"Benfica entrou forte e esteve em vantagem, mas a estratégia do Shakhtar teve efeito
Contexto da eliminatória
1. Entrada muito forte do Benfica a corresponder à desvantagem na eliminatória e ao contexto da mesma, em que se esperava um jogo difícil contra uma boa equipa. Muita dinâmica e mobilidade no momento ofensivo, mas sobretudo um Benfica muito bem posicionado e imenso no momento da transição defensiva com uma reacção à perda e muito forte e não deixar o Shakhtar respirar e a conseguir chegar à vantagem após criar várias oportunidades para marcar.
Contra-ataque do Shakhtar
2. O Benfica conseguiu implementar a sua ideia de jogo, com uma identidade forte, a projectar os laterais que davam a largura à equipa e com muita gente por dentro que dificultava a equipa do Shakhtar no momento defensivo e obrigava o adversário a organizar-se atrás... mas o Shakhtar, aos poucos, dava sinais de querer libertar-se no jogo e começou a sair em contra-ataques de grande qualidade.A forma rápida como ligavam o jogo e em velocidade deixavam a equipa do Benfica em sentido, a lição bem estudada e a estratégia de Luís Castro deu frutos num desses momentos, a chegar ao empate e, consequentemente, a eliminatória novamente a pender para os ucranianos.
Esquema táctico
3. Através de um canto de Pizzi, com Rúben Dias na área a ser imponente a saltar mais alto que toda a gente, repôs alguma justiça na eliminatória, tudo empatado mas com sinal muito positivo para o Benfica, que continuava seguro, positivo no jogo, com boa intensidade e alma enorme. Mérito dos seus jogadores que após o revés reagiram.
Incerteza na eliminatória
4. A segunda parte teve nova entrada forte do Benfica, a aproveitar um erro na primeira fase de construção do adversário, fez o 3-1 e recolocou-se novamente na frente, mas por pouco tempo, mais uma vez e de canto o Shakhtar a reduzir no jogo e novamente em vantagem na eliminatória. Vantagem essa que logo depois foi ainda maior com o empate no jogo, desta vez com os desequilíbrios que o Shakhtar foi criando nos corredores com Ismaily e Dodô sempre muito intensos e agressivos.
Frescura física dos ucranianos
5. Mérito, muito mérito do Shakhtar, da forma como conseguiu manter o ritmo do jogo muito alto, sempre em grande rotação nos seus processos, quer para manter a bola e escondê-la da equipa do Benfica, quer nos ataques rápidos e contra-ataques, mas também na reacção à perda onde foi mais forte e mais eficaz na segunda parte... Que rotação, que correria... Ao invés, a frescura física da equipa do Benfica notou-se nos últimos 20 minutos que precisava de marcar mais golos para seguir em frente e andar atrás do resultado desgastou muito a equipa. Ainda assim, boa imagem do Benfica que sai da Liga Europa frente a um adversário que demonstrou que é um forte candidato e em que sobressai o excelente trabalho de Luís Castro."
Rui Duarte, in A Bola
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