"Existem várias razões pelas quais se devem fazer todos os esforços para que o campeonato de futebol seja retomado, mesmo que para isso se tenha de jogar em regime de excepcionalidade, ou como agora se diz, em regime de nova normalidade.
A menos importante dessas razões não será, certamente, a financeira. Abrange todo um mundo transversal, que começa nos clubes, passa pelos jogadores, treinadores, todos os profissionais do sector, e termina nos operadores televisivos e no tal canal.
Ora, quando os principais operadores decidiram, com a frieza própria da racionalidade da gestão, interromper os pagamentos aos clubes pelos direitos consagrados em contratos que não previam esta calamidade pública provocada pela pandemia, logo se admitiu, em nome da sobrevivência desses clubes, que mais tarde ou mais cedo, com maior ou menor risco, o campeonato se haveria de reiniciar.
E assim deverá acontecer, dentro das normas estabelecidas pela autoridade sanitária, criando-se uma solução convincente para um problema de extrema gravidade.
Por isso, quando Pedro Proença tentou, sem sucesso, um discreto alerta às autoridades políticas do país, lembrando-lhes as óbvias virtudes, para a saúde pública, da transmissão das jornadas em falta, em sinal aberto, as operadoras e o eterno canal da família, contratado para o exclusivo, gritaram traição a uma só voz. Não cuidarem, sequer, de procurar saber em que condições se poderia concretizar a ideia, mas é verdade que, nas actuais circunstâncias, a exclusividade de um canal pago acrescenta um factor de risco que pode e deve ser ponderado."
Vítor Serpa, in A Bola
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