"Os recursos financeiros dos clubes, das associações e das federações desportivos(as) são constituídos, essencialmente, por:
· Quotizações: trata-se da adesão dos membros relativamente ao funcionamento das estruturas. São muitas vezes necessárias para poder beneficiar dos serviços propostos.
· Receitas: podem vender produtos, serviços ou propor atividades. Essas receitas são muitas vezes de origem privada, mas podem ser também dos serviços públicos.
· Financiamento público: o Estado (e outras instituições estatais) apoia, concedendo subvenções públicas. São atribuídas para financiar ações e projetos.
· Mecenato e dons: as empresas, como os particulares, apoiam. Os incentivos fiscais contribuem para desenvolver o modo de financiamento.
Em Portugal, não existe um estudo técnico-científico sobre o modelo económico dos clubes, das associações e das federações desportivas. O mesmo se passa para se saber o número de trabalhadores que empregam oficialmente. Estes estudos eram necessários para se ter uma ideia da evolução do modelo económico no desporto no seu conjunto, colocando em evidência as grandes tendências existentes. Numa crónica de jornal (Negócios, 13.10.2020), o Presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Manuel Constantino (JMC), sublinha que “o financiamento público ao desporto é garantido em cerca de 70% pelos municípios. Em Portugal (dados de 2018) é ligeiramente superior (73%). Se nos municípios o apoio cresce, existe “um desinvestimento das políticas governamentais”, explica JMC.
O setor desportivo oferece uma resposta única a uma necessidade social. A necessidade é claramente identificada: praticar desporto, e as atividades dos clubes e das associações respondem a esta necessidade. No entanto, a diversificação crescente das atividades destas estruturas organizacionais pode colocar em causa esta questão. O modelo de financiamento através dos fundos públicos e privados leva a uma certa autonomia, à capacidade de projeção e uma liberdade de ação, mas tende também para o sentido da esfera mercantil, o que leva a algumas fraquezas: risco de enfraquecimento do compromisso voluntário, risco de fiscalização, afastamento das pessoas, etc. Um inquérito eletrónico deveria ser colocado em prática para todos os clubes, associações e federações desportivos(as), procurando as suas respostas relativamente ao seu modelo económico, na esperança de que as respostas pudessem ser válidas para efeitos de tratamento estatístico. Claro que uma amostra nacional representativa poderia facilitar o trabalho. Nesta altura de pandemia pela Covid-19, um estudo desta natureza era bem-vindo."
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