornada, torna-se difícil perceber o “eclipse” a que foi votado nas opções, sendo a sua ausência o único factor constante desde o intensificar dos desequilíbrios defensivos de uma equipa que não hesita em expor-se defensivamente na procura da baliza contrária.
Mais do que apontar outros “culpados”, a verdade é que nenhum dos protagonistas, escolhidos desde então para a sua vaga foram capazes de replicar as virtudes específicas de Florentino e estancar os sinais de alarme que aqui partilhámos.
Bastará então relançar Florentino na titularidade para resolver o problema? Dificilmente a resposta passará apenas por aqui, não só porque o “congelar” de Florentino apenas agravou sintomas que já se vinham sentindo, como também pela necessidade do próprio jogador recuperar ritmo e confiança provavelmente perdidos, prioridades que ficaram patentes na última vez que foi chamado a jogar (Taça de Portugal).

Os números confirmam que Bruno Lage tem um problema complexo a debelar, daqueles que decidem campeões.
Os factos mostram também que este é um cenário que se manifesta desde o início da época e que pode ter sido agravado por opções que apenas quem está no comando poderá explicar.
O que é certo é que fica mais uma vez provado que o recurso complementar aos analytics permite analisar, complementar e, por vezes, antecipar diagnósticos decisivos ao sucesso no apito final."

Aposta Europeia

"Será daqui a poucas horas (17h55) que o Benfica regressará às competições europeias na presente temporada, desta feita para disputar o apuramento para os oitavos de final da Liga Europa com o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. A partida é referente à primeira mão da eliminatória e será jogada em Kharkiv (a segunda mão será no Estádio da Luz, dia 27).
Tanto a nossa equipa como a ucraniana transitaram da Liga dos Campeões, o que faz antever equilíbrio na contenda. Acresce que o Shakhtar é orientado por Luís Castro que, além de ser português e, por conseguinte, conhecer bem o futebol nacional, é um técnico reconhecidamente competente.
O objectivo benfiquista na Liga Europa passa por chegar o mais longe possível, sabendo-se que o campeão em título ucraniano e actual líder destacado do seu campeonato não será certamente um adversário fácil. O histórico dos encontros entre ambos os clubes é curto, Benfica e Shakhtar encontraram-se apenas duas vezes em competições oficiais. Foi na fase de grupos da Liga dos Campeões da temporada 2007/08, na qual fomos derrotados, por 0-1, na Luz, e vencemos na Ucrânia, por 1-2.
Conforme afirmou Bruno Lage ontem em conferência de Imprensa de antevisão ao jogo, há a ambição e determinação de fazer um bom jogo e prosseguir na competição. O nosso treinador manifestou ainda a vontade de alcançarmos um bom resultado e "mais do que isso, a equipa tem de ser sólida e consistente".
Estamos convictos que a nossa equipa será capaz de demonstrar a competência que todos lhe reconhecemos e que conseguirá trazer um resultado que lhe permita encarar o jogo na Luz com optimismo relativamente à qualificação para a eliminatória seguinte.
Força Benfica!"

Alcochete? É sempre em frente

"Vamos supor que não sei onde fica Alcochete. O mínimo é que o leitor me chame uma besta de 145 patas porque toda a gente sabe onde fica Alcochete. Tem toda a razão. Que cidadão português com o mínimo de noção de geografia não sabe onde fica Alcochete? 

mesmo quem chumbou no jardim-escola. Por acaso passei em Alcochete alguns dos dias mais felizes da minha vida, em 2004. Não por acaso, houve algumas infelizes vítimas da violência mais bacoca e mais infame que passaram lá algumas das horas mais assustadoras e macabras das suas vidas.
Agora vamos supor que preciso de falar com um árbitro que vai dirigir um jogo importantíssimo do clube do qual sou presidente 48 horas antes de esse jogo começar e necessito de ter uma conversa com ele sobre as amantes do pai, que estão a pôr em causa a fidelíssima relação que tem com a senhora sua mãe.
Penso para com os meus botões: deixa-me convidar o mamífero para vir cá a casa tomar um cordial e cordialmente darmos à taramela sobre os desvios lúbricos do seu progenitor. De repente deparo-me com uma questão praticamente irresolúvel. Supostamente, vivo em Alcochete e não faço a mínima ideia onde diacho fica Alcochete. Problema do quilé, diria o meu velho mestre Assis Pacheco.
Estou completamente encalacrado enquanto tento explicar ao senhor árbitro, raladíssimo com a divergência paternal, a forma mais simples de aparecer no meu chalé. Que ideia a minha ter resolvido vir parar com os costados a Alcochete, esse lugar que nem figura no mapa da nação! Dou voltas ao bestunto.
Do alto desta inteligência vetusta, carregada de uma ironia a que só alguns iluminados têm acesso, grito “eureka!”, como Arquimedes na banheira. Faço de conta que Alcochete fica na Madalena, sítio abençoado, tão fácil de encontrar. “É sempre em frente! Sempre em frente, sr. árbitro!” À sorrelfa, a Judiciária escuta tudo. Mas talvez também não saiba onde fica Alcochete..."

Os contrastes ibéricos

"Lá, em Espanha, como cá, Liga ao rubro, um ponto entre os primeiros, rivais eternos. E lá como cá seguem os da capital na frente, com vantagem de um ponto. Falta jogar-se, por lá, o super dérbi, é uma das diferenças, mas há-as maiores, nestes duelos da recôndita Ibéria que seguem a par. No país vizinho, a chegada de Queique Setién ao Barcelona acentuou o contraste entre os candidatos. Há agora um mar que os separa. Já Benfica e Porto serão mais as duas margens de um mesmo rio, feito mais de aceleração que de pausa, de aposta na transição ofensiva que no ataque posicional. E há essa curiosidade reveladora de ser o Porto, sempre visto, e justamente, como equipa que assume a objectividade como um fim e a aceleração como um meio, ser, ainda assim, a equipa com mais tempo de posse de bola, em média, por jogo. Mais do que indicar qualquer alteração no jogar dos dragões, que só pontualmente se vislumbra pela escolha de uns jogadores em vez de outros – como agora com Sérgio Oliveira a dar o que Danilo não consegue -, é o atestado definitivo de que ninguém em Portugal faz do jogo de posição uma convicção e da posse paciente um caminho preferido. Nem o Benfica, obviamente. É claro que o Porto vive melhor se houver duelos e o Benfica se os evitar, e que os dragões assumem uma aceleração mais musculada, enquanto as águias a buscam de modo mais criativo. Onde o Porto é ataque ao espaço, o Benfica é drible em progressão. Numa sinédoque: onde o Porto é Marega, o Benfica é Rafa. O Porto, por ver Marega (mas também Soares ou Zé Luís) cede facilmente à tentação lançamentos longos, não raras vezes prematuros ou mesmo inúteis. O Benfica, por ter Rafa (ou Cervi), antecipa progressões em posse desde zonas recuadas, que retiram associação ao jogo e acrescentam risco à perda. Em Espanha, o jogo é de contrastes. Por cá está longe de ser de espelhos, mas há mais traços comuns às duas faces da luta pelo título.
O regresso às origens em Camp Nou reabriu um fosso conceptual. Enquanto o Real Madrid acumula craques no plantel como contentores de carga num porto de mar, o Barcelona reaproxima-se da forma ortodoxa com que construiu as suas melhores equipas. Desde o fim do reinado Guardiola (e Tito Vilanova) que não se via um Barça tão à Barça, filho assumido da escola cruyffiana, feito de risco máximo desde o guarda-redes. A propósito, Ter Stegen bateu um recorde de quase 15 anos, ao protagonizar 69 passes no jogo com o Getafe. Isto prova a qualidade incrível do jogo de pés do alemão, mas, principalmente, o regresso em força da tal ideia fundadora, que Valverde não cultivou, Luis Enrique contornou e Tata Martino nunca entendeu. Agora, a um Real Madrid tipo piloto habituado a traçados sinuosos e em velocidade máxima, capaz de improviso criativo e risco total com a meta à vista, volta a responder um Barcelona paciente, do género caçador experimentado que sabe não ter muitas munições, pelo que prepara o tiro de modo a não falhar. De um lado está Zidane, especialista em puzzles valiosos, mestre da sobriedade, que não criou o quadro mas busca o desenho final com paciência de Job, ora acrescentando uma peça ora trocando outra. Do outro surge Quique Setién, ainda mais artesão admirado que pintor consagrado, mas criador de obra original a partir das ideias em que acredita e das técnicas que domina. Simplificando: uma ideia que emerge dos jogadores enfrenta jogadores que se enquadram numa ideia. E será ainda mais estimulante perceber quem ganha.
Claro que o futebol é rico porque não se esgota nas convicções, nas mesmo nas melhores. Há caminho por fazer, com dureza de calendário e eventuais lesões, encruzilhadas em que pode ser decisiva a profundidade dos plantéis. E aí, o Real leva vantagem clara. A ideia é o mais importante na construção de um jogar, mas a sua concretização é protagonizada por homens, e isso nunca vai mudar. Messi é o melhor, destacado, mas é só um neste duelo. Basta vez as equipas mais recentes que apresentaram, para ser difícil que contra nomes haja argumentos. No Real, Hazard voltou ao onze e Bale também foi titular. Com isso, e com a afirmação do impressionante Fede Valverde, só no banco houve lugar para Eder Militão, Mendy, Modric, Isco, Jovic e Vinícius júnior. E nem sequer lá couberam James Rodríguez, Nacho, Rodrygo, Mariano Díaz, Lucas Vasquez, mais o longamente lesionado Asensio. E Odegaard, um dos nomes do ano em Espanha, contratualmente merengue, só encontra espaço crescer em San Sebastián. Não há outro plantel sequer parecido no mundo. Se a tática fosse um exercício menor e o jogo um somatório de individualidades, como muitos o vêem, o título podia ser entregue por correio expresso em Chamartín. Na mesma jornada, o banco do Barça tinha os laterais Nelson Semedo e Firpo, mais Rakitic e Vidal. Os outros eram cidadãos anónimos, puxados à pressa da equipa secundária, como o central/médio uruguaio Ronald Araujo e o atacante albanês Ray Manaj. Não é com estas alternativas que se luta, ao mesmo tempo, por uma Liga espanhola e uma Champions. Nem Messi será suficiente, mesmo que se acredite que, a caminho dos 33, ainda é capaz de estar em campo nos jogos todos.
Claro que Griezmann brilha mais na liberdade de movimentos que lhe é dada agora, que Ansu Fati é uma bênção dos céus para reencarnar gestos que foram de Pedro Rodríguez e Braithwaite é, pelo menos, a alternativa que as lesões de Suarez e Dembelé tinham tornado inexistente. Adapto de Camões: para tanta ambição, tão curta a manta. Mas não garanto quem ganha. E é nisso que o futebol nunca nos falha.

PS: É admirável, emocionante mesmo, que Quique Setién tenha escolhido Vítor Damas entre os seus quatro futebolistas de sempre, um por sector, a par de Beckenbauer, Iniesta e Cruyff. Há memórias que valem mais que todos os prémios.

Nota coletiva: Borussia de Dortmund o dinheiro não é tudo e a Champions chegou para o provar com abundância, seja na goleada da Atalanta sobre o Valência ou na vitória do Leipzig no terreno do Tottenham, ambas resultantes de superioridade evidente. E o Borussia de Dortmund é rico, mas não se compara ao PSG, que subjugou. E foi mais que o brilho renovado do miúdo Haland. Houve construção de qualidade atrás, com Hummels e o impressionante Zagadou, capacidade de parar e jogar em simultâneo no meio, com Witsel e Can, aceleração com critério nas alas, por Hakimi (um dos melhores laterais do mundo, sem reservas) e Guerreiro, criatividade em espaço amplo para Sancho, o Hazard mais novo e ainda o menino Reyna, Giovanni que é filho de Claudio, americano de 17 anos apenas, que já não se pode perder de vista. Dortmund é um espectáculo, no relvado como na bancada.

Nota individual: Jack Grealishparece um jogador antigo, saído daquelas imagens do futebol inglês enlameado dos anos 70 e 80. Meias em baixo, movimentos sinuosos, agarra a equipa do Aston Villa e carrega-a com ele para o ataque. Cai preferencialmente sobre a esquerda, a partir de onde ensaia dribles, acrescenta desequilíbrios sucessivos e procura espaço para finalizações de pé direito à entrada da área. Nado e criado, desde os 6 anos, no histórico clube de Birmingham, é, aos 24, capitão e ídolo definitivo dos adeptos do clube de que sempre foi adepto. Guia táctico e emocional do conjunto treinado por Dean Smith, vai com 9 golos em 28 jogos na Premier League e dele dependerá, em muito, a capacidade dos villans de evitarem o regresso imediato ao Championship, de onde emergiram há alguns meses apenas."

Eriksson - Um homem de futebol nunca pára!

"Um dos treinadores mais conceituados do mundo...
Sven-Goran Eriksson! 72 anos!
O sueco que chegou a Portugal no início da década de 80 do século passado!
Imediatamente, revolucionaria o futebol português, ao fazer o Benfica voltar a uma final europeia...14 anos depois!
Perdê-la-ia e partira para Roma e daí para Florença!
Voltaria ao Benfica para viver três épocas sublimes...pontuadas pela presença na final da Taça dos Campeões Europeus de 1990, perdida perante o Milan...o super Milan dos holandeses!
Voltaria a sair de Portugal, para correr mundo! 
Para ganhar mais títulos... em Itália, em Inglaterra!
Depois, outro desafio: abraçar os desafios das selecções... primeiro a Inglaterra, onde com uma fantástica equipa morreu sempre na praia... duas vezes graças a Portugal e às mãos de Ricardo no Europeu de 2004 e no Mundial de 2006.
Depois no México, na Costa do Marfim... tais aventuras levá-lo-iam a aventurar-se em outros continentes, a conhecer outros modos de viver o futebol como na China, na Malásia, nos Emirados Árabes Unidos! Entretanto, viveria outras aventuras como no Leicester, ou nos escalões inferiores ingleses no Notts County.
No pretérito ano apareceu ao comando da selecção das Filipinas na Taça da Ásia... um homem do futebol jamais recusará um desafio por mais inusitado que seja!
Por isso, Eriksson abraçará, agora, um novo desafio...será no Botafogo de João Pessoa, um clube do terceiro escalão brasileiro, e que irá reformular todo o seu futebol, graças aos conhecimentos do sueco. O treinador deverá ser o manager do clube, com os poderes de controlar todos os escalões de formação da agremiação brasileira.
Tal hipótese surgiu pelo próprio treinador, que apresentou uma proposta de investimento ao Botafogo PB, para desenvolver e crescer a equipa.
Um homem do futebol nunca deixa de sonhar..."

O panda do futebol

"Sim, ele existe e chama-se «Brinca n’Areia».
O «Brinca n’Areia» é o panda do futebol moderno: uma espécie em vias de extinção, de seres fofinhos que nos divertem nos relvados, e dos quais eu serei a sua Greta. Farei greve de fome à porta da FIFA se for preciso, mas no que depender de mim estes magos da revienga inconsequente nunca acabarão.
Infelizmente o futebol actual deixou de ter lugar para os «Brincas n’Areia», artistas que encantam multidões com o seu virtuosismo técnico e falta de objectividade.
Atletas que tanto nos sacam um emocionado «Olé!», como logo a seguir um enfurecido «Ó pá, passa a bola!». Mas essa é a sua génese e a sua beleza.
Porquê rematar quando se pode fintar novamente um jogador que já se fintou três vezes? Porquê marcar golos quando se pode dar baile? Porquê atacar quando se pode fintar meia equipa adversária e pôr as bancadas em delírio?
A realidade é que tudo isto já não se usa. Agora o que interessa é a construção desde a defesa, a construção em posse e a construção apoiada até à área. Ora isto já não é futebol, é o «Mega-Estruturas» do National Geographic.
O futebol mudou.
Antes os jogadores brincavam n’areia, agora comem a relva.
Antes faziam vírgulas, agora querem os três pontos. 
Antes faziam trivelas, agora fazem transições.
Antes metiam cuecas, agora metem gelo no jogo.
O que antes era magia, agora é cada vez mais um bocejo.
Não contem comigo para isto. Por mim este futebol sem alma não vingará, em honra dos «Brincas n’Areia» ainda existentes em Portugal, em Espanha ou no Brasil.
O que vamos dizer ao Rodinei Maravilha, médio do Santos Capivara que vem cheio de vontade de partir os rins aos adversários?
«Rodinei, quando o lateral fizer o overlap pela linha, preciso que bascules por dentro e faças a compensação ao pivot na zona central em bloco médio-baixo, pronto para sair em transição ofensiva com um passe de rutura para o eixo da defesa.»
Depois de o Rodinei se suicidar, quem é que vai explicar à sua família que ele faleceu devido a complicações táticas? Eu não tenho coragem para dar essa notícia a uma mãe. Preferia dizer que ele tinha sido colhido pela máquina de cortar a relva, sempre era mais digno.
Não, os «Brincas n’Areia» não podem desaparecer, a bem do desporto-rei. Porque o futebol sem fintinhas desnecessárias e sem números de circo não seria futebol, seria o campeonato da Islândia. 
Por isso lanço o apelo aos Cristianos Ronaldos, aos Messis, aos Ibrahimovics e aos Salahs: por favor, procriem com mulheres palhaças. Os brinca n'areia ficam assegurados."

O caso Marega e o comunicado do Conselho de Disciplina da FPF

"Nos últimos dias assistimos a dezenas de manifestações a enaltecer o comportamento de Marega contra o ódio e discriminação racial, a que me associo.

Considero que tal jogador, de forma exemplar e digníssima, com a sua atitude, gritou revoltado que não ia tolerar que o fizessem menos que humano. Todos somos devedores da sua coragem de dizer basta! Como afirmava há dias um grande amigo meu, isto não é futebol, é civilização!
Marega lançou o debate sobre um grave problema e obrigou-nos a encará-lo de frente. Sinalizou que os árbitros não cumpriram as instruções da FIFA e da UEFA para punir o racismo dentro de linhas. Promoveu a discussão sobre o que aconteceria se a equipa do FC Porto se solidarizasse e abandonasse o campo. Aguardamos a punição dos autores dos insultos e coros raciais, bem como se discute se poderá ou não existir sanção para o clube, pelo comportamento ilícito dos adeptos.
A propósito desta última questão, e no furacão da pressão mediática sobre o tema, fui surpreendido com um comunicado do Conselho de Disciplina da FPF. Por muito respeito e consideração que tenho pelo Prof. Dr. José Manuel Meirim, insigne jurista, e pelo órgão a que preside, considero que o comunicado é descabido.
Em primeiro lugar, entendo que qualquer órgão com funções jurisdicionais tem um dever de reserva, uma restrição na liberdade de expressão que tem como fundamentos a imparcialidade, equidistância, neutralidade e confiança social nas decisões que pode vir a proferir.
As considerações tecidas em tal comunicado podem ser entendidas como pré-juízos relativamente à matéria que poderá ter de vir a decidir.
Uma coisa seria, porventura, justificar a decisão no final do processo, o que a título excepcional poderia considerar-se admissível, outra bem diferente é publicitar que o CD poderá ter as mãos atadas ou lavar já as ditas como Pilatos antes mesmo de o processo lhe ser submetido e de estar na posse de todos os factos concretos.
Pela brevidade da crónica, ressalvando o respeito pela jurisprudência actual do CD em relação ao art. 113.º do Regulamento Disciplinar da Liga, que trata de comportamentos discriminatórios em função da raça, religião ou ideologia, não acho que exista falência das normas disciplinares e que seja difícil fazer prova de uma situação de promoção, consentimento ou tolerância por parte de um clube ou uma sociedade desportiva.
Tal resulta expressamente de acórdãos do anterior CD, presidido então pelo Juiz Conselheiro jubilado, Dr. Herculano Lima, em que foram punidos por este mesmo artigo 113.º o Leixões (em mais que um processo), o Nacional da Madeira e o Chaves.
Explicando a nossa opinião, somos defensores que perante manifestações impróprias dos adeptos, o clube tem de demonstrar que esgotou todos os meios que tinha ao seu alcance, por exemplo, que através da instalação sonora do estádio exortou os mesmos a cessar um comportamento que atenta contra a dignidade da pessoa humana em função da raça e origem étnica; que falou com o Oficial de ligação aos adeptos e forças de segurança, que solicitou que fossem identificados os adeptos prevaricadores, etc.
Ou seja, de uma vez por todas, há que dignificar o espectáculo futebol e os clubes tem de ter um comportamento pró-activo na prevenção da violência, racismo, xenofobia e intolerância no desporto. Constituem deveres gerais dos clubes (art. 19.º do Regulamento Disciplinar) observar uma conduta conforme aos princípios desportivos de verdade, lealdade, retidão, probidade em tudo o que diga respeito às relações de natureza desportiva e social.
Ora, a confirmar-se o que já foi noticiado de que o coro racista, insultos e comportamento discriminatório é visível nas gravações das câmaras de videovigilância, que os relatórios da polícia, do árbitro e do delegado ao jogo também confirmam tais comportamentos, que são negados pelo clube, parece-me que não se demonstra que o clube tenha cumprido de forma exaustiva e compreensiva todos os deveres que impendem sobre si.
Um qualquer clube que ignore comportamentos impróprios de adeptos e que não aja no sentido de preveni-los poderá estar a "tolerar" comportamentos discriminatórios que é uma das previsões do art. 113.º do Regulamento Disciplinar. Os adeptos são a força viva de qualquer desporto e, em particular, de qualquer clube, mas não podem sentir que se podem comportar à margem da lei e que ficam impunes e como a violência e os comportamentos racistas são a negação do desporto, cabe ao clube, lembrar-lhes isso mesmo durante o jogo se necessário for e aplicando sanções aos seus sócios que tenham comportamentos criminosos ou desviantes.
No limite, há que acabar com a lógica pecuniária de multar os clubes e aplicar uma sanção de perda de pontos nas classificações desportivas, porventura, a única sanção que prejudicará o verdadeiro amante e adepto desse clube."

Liderança...

Benfica 7 - 2 Juventude Viana

Vitória tranquila, e liderança isolada, num momento importante da época... Mais 3 pontos do que os Lagartos, e mais 4 do que os Corruptos! Na próxima jornada vamos a Valongo, onde tradicionalmente as dificuldades são superlativas, dentro e 'fora' das regras!!!

Adeus à Champions... novamente com sinais positivos!

Tours 3 - 1 Benfica
25-23, 22-25, 25-23, 25-17


Despedida Europeia, com mais uma boa exibição, num jogo onde acabámos por perder por detalhes... no 1.º Set foram duas 'chouriçadas' para os Franceses, na fase decisiva, que desequilibraram o marcador para o outro lado!!! E no 3.º Set ficámos a 'centímetros'!!!

Compreendo a titularidade do Pinheiro, num regresso a um Clube que ele representou, mas se calhar com o Violas...!!!

Sempre Benfica!

"É fácil ser adepto fervoroso quando tudo corre bem; o mais significativo desse fervor é num momento mais difícil e doloroso

1. O Benfica perdeu, no seu reduto, contra o SC Braga para o campeonato nacional. Já não acontecia há 65 anos, era eu uma criança.
Sobre o jogo falarei adiante. Um desaire do meu Benfica perdura-me a alma, sem cuidar da anestesia. Uma vitória do meu Benfica alimenta-me mais do que o mais calórico dos alimentos e anima-me mais do que uma mão cheia de antidepressivos. Na vitória,  meu amor ao clube é partilhado, mas na derrota o mesmo afecto toma a forma de solidão. E, como acontece com a pessoa amada, o seu verdadeiro teste concretiza-se nos momentos difíceis.
É em horas mais tristes que vejo o meu clube como um privilégio de coração e uma cumplicidade que afasta todas as outras circunstâncias. Seja na vitória, seja no desaire, o Benfica aconchega-me dentro de mim e eu dentro dele, num sentimento de pertença mútua, sem personagens, sem fronteiras, sem outras referências. Apenas a imanência de o Benfica estar dentro de mim e eu dentro do Benfica.
Basta pensar os olhos pelas redes sociais para perceber como estranhamente convergem as naturais hossanas de adeptos de clubes rivais com certas críticas a quente de pessoas que se dizem benfiquistas. Até posso perceber a decepção e a raiva nos momentos que se seguem a derrotas, como a de sábado, só não aceito que alinhem com o radical clube do anti-Benfica e contribuam para uma atmosfera de desalento e de derrotismo quiçá bastante exagerados.
No futebol, nada é definitivo. No futebol, e durante uma época, há momentos de intenso júbilo vitorioso e depressivo tempo de insucesso. No futebol, há momentos de sorte (e o Benfica já os teve) e momentos de azar (que também já os sofreu). No futebol, há tendências para o exagero quando se vence e se está na dianteira e para o bota-baixismo diante de um desaire. No futebol é fácil congregar na vitória, mas é mais decisivo unir perante a derrota. Os benfiquistas estão, pois, confrontados com este desafio: continuando na rota do título ainda que, agora, sem margem de erro, devem apoiar a equipa e não se deixarem contaminar por algum desalento, tantas vezes induzido por vias travessas.
No futebol a opinião é movediça, demasiado conjuntural, ao sabor do momento, cheia de hipérboles abonatórias ou de amplificações destrutivas. Há pouco mais de uma semana, toda a gente falava de um Benfica hegemónico, de um Porto em crise prolongada, de um desnível entre a capacidade do SLB e tudo o resto, de uma estratégia segura e duradoura, de uma competição não competitiva, de Bruno Lage sólido. Agora, tudo inverteu. Afinal, no campeonato há há abundante competitividade no nosso cantinho futebolístico, o Benfica deixou de ser o clube da vanguarda, o Porto é um prodígio de sabedoria e capacidade, Sérgio Conceição é, abrasivamente, o rei da união portista. Isto tudo dito pelos mesmos intérpretes sem pestanejar. E quem sabe se daqui a algum tempo não voltarão ao ponto de partida.
Em suma: é fácil ser adepto fervoroso de um clube quando tudo corre bem; no entanto, o mais significativo desse fervor é estar ao lado do clube num momento mais difícil e doloroso. Como, aliás, tem sido bem audível no apoio nos campos de futebol.

2. Sobre o jogo da Luz, começo por referir que foi um dos melhores jogos deste campeonato, sobretudo na primeira parte. O Braga foi feliz, mas lutou por sê-lo. É; inegavelmente, uma equipa magnífica que em menos de um mês, venceu os cinco jogos com os ainda chamados grandes, sendo que ganhou na Luz e no Dragão. Claro que teve alguma felicidade em momentos decisivos desses encontros, mas trata-se de um plantel (sim, também com um excelente banco) valioso que, financeiramente, custa muito menos do que o dos três clubes referidos. Além disso, descobriu Rúben Amorim, um jovem, sagaz e educado técnico, com consciência da transitoriedade inerente ao futebol, e que, de facto, revolucionou o espírito, a estratégia e a coesão do futebol do Braga.
O Benfica poderia ter resolvido o jogo a seu favor nos primeiros trinta minutos, onde se superiorizou ao adversário. Desta feira, faltou-lhe a eficácia letal que tem caracterizado a sua acção em jogos anteriores. Percebe-se que a equipa está algo cansada (ou melhor, alguns atletas) e - ao contrário do que parecia há tempos - existem posições sem uma alternativa adequada. É o caso da posição de lateral-esquerdo, onde Grimaldo precisaria de descansar em algumas partidas, de um outro defesa-central, sendo que Ferro está manifestamente em baixa de forma, e de alternativas fortes no meio-campo. Estes são os pontos que me parece terem sido menos bem tratados no mercado de Janeiro. Faltou contratar um defesa-central à altura das exigências e um lateral-esquerdo (digo isto, no pressuposto de haver razões para a não utilização de Nuno Tavares, que desapareceu do radar após o início da temporada, ainda que jogando na direita). Foi um azar - obviamente não previsível - emprestar Gedson, quando, dias depois, Gabriel se viu impossibilitado de jogar durante um longo período. Bom seria ter agora a opção de Zivkovic que, pelos vistos, se sente bem em receber um farto salário sem grande trabalho. Já Samaris talvez merecesse ser mais bem aproveitado, tendo em atenção a importância que teve na reconquista no ano passado, precisamente por causa de uma lesão prolongada do mesmo Gabriel. Por fim, repito o que já aqui escrevi:deixar sair Salvio, um jogador que, embora irregular, era capaz de resolver jogos complicados e contratar Caio Lucas, um brinca-na-areia que logo se viu que não passava disso, foi incompreensível.

3. Gabriel. Mais do que a sua falta (muito grande, mesmo) no plantel do Benfica, importa atender à pessoa, agora que está confrontado com uma situação clínica delicada. Nesta coluna, quero expressar os meus votos de total recuperação, sabendo, de antemão, dos cuidados clínicos, pessoais e familiares que o clube lhe está a prestar. Enquanto sócio e adepto do clube, e no plano desportivo, estou-lhe grato pelo seu impecável profissionalismo, pela sua competência e pela sua entrega e disponibilidade em campo. Gabriel tem sido um jogador azarado. Esta é a sua terceira incapacitação prolongada nas duas épocas que leva de águia ao peito. Quis o destino que a última acção desta temporada tenha sido o terceiro golo marcado ao Famalicão no último minuto, o qual verdadeiramente permitiu ao Sport Lisboa e Benfica estar na final da Taça de Portugal.

4. O Manchester City foi duramente castigado pela UEFA, não só em termos pecuniários, como o sobretudo pela sua exclusão das provas europeias (neste caso, leia-se da Champions) por batotas financeiras e contratuais que lhe permitiu fugir ao espartilho do fair play financeiro. Tenho pena desta situação, sobretudo pelo Bernardo Silva, brilhante jogador, e por Pep Guardiola, grande treinador. Mas, ao mesmo tempo, fiquei satisfeito pelo facto de esta decisão provar que não há clubes acima das regras. Quanto aos factos em que se baseou a sentença. nada que seja surpreendente neste mundo global do futebol, onde a ganância e a aldrabice andam de mãos dadas. Coincidência ou não (vide também o PSG e outros clubes), trata-se de um clube adquirido por um magnata de petrodólares e de outros rendimentos fáceis, o que talvez nos deva fazer pensar sobre este tipo de aquisições feitas mais em nome do endeusado dinheiro do que do futebol. O futuro o dirá...

5. Tratando-se embora de uma classificação não oficial, A Bola faz o escalonamento dos árbitros nos seus jogos da temporada. Como já estamos para lá do meio da época, este ranking tende a esbater a subjectividade de cada apreciação e dá uma boa ideia do desempenho arbitral. E o que constatamos ao ver a classificação? Os piores árbitros (de uma lista de 16) são os gurus oficiais e sempre designados para os jogos mais decisivos, Jorge Sousa e Artur Soares Dias, a uma grande distância do melhor (João Pinheiro). Por coincidência, estes dois árbitros treinam no centro de estágios da Maia, alvo de pressões e sevícias a que, porém, ninguém com responsabilidades liga. Para bom entendedor..
Nesta lista dos primeiros 16 árbitros, é também sintomático não aparecerem dois juizes que, na minha opinião, são a expressão da pior arbitragem que temos de suportar através de um incompetente Conselho de Arbitragem: o inefável Fábio Veríssimo e o envieado Tiago Martins agora remetido mais no esconderijo do VAR, onde continua inspirado.

P.S. Abominável, a todos os títulos, o que aconteceu com o jogador Marega, numa vergonha perpetrada por indivíduos que jamais deveriam estar num estádio de futebol. Aplaudo a reacção imediata das entidades que supervisionam o futebol, esperando que, desta feita, saibam tomar as medidas punitivas e, sobretudo, preventivas que se impõem. Mas não bastam comunicados. E, nesse momento, recordo também os insultos racistas a Nélson Semedo, também em Guimarães, em 2017, sem qualquer reacção mediática e sem a decida punição."

Bagão Félix, in A Bola

Reinvenção da águia, sim

"Lage tem a consciência plena de que o seu estado de graça acabou por ter permitido a recuperação portista em seis pontos e pela discrição exibicional da sua gente

Bruno Lage, na primeira declaração sobre a derrota sofrida com o SC Braga, afirmou não ter memória de a sua equipa ter feito um jogo «tão sólido e constante». Enfim, foi a forma que encontrou para tentar justificar um resultado com o qual não contaria, apesar de os desempenhos recentes terem indiciado mau tempo no percurso da águia. Acrescentou o treinador benfiquista que vai enfrentar o problema de frente e com essa mentalidade «chegar ao final do campeonato» na posição que hoje ocupa e, naturalmente, voltar a ser campeão.
Palavras circunstanciais, admite-se, mas ditas com a firmeza de quem acredita no seu trabalho, não só pelo exemplo que deu quando foi chamado para substituir Rui Vitória e conduziu ao título um plantel descrente, mas também por saber que ser campeão com um ponto de vantagem ou com dez vale exactamente o mesmo.
Lage tem a consciência plena de que o seu estado de graça acabou, ou, no mínimo, sofreu uma ligeira interrupção, não apenas por, em duas jornadas, ter permitido a recuperação portista em seis pontos, mas, principalmente, pela discrição exibicional da sua gente, uma constante ao longo da presente época apenas disfarçada pelas vitórias e pelos golos marcados.

Em Janeiro de 2019, Bruno Lage pensou e decidiu, 'vou lançar o miúdo'. Inventou. Mudou o sistema, a dinâmica, a atitude, mudou quase tudo e o efeito surpresa foi demolidor. Entretanto, os adversários foram adquirindo defesas e hoje verifica-se que boa parte deles conseguiu descodificar os segredos do futebol encarnado.
Como não vejo este Benfica mais forte do que o anterior, pelo contrário, creio que o grande desafio que se coloca a Lage é o de reinventar qualquer coisa, não me ocorre outra expressão, para surpreender outra vez. Há um ano, mudou para o 4x4x2 e foi determinante, não pelo desenho táctico em si, mas por ter entendido que em função das características dos seus actores principais este seria o cenário mais favorável. Em cheio! João Félix e Jonas, quando as costas lho permitiram, em meia época, valeram 26 golos e através deles foi possível gerar imensas soluções para outros se destacarem e enriquecerem a capacidade concretizadora do colectivo.
Hoje, ou insiste numa fotocópia do que correu maravilhosamente na época transacta, embora com outro intérpretes, ou investe em novo formato para equilibrar a equipa e protegê-la de correntes de ar na sua organização defensiva e que lhe têm provocado severos arrepios, em concreto a partir do jogo com o Aves, na Luz, no dealbar do corrente ano.

O que custou à família benfiquista, mais do que ficar com a liderança segura por um ponto, foi a dupla derrota com o FC Porto, apesar de na época anterior ter alcançado uma dupla vitória, mas a memória dos adeptos é fraca.
Perder dois jogos com o FC Porto no mesmo campeonato pode ferir o orgulho da nação benfiquista, mas não é suficiente para abalar o projecto de Luís Filipe Vieira, como testemunha o exemplo de 2016, no consulado de Rui Vitória, em que derrotas no Dragão e na Luz não impediram que o Benfica festejasse o título.
Dos 28 campeonatos do FC Porto, 18 foram conquistados a partir de 1990, coincidente com a presença do Benfica na última final da Taça dos Campeões Europeus, em Viena. Depois, a história encarregou-se de contar o resto. À imparável ascensão portista correspondeu brutal colapso encarnado, consequência de erros trágicos que deixaram o clube de mão estendida, sem dinheiro, sem rumo, sem futuro.
Já neste século, porém, a tendência começou a alterar-se, com o FC Porto a continuar mais forte na primeira década, mas a fraquejar na segunda perante a resposta forme do Benfica, com cinco campeonatos nos últimos seis anos. A terceira está a começar e vai decidir para que lado penderá o fiel da balança.

Moussa Marega
Ouviu, encheu e explodiu, trazendo para a discussão pública um problema que se pensava ser dos outros e que ele provou ser também nosso: o que levou a classe política a atropelar-se em manifestações de solidariedade e de repúdio, como é costume. Podia ter acontecido noutro estádio, mas se calhar não foi por acaso que aconteceu no do Vitória de Guimarães. Percebo a posição do treinador do clube minhoto, entendo mal a do seu presidente e sinto-me não sei como depois do que ouvi ao secretário de Estado do Desporto, na TSF: passou a bola aos clubes, argumentou que a questão é complexa, desculpou-se com a falta de cultura da pessoas e defendeu que o problema é de todos, apelando à intervenção de espectadores mais sensatos no sentido de fazerem pedagogia junto dos mais exaltados.
O primeiro-ministro teve a virtude de ir direito ao assunto.

Nota final: A quem faz o favor de me ler retribuo com um convite para as noites televisivas de segunda-feira, excessivamente acaloradas e ácidas em todos os canais. Se preferirem um programa em que se fala de futebol com graça, sugiro o Amigos da Bola, em A Bola TV, às onze da noite. Com o benfiquista Luís Filipe Borges, o portista Vasco Correia e o sportinguista Bruno Ferreira, se não em engano. Experimentei e fiquei. A entrevista a Paulo Bento, que já consegue dizer umas frases em coreano aos seus jogadores, foi de rir até a barriga doer... Experimentem também."

Fernando Guerra, in A Bola

Um pontinho... que é só meio

"Quem de sete tira seis, só pode contar com um. Um pontinho apenas, é o que o Benfica conta para a defesa da sua liderança. Aliás, se fizermos bem as contas, é meio ponto de vantagem, porque o FC Porto chegar à igualdade pontual com o Benfica ficará, desde logo, no topo da classificação.
Diz Lage que, diga-se o que se disser, mesmo que seja por um ponto, é o Benfica que vai na frente. É matematicamente certo, mas há que considerar a matemática e as suas circunstâncias. A primeira é a tendência. Há uma tendência de queda do Benfica e uma tendência de ascensão do FC Porto. Mudar esta realidade é mudar a situação traumática do Benfica para um estado de boa saúde física e mental, coisa que não se percebe bem como Lage irá conseguir; e mudar o sentimento de confiança e até a estrelinha da sorte, que tanto se nota num FC Porto que sente a presente que a liderança é uma questão de tempo e paciência. Há ainda uma segunda circunstância e, essa, é de natureza histórica, a começar pela história muito recente em que o Benfica estava precisamente a sete pontos do FC Porto e foi por ali fora, até dar a volta a conquistar o título, situação que pode agora repetir-se, mas de forma inversa.
Pelo meio da discussão do título mete-se a quase já esquecida questão europeia. Será muito curioso ver como o Benfica irá abordar o seu compromisso europeu. Regresso a uma desvalorização competitiva para lhe permitir apostar as fichas todas na defesa do título de campeão? Aproveitar haver menos pressão para reconquistar níveis de confiança que andam totalmente perdidos? Não deixa de ser curioso ver o que acontecerá."

Vítor Serpa, in A Bola

'Egoponto'

"1. Luís Filipe Vieira após a vitória do Benfica em Alvalade: «Deixem lá os sete pontos, façam de conta que é apenas um». Os jogadores não precisavam de levar estas palavras tão à letra.
2. Coates devia pensar seriamente em pedir ao tribunal uma ordem de restrição contra Taremi, do Rio Ave.
3. Se tivesse mais uma substituição frente ao SC Braga, de certeza que Bruno Lage teria metido a newsletter para acabar com quatro pontos de lança.
4. Apesar dos últimos resultados, não acho que o Benfica precise de um treinador estrangeiro ou de um central estrangeiro para o lugar de Ferro.
5. Se o futebol escolhesse um embaixador para a futilidade, seria Neymar: depois de duas descolorações para conseguir o tom rosa, teve de rapar o cabelo e fazer tratamento ao couro cabeludo.
6. Com este plantel não é fácil Silas ser GodSilas, mas em 24 jogos não era preciso ter utilizado 24 tácticas.
7. Um jogo não pode ser um egoponto onde as pessoas reciclam frustrações, como se os insultos a árbitros fossem plástico, o racismo fosse papel e a violência contra adeptos, rivais fosse metal. Alguém meta mão nisto.
8. Num dos últimos casos de racismo na Liga (com Renato Sanches), o Rio Ave pagou a fortuna de 536 euros. Que a mão pesada continue após todos terem cumprido a sua missão no caso Marega: falar à Lusa ou fazer um comunicado.
9. O presidente do V. Guimarães ainda agora chegou e já parece estar a mais no futebol. A única provocação de Marega, pelos vistos, é ser preto. Por acaso o nome Pinto Lisboa é uma provocação à cidade do Porto ou a Pinto da Costa?
10. A frase mais imbecil que encontrei nas redes sociais: «Se eu ganhasse o que Marega ganha podiam chamar-me o que quiserem». É um problema da sociedade antes de ser do futebol.
11. Luís Filipe Vieira sobre o facto de o Benfica já só ter um ponto de avanço sobre o FC Porto: «O trajecto culminará por duas vezes no Marquês». Se os jogadores fizerem de conta, é possível."

Gonçalo Guimarães, in A Bola

Portugal e o Futuro

"Estamos a assistir a uma progressiva radicalização da sociedade portuguesa, onde os extremos ganham força, cada um alimentando o outro. Ao mesmo tempo, no espaço público, está aberta via verde para a cultura do ódio, onde não há adversários, apenas inimigos. Este caminho, se não for, entretanto, arrepiado, fará de nós um País pior.
O futebol, congregador de massas e portento de força mediática, não tem contribuído para a pacificação da sociedade, e os pirómanos ao serviço dos clubes têm encontrado respaldo em decisões frouxas dos tribunais, que desvalorizam a ofensa que aconteça nesse ambiente específico.
O caso Marega abre-nos portas para uma discussão profunda e devemos estar gratos pela pedrada no charco de Guimarães. O racismo deve ser combatido sem tréguas nem quartel; mas, e toda a restante violência associada ao futebol, que tem sido atacada com punhos de renda por juizes diletantes, governantes temerosos e dirigentes de vistas curtas?
O que aconteceu a Marega é intolerável. Mas igualmente intoleráveis são os cânticos que há décadas somos obrigados, sem que ninguém se rebele, a ouvir nos nossos estádios, seja «SLB, SLB; SLB, filhos da p...», seja «Em cada tripeiro há um p...», ou «Em cada leão há um c...».
Aos juízes, pergunto por que razão há de uma ofensa num estádio ser menos ofensa do que num tribunal? Aos governantes, pergunto se já não é tempo de se mostrarem de espinha direita e legislarem sem medo dos lóbis do futebol? E aos dirigentes, a pergunta que deixo é simples; querem matar a galinha dos ovos de ouro e, pactuando com a violência, liquidar uma indústria que tem tudo para ser próspera?"

José Manuel Delgado, in A Bola

Vamos todos rir

"A lista seria interminável, mas não temos tempo, nem caracteres para isso.
Para além de centenas de outros casos, quando alguém que acede a material roubado (de que forma, ainda por apurar), manipula, divulga e trunca correspondência privada de um competidor directo, alicerçado numa campanha suja, tóxica e manipuladora, vem dizer uma coisa destas, que mais há a dizer?
Isto não é falta de noção, é gozo e consciência do vale tudo em que vivem. Até quando?"