"O que faz um atleta ser especial? É o talento? É o trabalho? É a atitude? É o ego?
Sou Laker desde pequeno. O basket sempre foi uma das minhas paixões e os óculos de Kareem Abdul-Jabbar e os passes fabulosos de Earvin “Magic” Johnson moldaram horas e horas a jogar basket nos intervalos da escola, na rua com amigos.
Kobe Bryant foi o último dos grandes heróis dos Lakers, que trouxe anéis de campeão, junto a Shaq O’Neal e depois ao meu mui adorado Pau Gasol.
O que não havia para admirar em Kobe? Não só os seus recordes, os seus maravilhosos 81 pontos contra os Raptors em 2006, que irão perdurar por muito tempo, mas também o seu carácter e força condutora, serão lembrados.
Kobe era um líder. Foi-o, do estilo da liderança que aprecio. A do exemplo. Kobe tinha um saber enciclopédico sobre os seus oponentes, era obstinado nos treinos, preciosista com os seus colegas, exigente com os outros, mas, principalmente, consigo mesmo. Bem para lá do seu período áureo – e do da sua (nossa) equipa, ainda carregava as decisões, os buzzers, ainda puxava, ainda carregava o peso de uma forma abnegada. Era amor à sua camisola, ao seu clube e à sua História, mas era também a sabedoria de liderar pelo exemplo, de saber que, superando-se, ajudaria a que os seus companheiros de equipa fizessem o mesmo.
Kobe é uma lenda por direito próprio, pela fé em si mesmo e pela saudável arrogância positiva de encarar ídolos – como Jordan em 1998 – de frente, sem se julgar pior ou temer perder. No entanto, nunca se desculpou nos outros, não lateralizava problemas. Deixava que o rigor, foco e disciplina o levassem para a frente.
The Black Mamba será lembrado – como já seria para sempre – não pelo seu trágico acidente, mas pelos seus 5 anéis de campeão, por se ter sempre tentado superar, mesmo perante lesões complicadas, e ter ido a lutar até ao fim da carreira, olhos nos oponentes e no cesto.
Obrigado Kobe, pela referência que foste e serás para mim e para toda a Laker Nation. O teu sorriso franco, o teu humor desconcertante, a capacidade de liderança, de superação, até mesmo o teu gosto por outros desportos, a tua dignidade e o teu respeito pelos colegas – que eles souberam retribuir – vão fazer sempre parte do meu coração de adepto.
A vida levou-te cedo demais, como a muitas lendas, mas a tua obra é eterna.
Mamba Forever."
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