"Com um estilo semelhante a uma antiga glória, Rui Jordão conquistou de imediato os adeptos
Rui Jordão ingressou no Benfica em 1970, proveniente do Sporting de Benguela. Veloz, tecnicista, elegante e com pontaria afinada, rapidamente se tornou numa das figuras da equipa de juniores.
Na temporada seguinte, estando a equipa de honra desfalcada, com vários elementos lesionados, Jimmy Hagan recorreu a alguns jogadores da categoria de reservas para a primeira partida oficial. Eram elementos de enorme potencial, 'jovens sobre os quais começam a deter-se os olhares e as esperanças dos adeptos do seu clube. Desses, Jordão constitui, sem dúvida a «grande novidade» benfiquista para esta época'. A possibilidade da sua estreia de 'águia ao peito' pela equipa principal causou enorme expectativa por parte dos adeptos e da imprensa, sendo mesmo apontado como o chamariz para a meia-final da Taça de Honra, frente ao Sporting: 'O seu nome já começa a ser cartaz'. O avançado correspondeu com uma excelência exibição.
A forma como se movimenta em campo, lia o jogo e tratava a bola fez com que muitos benfiquistas o comparassem a uma antiga glória dos 'encarnados' que, tal como Jordão, tinha vindo de Angola. 'Nalguns pormenores, a sua subtileza fez-nos lembrar Guilherme Espírito Santo'. O jogador coroou a prestação com um fantástico golo após uma excelente execução técnica, com uma simulação tirou um adversário do caminho e abriu o marcador. Os 'encarnados' venceram por 2-1 e apuraram-se para a final.
No jogo decisivo, o Benfica defrontou o Belenenses. Jordão manteve-se no 'onze', sendo peça fundamental para o triunfo por 4-1, com um tento e jogadas fantásticas. O avançado deixou a imprensa rendida, que já o considerava 'a nova estrela que surge'. Para além da maturidade que evidenciava, atípica para um jogador da sua idade, tinha 'muito futebol na cabeça e sempre um trunfo para jogar no momento decisivo'. O Benfica ganhava a Taça de Honra e um elemento de enorme valia. Seria uma época de sonho para Jordão, peça importante na equipa 'encarnada', que venceu o Campeonato Nacional e a Taça de Portugal em 1971/72, merecendo a chamada à Selecção Nacional. Tal como havia feito de 'águia ao peito', assinalou a estreia na equipa das quinas com um golo, na vitória por 4-0 frente ao Chipre.
Saiba mais sobre este magnífico jogador na área 20 - Águias-Mores do Museu Benfica - Cosme Damião."
António Pinto, in O Benfica
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!