"O governo continua a não permitir a presença de espectadores nos estádios e eu apoio. Na verdade, não concordo, mas como Benfiquista, ando há uns meses a ser aqui evangelizado na politica de não se questionar as decisões de quem é eleito democraticamente e finalmente, terei aprendido. Acresce que o SL Benfica tem mantido um silêncio olímpico acerca deste tema, deixando o FC Porto a liderar a luta pelo nosso regresso ás bancadas, portanto por muito que seja um orgulhoso nativo da Velha Lusitânia, não quero juntar ao epíteto de "benfiquisto" o de "portoguês".
António Costa pegou na sua experiência para dizer que assistir a um filme no cinema é diferente de ir a um jogo de futebol ao vivo. As palavras do Primeiro Ministro reflectem certamente a sua certeza de haver um maior controle dos comportamentos dos espectadores nos cine teatros nacionais do que nos anfiteatros desportivos, sabendo que se alguém se levantar da cadeira para filmar o espectáculo cinéfilo como ele próprio fez na Bancada de Honra da final da Champions, será automaticamente convidado a sair. Talvez se os clubes retirassem a mesa de iguarias da Tribuna Presidencial e a substituíssem por uma máquina de pipocas, a primeira jornada da Liga já contasse com lotações esgotadas.
Se a disparidade emocional subjacente à Sétima Arte quando comparada com o pontapé no cautchú pode explicar a primazia dada à primeira, em relação às touradas a coisa é mais difícil de explicar. É certo que ninguém grita "bandarilhaaaaaa" quando um varão ferrujento entra pelo dorso do touro adentro nem canta "e quem não salta é cornudo, olé, olé", mesmo que a paixão pela violação dos direitos taurinos possa ter alguma análise psicanalítica à volta disto, mas ninguém pode negar que uma chicuelina bem sacada aquece fortemente o ambiente à volta do areal ensanguentado pela acção de um cavaleiro, deixando-o a poucos graus centígrados das temperaturas emanadas por um golo Glorioso, num relvado ensanguentado pela acção do Pepe.
Sejamos claros: a questão aqui não está na necessidade de protecção da saúde pública, mas na (falta de) coerência das decisões. Seria de julgar que 20 épocas de Xistra nos tivessem imunizado contra a Dualidade de Critérios, mas ainda estamos muito sensíveis a isso. Valha-nos ao menos que todos estes longos anos nos deram bagagem gramatical para responder às injustiças, da forma mais pejorativa possível."
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