"Jorge Jesus é o novo treinador do Benfica. É um tema pouco consensual no Benfica porque todos os adeptos já conhecem os pontos fortes e os pontos fracos de Jorge Jesus, havendo ainda a controvérsia toda após ter saído do clube que só contribui ainda mais para a divisão de opiniões. É o nosso novo treinador quer se goste ou não. Pondo de parte toda a história por de trás da sua saída, onde quer ele, quer a nossa Direcção não ficaram muito bem na fotografia, acho que é importante que os adeptos se lembrem do quão bem a equipa jogava, dos títulos, da progressão dos jogadores e das finais europeias. Mas também é importante relembrar porque é que Jorge Jesus saiu e como evitar que esses problemas regressem.
No verão de 2015 o Benfica começava a ver os resultados da aposta no Seixal. A primeira grande geração do Seixal (1994 - Bernardo Silva, João Cancelo, Hélder Costa, Fábio Cardoso) estava a terminar o seu segundo ano de sénior. Bernardo Silva já era titularíssimo num Monaco muito competitivo. João Cancelo começava a aparecer no Valência. Luís Filipe Vieira sabia que essa geração, 1994, era só a primeira de muitas. Nesse ano, nos juniores já havia Gonçalo Guedes, Renato Sanches, Rúben Dias, Ferro, João Carvalho, Pêpê e Diogo Gonçalves. Nos juvenis Jota, Florentino, Gedson e Zé Gomes começavam a aparecer. Parecia então haver a certeza que Jorge Jesus não seria capaz de aproveitar todo este talento e avançou-se para o treinador que na altura parecia estar a aproveitar melhor as sobras da formação do Benfica (Cafu e Bruno Gaspar era muito utilizados em Guimarães) e com resultados - a vitória na Taça de Portugal, por exemplo.
Desde então é verdade que Jorge Jesus conseguiu transformar alguns jogadores da formação em jogadores de qualidade internacional. Mesmo no Benfica isso aconteceu com o André Gomes. No Sporting o maior exemplo foi Gelson Martins e de maneira não tão significativa o Daniel Podence (que na verdade só "explode" no Olympiakos). No Flamengo lançou Reinier que rapidamente foi transferido para o Real Madrid. A grande dúvida agora é o que é será capaz de retirar do Benfica. Porque esta que geração que vem aí é das gerações mais dominantes que houve no Benfica. Ontem já ficou evidente pelo jogo do Gonçalo Ramos. Mas Gonçalo Ramos é só o primeiro. Há ainda Tiago Dantas, Rafael Brito, Morato, Ronaldo Camará, Paulo Bernardo e Úmaro Embaló, só para citar alguns.
A solução para este problema é muito simples. Se para cada posição houver três jogadores, nunca haverá espaço para os jovens aparecerem. Vai se sentar um internacional A suíço que recebe um milhão de euros por ano para jogar o Gonçalo Ramos? Claro que não. Nem este ano isso aconteceu, quanto mais com Jorge Jesus. Se o plantel tiver 23-24 elementos, vai haver espaço para os jovens da formação lutarem por um lugar. Se o plantel tiver 28-30 jogadores, que é o tamanho normal dos plantéis de Jesus, a história do Bernardo Silva e do João Cancelo arrisca-se a repetir."
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