segunda-feira, 23 de novembro de 2020

O 11 ideal do SL Benfica com uma defesa a três


"A atravessar um momento conturbado em termos exibicionais, o SL Benfica conta já com nove golos sofridos em sete jornadas da Primeira Liga, sendo que perdeu as duas últimas partidas.
A fragilidade defensiva dos encarnados, já visível na época passada, agravou-se com a “troca” de Rúben Dias por Otamendi. Perdeu-se um dos melhores centrais jovens a atuar na Europa, tendo vindo para o seu lugar um jogador – perdoem-me a expressão – acabado, sem condições para ser titular numa equipa com a dimensão do Benfica.
Portanto, esta semana decidimos fazer um 11 inicial do Benfica com três defesas centrais, de modo a melhorar, hipoteticamente, a estabilidade defensiva das “águias”.
O sistema escolhido é um 3-1-4-2, com um número seis mais fixo à frente da defesa e com dois médios centro – mais de ligação – à sua frente, formando um triângulo invertido no meio campo. 

Guarda redes
Odysseas Vlachodimos O grego tem sido dos menos culpados pelos golos sofridos – com exceção do terceiro golo do SC Braga -, pelo que continuará a ser a aposta na baliza encarnada.
Vlachodimos tem melhorado o seu jogo fora dos postes, quer em saídas a cruzamentos, como a controlar a profundidade nas costas dos defesas. Contudo, se quiser aumentar o seu nível de jogo, terá de melhorar rapidamente o seu jogo de pés, pois continua a falhar muitos passes.

Central direito
Ferro Um central que prometeu muito – e que muito desiludiu -, mas que acredito que ainda nos voltará a dar muitas alegrias. Na minha opinião, Ferro encaixaria bem neste sistema pelo facto de ser rápido, de ter uma boa leitura de jogo e, acima de tudo, de ter uma excelente capacidade para sair a jogar na primeira fase de construção.
Num sistema com três defesas, as suas fragilidades no 1v1 defensivo também seriam camufladas pelo facto de estar salvaguardado pelo central do meio.

Líbero 
Jan VertonghenUm senhor central. A tranquilidade que passa aos colegas e aos adeptos quando está dentro de campo são notáveis. Vertonghen, apesar de já não ter a velocidade de outros tempos, continua a ser um defesa de top mundial. Mantém sempre a compostura, tem um excelente timing na abordagem aos adversários e, também, um jogo aéreo fortíssimo.
A juntar a tudo isso, tem também uma leitura de jogo e uma capacidade de antecipação acima da média, pelo que daria um excelente líbero.

Central esquerdo
Morato Morato também encaixaria neste sistema devido à sua frieza e à sua capacidade atlética e técnico-tática. O jovem brasileiro tem vindo a notabilizar-se pela sua amplitude de recursos no que ao passe diz respeito, pois tanto tem capacidade em jogar curto como em alongar com critério e qualidade, tornando-se numa incógnita para os adversários.
Com 1,90 metros, ágil, rápido, agressivo e com uma leitura de jogo acima da média, que lhe permite antecipar-se aos adversários na disputa pela bola, Morato seria uma excelente adição ao trio defensivo das “águias”.

Médio defensivo
Gabriel Com o camisola 8, defensivamente, o Benfica tem uma capacidade de recuperação de bola mais eficaz, consistente, aliada a uma intensidade de pressão inigualável no plantel. Ofensivamente, consegue com facilidade ser uma solução de passe na frente dos centrais, onde as suas rotações de costas para o adversário são capazes de eliminar linhas de bloqueio adversárias.
Gabriel permite também um maior envolvimento coletivo em fase atacante, quer através de repentinas mudanças de flanco, capazes de desbloquear qualquer organização defensiva, quer pela procura dos laterais em fase mais avançada do terreno, potenciando toda uma dinâmica que, sem Gabriel, poucas vezes se evidencia.

Médio Ala Direito
Diogo Gonçalves Um jogador veloz e vertiginoso no momento ofensivo – capaz de fazer combinações curtas com os colegas, assim como ir à linha e cruzar -, mas que também apresenta um grande compromisso no momento defensivo, Diogo Gonçalves é o jogador ideal para fazer todo o corredor direito da equipa encarnada.

Médio ala esquerdo
Grimaldo Com um bom envolvimento no momento ofensivo, Grimaldo é, muitas das vezes, mais ala do que lateral, pelo que a posição não lhe é, de todo, estranha. Além disso, o facto de ter um grande nível de resistência permite-lhe dar, ao longo dos 90 minutos, a profundidade que a equipa precisa. 

Médio centro direito
Pizzi Com uma boa perceção de ocupação de espaços com e sem bola, assim como uma boa chegada a zonas de finalização, Pizzi tem sido um dos jogadores mais influentes do Benfica nos últimos anos, somando dezenas de golos e assistências por época. A sua incorporação num meio campo a três beneficiaria o seu jogo, visto que as suas debilidades defensivas estariam mais resguardadas.

Médio centro esquerdo
Taarabt Um jogador muito vertical, com uma capacidade de pressão incrível, tecnicamente muito acima da média e com uma visão de jogo excecional, Taarabt, à falta de um número oito puro, é a melhor opção para desempenhar essas funções. O que escrevi sobre Pizzi também se aplica ao marroquino: incorporado num meio campo a três, onde as suas debilidades defensivas estão mais escondidas, o médio poderá libertar-se (ainda) mais.

Segundo avançado
Waldschmidt Com uma capacidade de jogar entre linhas acima da média, o alemão é um dos jogadores indispensáveis de Jorge Jesus. Além disso, Waldschmidt acrescenta à sua grande capacidade de finalização uma qualidade de passe de top, tal como já demonstrou quer frente ao Belenenses, como frente ao Rangers, ao isolar, em ambos os encontros, Darwin.

Ponta de lança
Darwin Um ponta de lança completo. Rápido, ágil, boa capacidade de segurar jogo e tabelar com colegas, assim como apresenta um bom ataque à profundidade, o uruguaio foi uma grande contratação por parte das “águias”. Apesar de vir com um preço inflacionado, penso que o retorno quer desportivo, como financeiro, irá valer o investimento feito."

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