sexta-feira, 31 de julho de 2020

A Mão de Vata (emblema)

"O meu pai, com o seu ensino primário mal amanhado sempre foi e é um apaixonado por história. Na mesa de jantar incutiu-me o bichinho do passado enquanto herança que devemos estudar, transportar e entregar com carinho aos nossos filhos. Mesmo não sendo ele aficcionado por futebol, foi o primeiro a falar-me das epopeias europeias do Benfica e claro, de Sua Alteza Real Eusébio da Silva Ferreira, que com o exagero próprio da emoção, colocava a atirar guarda redes para dentro da baliza, quando não as mandava abaixo com os seus potentes remates. Não me fiz Benfiquista por influência do meu pai, (apesar de, para um filho de Francisco com 5 ou 6 aos, ser importante apoiar um clube onde jogava um Chiquinho), mas cimentei esta Gloriosa Paixão betonado pelas estórias por ele contadas.
A questão do emblema monocromático nos novos equipamentos cola-se aos insultos às Lendas do Benfica que por aqui li. Se hoje a minha geração é Benfiquista, deve-o aos que no passado trabalharam arduamente para nos entregarem Isto nas mãos. Aceitar um emblema monocromático não tem a ver com estética ou estatutos. É dizer sim a tudo o que nos metem na frente. É pedir um bife à portuguesa e não reclamar quando o empregado nos entrega um bife de perú.
Perdoem-me os rivais, mas o emblema do Sport Lisboa e Benfica é dos mais lindos do Mundo. Tem lá a águia que nos guia a altos vôos, pousada nas cores da bandeira do mais antigo país da Europa. Tem o escudo com as nossas cores: vermelho e branco (permitam-me que sublinhe o branco), enfaixado pelas inicias do magnânimo Sport Lisboa e Benfica. A bola da modalidade que conduziu a fundação d'O Clube e a eterna e sempre presente roda de bicicleta, testemunha do meio usado para, em tempos sem televisão, levar o Manto Sagrado a calcorrear o país, transformando uma associação lisboeta numa instituição portuguesa.
Há 10 anos o SL Benfica apresentou-se durante uma temporada com um rectângulo azul de patrocínio na frente da camisola. À data, os protestos foram muitos e na temporada seguinte, LFV negociou com o mecenas de então e a aberração desapareceu. Protestar não é estar contra a direcção. É ajudá-la a melhorar. Os sócios e adeptos têm que pedir a alteração do emblema no novo equipamento. Porque um verdadeiro adepto de futebol chinês, não vai ser Benfiquista porque o emblema tem poucas cores. Vai ser porque o que nós lhe vamos entregar é um legado histórico de fazer tremelgar os olhos."

1 comentário:

  1. Tem a certeza que foi só numa época que a camisola do Benfica tinha à frente uma tarja azul com uma marca publicitária? Quando escrevemos coisas destas se não sabemos temos o dever de nos informar, ou então ficamos sujeitos a que nos interpretem mal.

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